Moradores do bairro de Barra Mansa, em
Pedro do Rio, e também da localidade do Cedro, na região limítrofe entre
Petrópolis e Areal, estão confusos com as placas de sinalização quanto à
proibição de retorno antes da praça de pedágio que existe no km 45 da Rodovia
BR-040. Na pista sentido Juiz de Fora, uma placa indicando a proibição de
retorno já existe há mais de dois anos. No entanto, milhares de veículos passam
pelo local diariamente para acessar a rodovia. Do outro lado do pedágio, na
pista sentido Rio de Janeiro, o outro retorno que existe desde a construção da
praça passou a ser proibido desde o último sábado, quando funcionários da
Agência Nacional de Transportes Terrestres instalaram uma placa de “proibido
retornar” e estreitaram o espaço para a manobra entre as duas pistas,
dificultando caminhões e ônibus de passar pelo local. Com a intervenção,
dezenas de alunos que moram no bairro do Cedro, na divisa com Areal, não foram
à aula ontem, porque o coletivo que leva os estudantes não conseguiu passar pelo
retorno. Para quem mora na região, essa mudança significa um transtorno muito
grande. “Do outro lado já era proibido retornar há muito tempo e, mesmo assim,
os carros re tornam, porque tem muita gente que mora em Barra Mansa e não vai
pagar duas vezes o pedágio para ir para Petrópolis pela BR-040. Aí agora eles
vieram aqui, enfiaram uma placa e começaram a estreitar o retorno, anunciando o
fechamento do acesso para que nós sejamos obrigados a ir lá em Pedro do Rio
fazer a volta? Que tipo de políticade trânsito é essa que eu desconheço?” disse
revoltado Pedro Henrique Clavery, que mora próximo ao pedágio. Já a professora
Josélia Farias, que mora em Areal e trabalha em Barra Mansa, foi surpreendida
com a placa na manhã de hoje e preferiu não se arriscar. “Eu desembolsei R$
11,20 para o pedágio e mais a gasolina, porque fui lá em Pedro do Rio fazer a
volta para trabalhar em Barra Mansa. Fui pega de surpresa”, relatou. Moradores
do Cedro, na manhã de domingo, foram até a sede da ANTT, localizada a 50 metros
do retorno citado, para questionar o órgão sobre o acontecido. Segundo o
técnico de enfermagem Jurandir, os agentes informaram que o retorno seria
proibido. “Eu fui lá porque sabia que meus filhos não estudariam. Precisamos
atravessar a BR-040 e retornar para ir até Areal. Com essa placa proibindo eu
teria que pagar dois pedágios e retornar em Pedro do Rio. Isso é um desrespeito
não só com o morador, mas com todos os motoristas que porventura precisarem
retornar por não ter dinheiro para passar no pedágio ou até por outros motivos
que lhe façam voltar”, disse. Nossa equipe esteve no local na tarde de ontem,
mas quando chegou a placa citada já havia sido retirada pela ANTT. Questionada,
a Agência Nacional de Transporte Terrestres não se manifestou até o fechamento
desta reportagem. Diante da possibilidade de proibição definitiva do retorno,
moradores da região ameaçam fazer uma manifestação e interditar totalmente a
Rodovia BR-040 no km 45, altura da Praça de Pedágio de Petrópolis (conhecida
como Praça de Areal), para cobrar uma providência. A Tribuna procurou também o
Procon de Petrópolis para saber sobre o direito do motorista, como consumidor,
usuário da rodovia federal. De acordo com o coordenador do órgão, Jorge Francis
Badia, no caso do fechamento do retorno, por se tratar de uma área urbana, a
lei diz que a relação entre o fornecedor (concessionária) o motorista deve ser
justa equilibrada. “O motorista que se desloca por poucos metros dentro da
rodovia mora próximo não pode pagar o mesmo valor do que o motorista que se
desloca por centenas de quilômetros. Isso acaba tornando a vida dessas pessoas
mais difícil. Imagina o morador de Pedro do Rio que passa ali todo dia e
precisa percorrer um distância de poucos metros?”, indagou Francis. No entanto,
o estreitamento foi feito por agentes da própria ANTT e não por ordem da
companhia que administra a via. Mesmo assim, o Procon informou que caso a
proibição seja feita por empresa privada, pode notificar concessionária a
prestar esclarecimentos. O órgão diz estar disponível para reclamações dos
consumidores que utilizam a rodovia.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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