Os petropolitanos voltaram a
ter problemas com a chegada das correspondências em casa. Há pelo menos quatro
meses quem mora em bairros dos distritos mais distantes como Pedro do Rio,
Barra Mansa e Corrêas, por exemplo, não recebe regularmente cartas em suas
residências, fato que tem gerado prejuízo, levando em conta a cobrança de juros
em caso de atraso no pagamento das faturas. Quem procurou a unidade dos
Correios, no bairro de Corrêas, afirma que os funcionários informaram que
faltam carteiros. Por isso, o jeito tem sido ir ao local para buscar as
correspondências.
O presidente do Sintect,
Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, Leonidas Silva, confirmou o problema
e afirmou que caso o quadro não se modifique é possível que nas próximas
semanas tanto a Central de Distribuição Domiciliar de Itaipava quanto a do
Centro paralisem suas atividades. Isso porque em maio deste ano, quando a
categoria ameaçou encerrar os serviços, um documento enviado ao Sintect
garantia a chegada de novas 17 Mots (Mão de Obra Temporária) que seriam
enviadas à unidade de Itaipava. Na época o espaço recebeu 16 trabalhadores que
já começaram a ser dispensados.
"Há cerca de dois meses,
três dos 16 trabalhadores enviados para auxiliar nas entregas foram dispensados
na última semana, mais quatro foram mandados embora e a previsão é que a
situação piore. Voltamos a passar pelas mesmas dificuldades e a situação da CDD
de Itaipava é ainda pior. A ordem da gestão é que os funcionários, que estão
sobrecarregados cobrindo dois distritos, deem prioridade para as cartas
registradas e entreguem de forma alternada as outras, prejudicando a população,
principalmente com relação aos juros", explicou.
Em maio, Leonidas chegou a
contabilizar um déficit de, pelo menos, 35 profissionais para auxiliar os
serviços de entrega de correspondência. "Falta concurso! O pior é que
devido à crise não há previsão para que novos sejam realizados em 2016, como
chegou a ser cogitado no início deste ano. E não é apenas Petrópolis que passa
por esse problema, a CDD de Botafogo, no Rio de Janeiro, ficou paralisada mais
de 20 dias por falta de pessoas", disse.
Maria das Graças Silva de
Oliveira, de 65 anos, é aposentada e todo mês precisa sair do bairro de Barra
Mansa, onde mora, para buscar as contas e encomendas em Corrêas. De acordo com
ela, além do cansaço devido à distância, a família acaba tendo gastos extras
por um serviço que deveria atender em domicílio. Quando ela não vai, o marido
acaba ficando responsável por essa tarefa, que realizam ainda para o genro, que
também não recebe mais as correspondências em casa.
“Quando pego as minhas
aproveito e busco dos familiares que me pedem. Depois que fui obrigada a pagar
juros em diversas contas devido à falta do serviço dos Correios, passei a me
antecipar e atualmente quando chega dia 2 ou 3 vou logo lá pegar as minhas
cartas, afinal o vencimento normalmente é todo 5° dia útil do mês. Ontem mesmo
busquei a deste mês. Segundo os funcionários, as unidades de Petrópolis não têm
efetivo suficiente de trabalhadores para atender o município. Isso é um
absurdo, afinal nós somos prejudicados”, ressaltou.
O aposentado Eli Morada e a
esposa passam pelo mesmo problema. Mesmo morando praticamente em frente à
unidade que fica em Corrêas, eles também não recebem as correspondências há mais
de duas semanas. “Disseram que o serviço foi terceirizado e por isso não tem
gente para fazer a entrega. Dependemos dessas correspondências para mantermos
as contas em dia. Já tive que pagar juros e agora tenho que ir à unidade para
pegar o que deveria chegar na minha casa”, disse em tom de insatisfação.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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