sábado, outubro 17, 2015

Petrópolis enfrenta racionamento de água

Lívia Müller - A Concessionária Águas do Imperador realizará um esquema de rodízio que começará hoje. Ao contrário do que havia sido informado anteriormente sobre a situação do nível baixo dos reservatórios, a medida foi tomada para amenizar a crise, no fim da tarde de ontem. O reabastecimento será realizado por meio de caminhões-pipa, que farão o serviço durante o dia e à noite, já que diversas localidades que dependem do abastecimento da concessionária enfrentam a falta do recurso há mais de seis dias. O problema com a falta d'água enfrentado por petropolitanos de toda a cidade se agrava a cada dia.
Para minimizar as consequências da prolongada estiagem que afeta Petrópolis, onde não chove há mais um mês e não há previsão de chuvas para os próximos dias, a Águas do Imperador informou que durante este fim de semana vai setorizar mais amplamente as manobras realizadas para favorecer o abastecimento das regiões mais altas da cidade, que são as mais atingidas. 
Os oito caminhões-pipa, incluindo um veículo com capacidade para 20 mil litros, continuarão rodando dia e noite para atender as demandas mais urgentes, além de atender o cronograma de abastecimento para sábado, domingo e segunda-feira que segue abaixo. A concessionária pediu que a população utilize água apenas para tarefas essenciais durante este período. A concessionária disponibilizará carros-pipa, priorizando os serviços essenciais como hospitais e escolas.
Na localidade da Estrada do Paraíso, 326, no bairro Castelânea, o BNH na Chácara Flora tem blocos que não recebem água desde o último sábado. Durante a semana, o recurso foi liberado aos poucos, mas, ainda assim, não supriu a demanda. Contudo, mais de três mil moradores residem no local que conta com 600 apartamentos e 32 blocos. O problema atinge principalmente os blocos 27, 28 e 29. 
Na manhã de ontem aconteceu uma reunião entre a concessionária e os representantes do condomínio Chácara Flora e na ocasião foi esclarecido que manobras estavam sendo feitas para que o abastecimento chegasse a todos os blocos. Segundo o síndico Júlio César Deister, ainda foi falado que todos deveriam rezar para chover. “Eles disseram que estavam ligando em um lado e desligando do outro. Queremos uma solução, pois nem que a concessionária mandasse 35 caminhões-pipa seria suficiente para abastecer todas as caixas. Precisamos de 990 mil litros por dia para suprir todo o condomínio”, afirma.
De acordo com Cristina Rodrigues, que mora no bloco 14 com a família há 29 anos, nunca havia acontecido um transtorno como esse em relação à falta d'água. Ela disse que desde quinta-feira não tem água em sua casa e contou que as informações quanto ao abastecimento não são bem esclarecidas. “Chegaram a me informar que não tinha previsão de volta. Mas o que não acho correto é abrir os registros de manhã e quem chega à noite não tem água para realizar as atividades”, diz.
Para Cristina, as pessoas precisam saber lidar com a situação, fazendo reserva. “Fiz uma reserva pequena e com essa água conseguimos escovar os dentes. Para ir trabalhar tomei banho na academia. Sempre fiz minha parte tomando banhos curtos, juntando roupa para lavar, todos devem ter a consciência do problema”, fala e conta ainda que precisou tomar o café na rua enquanto o marido realizou as atividades de higiene pessoal na casa da mãe. 
Outras localidades de Petrópolis também sofrem com o mesmo problema, que em alguns lugares já perdura por cerca de 15 dias. Este é o caso da rua Paraíba, lote 18, quadra 50, no bairro Quitandinha, e, segundo a moradora Marta Lúcia da Silva, há duas semanas as moradias não recebem o recurso. “Hoje o morro todo está sem água, já ligamos e pegamos protocolos, mas um atendente chegou a informar que não tem motivo para não ter água aqui”, afirma.
Marta contou que no local onde os reservatórios estão sendo reabastecidos há vazamento, com isso recorrem a uma mina distante para conseguir água potável. O acúmulo de atividades também é grande. “Tenho roupa e louça que não acaba mais. A distância para conseguir água potável na bica é grande, mas, mesmo assim, todos da rua estão carregando”, fala. 
Na comunidade do Neylor os moradores também reclamam do problema. No bairro há uma bomba queimada desde sábado e, segundo Adriana Ramos, que mora no local, esse foi o primeiro equipamento a ser instalado na comunidade. Todavia, os problemas apresentados por ele são constantes. “Em qualquer queda de luz a bomba queima e não mandam caminhão-pipa para fazer o reabastecimento, já ficamos oito dias sem água. Hoje fui na mina para pegar água para minha mãe porque estou economizando o restante da minha caixa que está pela metade”, diz. 
No bairro de Corrêas, a rua Candida Santana também não está recebendo o recurso. 
Águas do Imperador informa que não há bomba queimada no Neylor. O que acontece é que a localidade, assim como Alcobacinha, são regiões de topografia elevada, cujo abastecimento só pode ser feito por meio de bombas, que dependem de grande volume de água para serem automaticamente acionadas. Quanto ao BNH do Chácara Flora, na Estrada do Paraíso, a localidade foi abastecida na noite passada. Na noite desta sexta (16), a empresa vai enviar uma equipe ao condomínio para monitorar o abastecimento. Em relação à Rua Paraíba, no Quitandinha, a concessionária está realizando neste momento (sexta à tarde) uma manobra para forçar o abastecimento para a localidade. A empresa informa ainda que o abastecimento está aberto para a Rua Ângela Santana de Souza, em Corrêas.
Fonte: Tribuna de Petrópolis 

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