segunda-feira, outubro 12, 2015

Dengue: Vigilância Sanitária enfrenta dificuldades para combater os focos

(Foto: Marco Oddone/ Tribuna de Petrópolis) 
Aline Rickly - A proximidade do verão e das temperaturas mais altas é motivo de preocupação. Isso porque o aumento de casos de dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, aumentou 900% em 2015, comparando com o número registrado na cidade em 2014. No ano passado, de janeiro a julho foram 11 casos, segundo dados da Secretaria de Saúde. Este ano, de janeiro a setembro foram 121. Ao todo, 50 agentes da Coordenadoria de Vigilância Sanitária trabalham no combate à doença. Mas o coordenador Eduardo Lucena destacou a importância da população neste trabalho de controle e prevenção, uma vez que o mosquito se reproduz em recipientes que contêm água parada. Além disso, destacou algumas dificuldades encontradas no dia a dia com relação a atuação dos agentes.

Casas fechadas, pessoas que não deixam a equipe de combate à dengue entrar na residência e a burocracia para entrar nos condomínios são as principais barreiras encontradas pela coordenadoria. No caso de residências onde não há moradores, Eduardo explicou que o caso é encaminhado para a Coordenadoria de Fiscalização, órgão subordinado à Secretaria de Fazenda, que encontra o nome do responsável no cadastro de imóveis e envia para ele as orientações sobre os cuidados que devem ser tomados para prevenir a proliferação de mosquitos. Esse tipo de situação acontece eventualmente e, segundo o coordenador, na maioria das vezes em casas de veranistas, que não possuem caseiro. 
A outra dificuldade explicada por ele é com relação à desconfiança dos moradores, que temem a entrada dos agentes. Nestes casos, ele recomenda que a população entre em contato com a coordenadoria pelo telefone 2231-0841 e confirme se a equipe que está na região é de fato ligada ao órgão. “Nós respeitamos o medo, mas é importante que as pessoas procurem se informar para que não evitem a entrada dos funcionários que vão verificar se há foco do mosquito”, comentou. 
Já no caso dos condomínios, Eduardo contou que os porteiros e/ou síndicos costumam pedir ofícios do órgão antes de permitir a entrada dos agentes. “Lidamos com a dificuldade de compreensão das pessoas. É preciso que elas tenham consciência de que estamos trabalhando para controlar a doença”, afirmou. 
Quando a equipe da vigilância verifica irregularidades em determinada residência, orienta os moradores para que a situação seja controlada. Porém, se o morador não cumpre as orientações, o caso é encaminhado ao Código de Posturas do município, para que seja tomada uma providência. Eduardo destacou ainda que a maior parte dos focos do mosquito que transmite a dengue está localizada nos pratos de plantas. “O que é um absurdo, em pleno século 21. O Ministério da Saúde há anos adverte sobre os riscos da água parada e cada vez mais enfrentamos esse problema. É importante que a população se conscientize, porque o controle da doença depende de cada um. É um ato de cidadania e de respeito ao próximo”, ressaltou. 

Pensando nas dificuldades encontradas pelos órgãos que trabalham no combate, foi aprovado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) o Projeto de Lei 2.281/13 do deputado licenciado Bernardo Rossi (PMDB). A lei dispõe sobre a obrigatoriedade das imobiliárias do Estado se responsabilizarem pela vistoria de agentes de saúde, que combatem o mosquito causador da dengue nos imóveis vazios sob sua responsabilidade. A proposta determina ainda que todo imóvel sem uso tenha seus ralos lacrados, calhas vistoriadas regularmente e manutenção constante de piscinas. O texto ainda será votado em segunda discussão pela Alerj.
De acordo com o deputado, a intenção é que seja facilitado o acesso dos agentes aos imóveis fechados para as vistorias de prevenção. "Todas as medidas que facilitem o combate são importantes. Hoje, os agentes responsáveis são uma ferramenta de trabalho consolidada no Estado e no país e precisam de meios de acesso a residências que estejam fechadas, mas que possam ser foco do mosquito transmissor da dengue. O projeto de lei se estende a imóveis comerciais também", afirma Bernardo, lembrando ainda que a lei, depois de aprovada em segunda discussão, deve ser regulamentada pelo governo do estado.
Fonte: Tribuna de Petrópolis 

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