A todo mundo, devido à crise econômica, os
comentários são que “este ano a festa de Natal será mais magra” e um dos
motivos, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação
Getúlio Vargas (Ibre/FGV), o preço da ceia de Natal subiu 16,12% este ano
comparado com 2014. Uma senhora dentro do ônibus, que pediu para não ser
identificada, disse que “muita gente este ano não vai ter o que comer no
Natal”, lamentando o preço dos alimentos. Muitas pessoas, devido ao preço do
chester da marca Perdigão, que está custando de R$ R$ 13,98 a R$ 18,99, devem
escolher o frango, que na sexta-feira estava entre R$ 4,79 e R$ 8,99. O peru
também está ficando longe da mesa da maioria dos consumidores e o motivo é o
preço do produto que em Petrópolis está de R$ 13,38 a R$ 17,98. O Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro variou 1,01% e ficou
0,19 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de 0,82% registrada em outubro.
Desde 2002, quando atingiu 3,02%, não havia registro de IPCA mais alto num mês
de novembro. Com o acumulado no ano em 9,62%, bem acima dos 5,58% de igual
período de 2014, constitui-se no mais elevado acumulado com referência ao
período de janeiro a novembro desde 2002, que ficou em 10,22%. Nos últimos 12
meses, o índice acumula alta de 10,48%, resultado superior aos 9,93% dos 12
meses imediatamente anteriores. Considerando o índice acumulado em períodos de
12 meses, desde novembro de 2003 (11,02%) não havia registro de taxa maior do
que os 10,48% deste mês. Em novembro de 2014 o IPCA havia registrado 0,51%.
Pelo segundo mês consecutivo, os combustíveis, detendo parcela significativa
das despesas das famílias (5,14% de peso no IPCA), lideraram o ranking dos
principais impactos. Mais caros em 4,16%, o impacto foi de 0,21 p.p. O preço do
litro da gasolina ficou 3,21% mais caro para o consumidor, exercendo impacto de
0,13 p.p. Levando em conta outubro e novembro, a alta foi de 8,42% nas bombas,
motivada pelo reajuste de 6,00% vigente ao nível das refinarias desde 30 de
setembro. Em relação ao acumulado no ano, os preços subiram 18,61%, indo dos
10,40% registrados em Campo Grande até os 24,35% de Recife. No caso do etanol,
os preços subiram 9,31%, exercendo 0,08 p.p. de impacto no mês. A alta chegou a
26,10% no ano, com a menor variação em Fortaleza (12,71%), e a maior ( 33 ,
14%) em Curitiba . Quanto ao óleo diesel, os preços aumentaram 1,76% e, junto
com a taxa de outubro, acumularam 5,08%, refletindo, nas bombas, o reajuste de
4,00% nas refinarias, também desde 30 de setembro. Em relação ao ano, a alta
está em 12,75%. Nos alimentos, grupo que de tem 25% de peso no índice,
sobressaem os produtos adquiridos para consumo em casa, cuja alta chegou a
2,46%. Foi em Goiânia onde os preços mais subiram, atingindo 4,37% no mês.
Outras regiões, como Campo Grande (3,80%), Brasília (3,47%) e Salvador (3,32%)
mostraram aumentos bem acima da média nacional (2,46%). Consumidos fora de
casa, a alta da alimentação foi de 0,70%, com destaque para Porto Alegre
(1,98%), Salvador (1,64%) e Fortaleza (1,30%). Considerando o ano de 2015, o
grupo alimentação e bebidas apresenta variação de 10,37%, sendo 10,75% o
aumento dos produtos consumidos em casa e 9,67% o aumento da alimentação fora
de casa. Foram vários os produtos que, de outubro para novembro, apresentaram
fortes aumentos, destacando-se a batata-inglesa (27,46%), o tomate (24,65%), o
açúcar cristal (15,11%) e o refinado (13,15%). Foram poucos os produtos que
ficaram mais baratos de um mês para o outro, sobressaindo as carnes
industrializadas (-0,79%) e o leite (-0,76%).
Fonte: Tribuna de Petrópolis