A área atingida pelo fogo no Parque
Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso), mais do que dobrou neste fim de
semana. Na sexta-feira (17), a ministra do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira, que sobrevoou o local, havia estimado 700 hectares queimados.
Neste domingo (19), as chamas já haviam consumido 1.550 hectares,
segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.
O alastramento do incêndio se deu porque
o fogo atingiu os chamados campos de altitude, formado basicamente por
gramíneas de porte alto, que ressecadas pelo longo período de estiagem
se transformam em material de fácil combustão. O local é montanhoso e
torna mais difícil o trabalho de combate às chamas, executado por cerca
de 100 brigadistas, de acordo com o coordenador nacional de Emergências
Ambientais do ICMBio, Christian Berlink.
Há indícios de ação criminosa em incêndios florestais no Rio, diz ministra
“O fogo está aumentando. Tem muito
vento, está seco e quente. Os campos de altitude possuem diversas
espécies endêmicas, que só existem nesta região, e como o fogo ganha
muita força, se alastra mais rápido e pode ir para outras áreas do
parque, de difícil controle”, explicou Christian.
Neste sábado (18) chegaram reforços,
incluindo um helicóptero e mais 21 brigadistas. Novos reforços estão
sendo avaliados, mas é necessário que sejam pessoas já treinadas no tipo
de terreno montanhoso. “Nós estamos planejando a chegada de mais
brigadistas. Temos algumas opções, mas estamos buscando segurança
também, pois trazer pessoas que nunca trabalharam em área de montanha é
muito perigoso”, disse Christian.
A utilização de um avião Hércules, que
chegou a ser cogitada, não traria muita ajuda, pelas características
montanhosas da região, segundo o coordenador do ICMBio. “O lançamento de
água [pelo Hércules] em área de montanha não é muito útil. O
helicóptero é mais cirúrgico.”
O Parque Nacional da Serra dos Órgãos
tem cerca de 20 mil hectares e abrange quatro municípios: Guapimirim,
Magé, Petrópolis e Teresópolis. A área abriga mais de 2.800 espécies de
plantas, 462 espécies de aves, 105 de mamíferos, 103 de anfíbios e 83 de
répteis, incluindo 130 animais ameaçados de extinção e muitas espécies
endêmicas. Ali estão localizadas formações rochosas características,
como o famoso Dedo de Deus.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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