quinta-feira, novembro 05, 2015

Falta de carteiros prejudica entrega de correspondências nos distritos


Os petropolitanos voltaram a ter problemas com a chegada das correspondências em casa. Há pelo menos quatro meses quem mora em bairros dos distritos mais distantes como Pedro do Rio, Barra Mansa e Corrêas, por exemplo, não recebe regularmente cartas em suas residências, fato que tem gerado prejuízo, levando em conta a cobrança de juros em caso de atraso no pagamento das faturas. Quem procurou a unidade dos Correios, no bairro de Corrêas, afirma que os funcionários informaram que faltam carteiros. Por isso, o jeito tem sido ir ao local para buscar as correspondências. 

O presidente do Sintect, Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, Leonidas Silva, confirmou o problema e afirmou que caso o quadro não se modifique é possível que nas próximas semanas tanto a Central de Distribuição Domiciliar de Itaipava quanto a do Centro paralisem suas atividades. Isso porque em maio deste ano, quando a categoria ameaçou encerrar os serviços, um documento enviado ao Sintect garantia a chegada de novas 17 Mots (Mão de Obra Temporária) que seriam enviadas à unidade de Itaipava. Na época o espaço recebeu 16 trabalhadores que já começaram a ser dispensados.

"Há cerca de dois meses, três dos 16 trabalhadores enviados para auxiliar nas entregas foram dispensados na última semana, mais quatro foram mandados embora e a previsão é que a situação piore. Voltamos a passar pelas mesmas dificuldades e a situação da CDD de Itaipava é ainda pior. A ordem da gestão é que os funcionários, que estão sobrecarregados cobrindo dois distritos, deem prioridade para as cartas registradas e entreguem de forma alternada as outras, prejudicando a população, principalmente com relação aos juros", explicou.

Em maio, Leonidas chegou a contabilizar um déficit de, pelo menos, 35 profissionais para auxiliar os serviços de entrega de correspondência. "Falta concurso! O pior é que devido à crise não há previsão para que novos sejam realizados em 2016, como chegou a ser cogitado no início deste ano. E não é apenas Petrópolis que passa por esse problema, a CDD de Botafogo, no Rio de Janeiro, ficou paralisada mais de 20 dias por falta de pessoas", disse.

Maria das Graças Silva de Oliveira, de 65 anos, é aposentada e todo mês precisa sair do bairro de Barra Mansa, onde mora, para buscar as contas e encomendas em Corrêas. De acordo com ela, além do cansaço devido à distância, a família acaba tendo gastos extras por um serviço que deveria atender em domicílio. Quando ela não vai, o marido acaba ficando responsável por essa tarefa, que realizam ainda para o genro, que também não recebe mais as correspondências em casa. 

“Quando pego as minhas aproveito e busco dos familiares que me pedem. Depois que fui obrigada a pagar juros em diversas contas devido à falta do serviço dos Correios, passei a me antecipar e atualmente quando chega dia 2 ou 3 vou logo lá pegar as minhas cartas, afinal o vencimento normalmente é todo 5° dia útil do mês. Ontem mesmo busquei a deste mês. Segundo os funcionários, as unidades de Petrópolis não têm efetivo suficiente de trabalhadores para atender o município. Isso é um absurdo, afinal nós somos prejudicados”, ressaltou.

O aposentado Eli Morada e a esposa passam pelo mesmo problema. Mesmo morando praticamente em frente à unidade que fica em Corrêas, eles também não recebem as correspondências há mais de duas semanas. “Disseram que o serviço foi terceirizado e por isso não tem gente para fazer a entrega. Dependemos dessas correspondências para mantermos as contas em dia. Já tive que pagar juros e agora tenho que ir à unidade para pegar o que deveria chegar na minha casa”, disse em tom de insatisfação.

Fonte: Tribuna de Petrópolis

Nenhum comentário: