quarta-feira, novembro 18, 2015

Fechamento de retorno prejudica quem mora no limite entre Petrópolis e Areal


Moradores do bairro de Barra Mansa, em Pedro do Rio, e também da localidade do Cedro, na região limítrofe entre Petrópolis e Areal, estão confusos com as placas de sinalização quanto à proibição de retorno antes da praça de pedágio que existe no km 45 da Rodovia BR-040. Na pista sentido Juiz de Fora, uma placa indicando a proibição de retorno já existe há mais de dois anos. No entanto, milhares de veículos passam pelo local diariamente para acessar a rodovia. Do outro lado do pedágio, na pista sentido Rio de Janeiro, o outro retorno que existe desde a construção da praça passou a ser proibido desde o último sábado, quando funcionários da Agência Nacional de Transportes Terrestres instalaram uma placa de “proibido retornar” e estreitaram o espaço para a manobra entre as duas pistas, dificultando caminhões e ônibus de passar pelo local. Com a intervenção, dezenas de alunos que moram no bairro do Cedro, na divisa com Areal, não foram à aula ontem, porque o coletivo que leva os estudantes não conseguiu passar pelo retorno. Para quem mora na região, essa mudança significa um transtorno muito grande. “Do outro lado já era proibido retornar há muito tempo e, mesmo assim, os carros re tornam, porque tem muita gente que mora em Barra Mansa e não vai pagar duas vezes o pedágio para ir para Petrópolis pela BR-040. Aí agora eles vieram aqui, enfiaram uma placa e começaram a estreitar o retorno, anunciando o fechamento do acesso para que nós sejamos obrigados a ir lá em Pedro do Rio fazer a volta? Que tipo de políticade trânsito é essa que eu desconheço?” disse revoltado Pedro Henrique Clavery, que mora próximo ao pedágio. Já a professora Josélia Farias, que mora em Areal e trabalha em Barra Mansa, foi surpreendida com a placa na manhã de hoje e preferiu não se arriscar. “Eu desembolsei R$ 11,20 para o pedágio e mais a gasolina, porque fui lá em Pedro do Rio fazer a volta para trabalhar em Barra Mansa. Fui pega de surpresa”, relatou. Moradores do Cedro, na manhã de domingo, foram até a sede da ANTT, localizada a 50 metros do retorno citado, para questionar o órgão sobre o acontecido. Segundo o técnico de enfermagem Jurandir, os agentes informaram que o retorno seria proibido. “Eu fui lá porque sabia que meus filhos não estudariam. Precisamos atravessar a BR-040 e retornar para ir até Areal. Com essa placa proibindo eu teria que pagar dois pedágios e retornar em Pedro do Rio. Isso é um desrespeito não só com o morador, mas com todos os motoristas que porventura precisarem retornar por não ter dinheiro para passar no pedágio ou até por outros motivos que lhe façam voltar”, disse. Nossa equipe esteve no local na tarde de ontem, mas quando chegou a placa citada já havia sido retirada pela ANTT. Questionada, a Agência Nacional de Transporte Terrestres não se manifestou até o fechamento desta reportagem. Diante da possibilidade de proibição definitiva do retorno, moradores da região ameaçam fazer uma manifestação e interditar totalmente a Rodovia BR-040 no km 45, altura da Praça de Pedágio de Petrópolis (conhecida como Praça de Areal), para cobrar uma providência. A Tribuna procurou também o Procon de Petrópolis para saber sobre o direito do motorista, como consumidor, usuário da rodovia federal. De acordo com o coordenador do órgão, Jorge Francis Badia, no caso do fechamento do retorno, por se tratar de uma área urbana, a lei diz que a relação entre o fornecedor (concessionária) o motorista deve ser justa equilibrada. “O motorista que se desloca por poucos metros dentro da rodovia mora próximo não pode pagar o mesmo valor do que o motorista que se desloca por centenas de quilômetros. Isso acaba tornando a vida dessas pessoas mais difícil. Imagina o morador de Pedro do Rio que passa ali todo dia e precisa percorrer um distância de poucos metros?”, indagou Francis. No entanto, o estreitamento foi feito por agentes da própria ANTT e não por ordem da companhia que administra a via. Mesmo assim, o Procon informou que caso a proibição seja feita por empresa privada, pode notificar concessionária a prestar esclarecimentos. O órgão diz estar disponível para reclamações dos consumidores que utilizam a rodovia.

Fonte: Tribuna de Petrópolis

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