segunda-feira, novembro 23, 2015

Crise vem mudando hábitos de consumo nos mercados


“Antes comprava pela marca, agora estou escolhendo o preço”, afirmou o aposentado Jorge Dias, 69 anos, frisando que o preço dos alimentos está muito alto e que foi obrigado a redimensionar a compra. Ele não é o único que deixou de lado as melhores marcas ou os produtos que sempre compravam. Basta uma caminhada pelos supermercados para ver que o consumidor fica com um olho no preço das prateleiras e outro nas promoções, publicadas nos encartes dos supermercados. De fato, o consumidor tem que ficar atento, pois conforme o encarte do supermercado Charme, o arroz na promoção é o Raroz (R$ 9,95), sendo que na prateleira o arroz pode custar 17,90 (Prato Fino). Outra diferença pode ser encontrada no feijão preto. No encarte aparece o da marca Kicaldo a R$ 2,99 e na loja o Combrasil a R$ 4,99. No Celma acontece a mesma coisa, pois conforme o encarte divulgado, na promoção é possível encontrar arroz ao preço de R$ 7,99 (Gostosinho), sendo que na prateleira o preço do arroz pode chegar a R$ 18,95 (Tio João). Com o feijão acontece a mesma coisa, na promoção R$ 1,99 (Granfino), sendo que o consumidor encontra o mesmo produto ao preço de R$ 4,79 (Combrasil). Com o Extra e o Multimix o consumidor pode conferir as promoções em seus sites na internet e também é possível encontrar preços diferentes para o mesmo produto de marcas diferentes. Para quem busca preço e quer economizar com táxi, combustível e passagem de ônibus, a opção pode ser um mercado próximo à residência, como o mercado Delei e o Tá no gosto. O açúcar refinado União é um exemplo. No Delei sai a R$ 2,55, e nos grandes mercados, o preço menor é encontrado no Multimix, R$ 2,49. Com relação aos legumes, frutas e hortaliças, o consumidor precisa ficar atento ao preço, mas, principalmente à qualidade da mercadoria. O tomate apontado como um dos produtos com grande alta pelos institutos de pesquisa da inflação, em Petrópolis tem apresentado um preço bem diferente, ficando entre R$ 2,90 e R$ 6,59. A cebola é outro produto que chama atenção, não somente pelo preço (R$ 2,40 a R$ 4,99), mas pela qualidade e tamanho. Nos supermercados em Petrópolis é possível encontrar esse produto em dois tamanhos – médio e pequeno – e mesmo assim, o consumidor precisa ficar atento à qualidade, pois alguns demonstraram na aparência que parte do produto pode estar impróprio para o consumo. No IPCA-15 - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15, a prévia da inflação oficial subiu 0,85% em novembro. É o índice mais elevado desde 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quando foi registrado 0,86%. No ano, o indicador chegou a 9,42%, o maior no acumulado de janeiro a novembro desde 1996. Em 2014, em comparação ao mesmo período, a taxa era 5,63%. Em relação aos últimos 12 meses, o índice chegou a 10,28%, acima da taxa dos 12 meses imediatamente anteriores (9,77%). “Desde novembro de 2003, com os 12 meses em 12,69%, não havia registro de taxa mais elevada. Em novembro de 2014, o IPCA-15 havia sido 0,38%”, diz o IBGE. O preço do combustível, com alta de 5,89% no mês, foi o que mais pressionou o IPCA-15 em novembro. O item responde por 35% do indicador. “O consumidor passou a pagar 4,70% a mais pelo litro da gasolina, que exerceu impacto de 0,18 p.p. [ponto percentual] no índice, enquanto o etanol, que ficou 12,53% mais caro, exerceu 0,11 p.p.. O aumento da gasolina nas bombas, que acumula 6,48% nos meses de outubro e novembro, foi consequência dos 6% praticados ao nível das refinarias, reajuste em vigor desde o dia 30 de setembro”, diz nota do IBGE. Segundo o IBGE, os preços no grupo transporte também foram influenciados pelas tarifas de ônibus, com alta de 0,76%. Em Belo Horizonte, a variação foi de 5,77%, onde o reajuste de 9,68%passou a vigorar a partir de 25 de outubro; em Brasília, a variação chegou a 5,26%, onde as tarifas foram reajustadas em 33,34% em setembro. Em Fortaleza, a variação chegou a 2,92%, com reajuste de 14,58% em novembro. 

Alimentos e Bebidas 

O grupo Alimentação e Bebidas registrou alta de 1,05%, impactando também no resultado do índice. Os produtos comprados para consumo em casa aumentaram 1,35%. A alimentação fora de casa subiu 0,52%. De outubro a novembro, alguns dos alimentos e bebidas que tiveram alta de preços foram: tomate (15,23%), açúcar cristal (9,61%) e refinado (7,94%), arroz (4,10%), frango inteiro (3,96%), cerveja (3,35%), óleo de soja (2,84%), frutas (2,14%), carne (1,71%) e pão francês (1,03%). Os mais baixos resultados de grupo foram em artigos de residência, com 0,07%, e educação, que ficou em 0,03%. Os preços para o cálculo do IPCA-15 foram coletados entre os dias 15 de outubro e 12 de novembro de 2015 e comparados com os coletados de 15 de setembro a 14 de outubro de 2015. O indicador refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, de Porto Alegre, Belo Horizonte, do Recife, de São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia é a mesma usada no IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica. (Fonte: Agência Brasil).

Fonte: Tribuna de Petrópolis

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