O resultado de pesquisa
realizada pela Confederação Nacional de Transporte (CNT), divulgado ontem, que
classifica a BR-040 como em bom estado, põe em dúvida os critérios do trabalho.
Petropolitanos que usam o trecho da rodovia entre o Rio e Petrópolis, discordam
do conceito atribuído pelos responsáveis pela pesquisa a uma rodovia com
sinalização e pavimento precários, que tornam a viagem difícil e perigosa.
Durante o período do levantamento foram avaliados mais de 100 mil quilômetros
de rodovias pavimentadas por todo o país. A pesquisa serve como uma referência
para o setor de transporte, governo e diversos segmentos da sociedade. Na
pesquisa, vários aspectos foram estudados, como o estado geral da estrada, as
condições de pavimento, sinalização e geometria da via. De modo geral, a
avaliação concluiu que a maior parte das rodovias brasileiras apresenta
problema. No ranking das ligações rodoviárias, a BR-040 ocupa a 38ª posição, no
trecho entre Brasília e o Rio de Janeiro.
A rodovia passa por quatro
unidades de federação: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal e Goiás.
Nesse trecho, a pesquisa avaliou uma área de 1.199km e classificou a rodovia
como boa, considerando que a maior parte da área (566km) foi vista dessa forma,
o que representa 47,1%. A área considerada regular foi de 262km – 21,9%. Além
disso, a pesquisa apontou como ótimo um trecho de 309km, correspondente a 25,8%
e apenas 62km foram classificados como ruins (5,2%).
Com relação à classificação das
características pesquisadas por rodovia, apontou estado geral, condições de
pavimento e sinalização como bons. Apenas a geometria da via foi avaliada como
regular.
De acordo com o documento no
pavimento, são consideradas as condições da superfície da pista principal e do
acostamento. Na sinalização são observadas a presença, a visibilidade e a
legibilidade de placas ao longo das rodovias, além da situação das faixas
centrais e laterais, enquanto que na geometria são avaliados o tipo de rodovia
(pista simples ou dupla), a presença de faixa adicional de subida, de pontes,
de viadutos, de curvas perigosas e de acostamento.
A pesquisa avaliou ainda a
questão de infraestrutura de apoio por rodovia. Nesse quesito foram avaliados
pontos como borracharia, concessionárias e oficinas mecânicas, postos de abastecimento
e restaurantes e lanchonetes.
A classificação dos corredores
rodoviários, que avalia o trecho da BR-040 entre o DF-003 e a BR-450, mostrou
que a sinalização está regular. Já a situação geral, pavimento e geometria
foram apontados como bom.
Em nota, a Concer,
concessionária que administra a rodovia BR-040, afirmou que vê com satisfação o
resultado da pesquisa apresentada. Revelou ainda que o conceito recebido pela
rodovia espelha os investimentos constantes executados principalmente na pavimentação
e sinalização dos 180,4 quilômetros de concessão. Só em 2014, os investimentos
na rodovia somaram R$ 341,6 milhões. A partir da conclusão da nova pista de
subida da serra, a empresa tem convicção de que a avaliação geral da BR-040 vai
melhorar ainda mais. Com a nova pista, 20 quilômetros serão entregues, em
substituição à atual pista de subida. O novo trecho terá um traçado menos
sinuoso e contará com o maior túnel rodoviário do país, equipado, segundo a
Concer, com o mais moderno sistema de monitoramento e segurança. Haverá melhor
fluidez para o tráfego, sobretudo de veículos de carga, como caminhões cegonha;
menos tempo de viagem e consumo de combustível; mais segurança com separação do
tráfego local de longa distância, com abertura de novos acessos, vias laterais
e passagens inferiores; menos impacto ambiental sobre a flora da região,
reduzindo ainda o risco de deslizamentos no trecho da serra, a partir da
construção do túnel e de novas obras de artes especiais e mais proteção à fauna
com criação de novas passagens para animais silvestres.
No que diz respeito às rodovias
que cortam o Estado do Rio, a pesquisa mostra que 38,1% da extensão avaliada
tem alguma deficiência. Ao todo, 62 rodovias passam pelo estado. A CNT concluiu
que no Rio de Janeiro é necessário fazer investimentos no montante de R$ 1,17
bilhão para a reconstrução, restauração e a manutenção dos trechos de rodovias
danificadas.
Em toda a extensão das
rodovias avaliadas no estado, a pesquisa identificou quatro trechos com erosões
na pista. A CNT destaca que rodovias com deficiência reduzem a segurança de
quem circula por elas, além de aumentar o custo de manutenção dos veículos e o
consumo de combustível. No Rio de Janeiro, o acréscimo do custo operacional
devido às condições do pavimento chega a 18,3% no transporte rodoviário.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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