“Antes comprava pela marca,
agora estou escolhendo o preço”, afirmou o aposentado Jorge Dias, 69 anos,
frisando que o preço dos alimentos está muito alto e que foi obrigado a
redimensionar a compra. Ele não é o único que deixou de lado as melhores marcas
ou os produtos que sempre compravam. Basta uma caminhada pelos supermercados
para ver que o consumidor fica com um olho no preço das prateleiras e outro nas
promoções, publicadas nos encartes dos supermercados. De fato, o consumidor tem
que ficar atento, pois conforme o encarte do supermercado Charme, o arroz na
promoção é o Raroz (R$ 9,95), sendo que na prateleira o arroz pode custar 17,90
(Prato Fino). Outra diferença pode ser encontrada no feijão preto. No encarte
aparece o da marca Kicaldo a R$ 2,99 e na loja o Combrasil a R$ 4,99. No Celma
acontece a mesma coisa, pois conforme o encarte divulgado, na promoção é
possível encontrar arroz ao preço de R$ 7,99 (Gostosinho), sendo que na
prateleira o preço do arroz pode chegar a R$ 18,95 (Tio João). Com o feijão
acontece a mesma coisa, na promoção R$ 1,99 (Granfino), sendo que o consumidor
encontra o mesmo produto ao preço de R$ 4,79 (Combrasil). Com o Extra e o
Multimix o consumidor pode conferir as promoções em seus sites na internet e
também é possível encontrar preços diferentes para o mesmo produto de marcas
diferentes. Para quem busca preço e quer economizar com táxi, combustível e
passagem de ônibus, a opção pode ser um mercado próximo à residência, como o
mercado Delei e o Tá no gosto. O açúcar refinado União é um exemplo. No Delei
sai a R$ 2,55, e nos grandes mercados, o preço menor é encontrado no Multimix,
R$ 2,49. Com relação aos legumes, frutas e hortaliças, o consumidor precisa
ficar atento ao preço, mas, principalmente à qualidade da mercadoria. O tomate
apontado como um dos produtos com grande alta pelos institutos de pesquisa da
inflação, em Petrópolis tem apresentado um preço bem diferente, ficando entre
R$ 2,90 e R$ 6,59. A cebola é outro produto que chama atenção, não somente pelo
preço (R$ 2,40 a R$ 4,99), mas pela qualidade e tamanho. Nos supermercados em
Petrópolis é possível encontrar esse produto em dois tamanhos – médio e pequeno
– e mesmo assim, o consumidor precisa ficar atento à qualidade, pois alguns
demonstraram na aparência que parte do produto pode estar impróprio para o
consumo. No IPCA-15 - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15, a
prévia da inflação oficial subiu 0,85% em novembro. É o índice mais elevado
desde 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
quando foi registrado 0,86%. No ano, o indicador chegou a 9,42%, o maior no
acumulado de janeiro a novembro desde 1996. Em 2014, em comparação ao mesmo
período, a taxa era 5,63%. Em relação aos últimos 12 meses, o índice chegou a
10,28%, acima da taxa dos 12 meses imediatamente anteriores (9,77%). “Desde
novembro de 2003, com os 12 meses em 12,69%, não havia registro de taxa mais
elevada. Em novembro de 2014, o IPCA-15 havia sido 0,38%”, diz o IBGE. O preço
do combustível, com alta de 5,89% no mês, foi o que mais pressionou o IPCA-15
em novembro. O item responde por 35% do indicador. “O consumidor passou a pagar
4,70% a mais pelo litro da gasolina, que exerceu impacto de 0,18 p.p. [ponto
percentual] no índice, enquanto o etanol, que ficou 12,53% mais caro, exerceu
0,11 p.p.. O aumento da gasolina nas bombas, que acumula 6,48% nos meses de
outubro e novembro, foi consequência dos 6% praticados ao nível das refinarias,
reajuste em vigor desde o dia 30 de setembro”, diz nota do IBGE. Segundo o IBGE,
os preços no grupo transporte também foram influenciados pelas tarifas de
ônibus, com alta de 0,76%. Em Belo Horizonte, a variação foi de 5,77%, onde o
reajuste de 9,68%passou a vigorar a partir de 25 de outubro; em Brasília, a
variação chegou a 5,26%, onde as tarifas foram reajustadas em 33,34% em
setembro. Em Fortaleza, a variação chegou a 2,92%, com reajuste de 14,58% em
novembro.
Alimentos e
Bebidas
O grupo Alimentação e Bebidas
registrou alta de 1,05%, impactando também no resultado do índice. Os produtos
comprados para consumo em casa aumentaram 1,35%. A alimentação fora de casa
subiu 0,52%. De outubro a novembro, alguns dos alimentos e bebidas que tiveram
alta de preços foram: tomate (15,23%), açúcar cristal (9,61%) e refinado
(7,94%), arroz (4,10%), frango inteiro (3,96%), cerveja (3,35%), óleo de soja
(2,84%), frutas (2,14%), carne (1,71%) e pão francês (1,03%). Os mais baixos
resultados de grupo foram em artigos de residência, com 0,07%, e educação, que
ficou em 0,03%. Os preços para o cálculo do IPCA-15 foram coletados entre os
dias 15 de outubro e 12 de novembro de 2015 e comparados com os coletados de 15
de setembro a 14 de outubro de 2015. O indicador refere-se às famílias com
rendimento de um a 40 salários mínimos nas regiões metropolitanas do Rio de
Janeiro, de Porto Alegre, Belo Horizonte, do Recife, de São Paulo, Belém,
Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia é a
mesma usada no IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na
abrangência geográfica. (Fonte: Agência Brasil).
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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