domingo, dezembro 28, 2014

Petrópolis manteve área de mata Atlântica


Estudo mostra que o município está entre os que possuem a maior área de refúgio para a fauna silvestre. (Foto: Reprodução)
Um levantamento feito pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostra que Petrópolis não registrou desmatamento na Mata Atlântica no período de 2012 a 2013. O município conta com uma área de 79.580 hectares, sendo 25.175 de vegetação natural. O estudo só identifica como desmatamento áreas acima de 3 hectares. Entre as cidades do Rio de Janeiro que mais desmataram, o levantamento aponta São Fidélis (4 ha), Itaguaí (4 ha) e Paraty (3 ha). Cidades vizinhas a Petrópolis, como Areal, São José do Vale do Rio Preto, Três Rios e Paraíba do Sul também não registraram desmatamentos, segundo o Atlas dos municípios.

Para o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Prefeitura de Petrópolis, Almir Schmidt, a pesquisa reflete a realidade. Ele citou algumas áreas, como a Reserva Biológica do Tinguá, a Reserva Biológica de Araras, o Parque Natural da Ipiranga e o Parque Nacional Serra dos Órgãos (Parnaso) como locais de preservação ambiental, que não são devastados pelo homem. O secretário explicou que Petrópolis tem cerca de 60% de área de cobertura verde e a Mata Atlântica é Tropical de Altitude. 
Já o estudo informa que 32% dessa cobertura verde está preservada. O levantamento mostra ainda que, dentro dos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro que foram analisados, Petrópolis está entre os que possuem a maior área que serve de refúgio para os animais silvestres. Ao todo são 1.420 hectares. A cidade perde para Itatiaia (2.075 ha), Teresópolis (2.015) e Resende (1.621 ha). 
Schmidt comentou que a Secretaria de Meio Ambiente investe em rondas diárias que percorrem todo o município, inibindo desmatamentos. Ele mencionou ainda que a secretaria recebe denúncias com frequência e a fiscalização é feita pelo Grupamento de Proteção Ambiental. “A população petropolitana é bastante consciente no que diz respeito à conservação”, disse. 
Quando o caso de desmatamento é identificado, Almir diz que o proprietário tem que fazer junto à Secretaria de Meio Ambiente um Projeto de Recuperação de Área Degradada. 
Almir comentou ainda que, no caso de obras licenciadas, que envolvem algum tipo de desmatamento, é estabelecido um Termo de Compromisso Ambiental que prevê a regeneração de áreas degradadas. Nesse sentido, ele citou que, recentemente, foram enviadas para o Vale do Cuiabá mil mudas para reflorestamento da área que foi altamente devastada pelas chuvas de 2011. Apesar do que a localidade sofreu, ele disse que a região ainda possui uma cobertura vegetal significativa, uma vez que a ocupação do homem no local é pequena. 
Outra área que está sendo reflorestada é o Taquaril, na Posse, próximo à Pedra do Elefante. Segundo Almir, cerca de 25,5 hectares estão sendo reflorestados como Termo de Compromisso Ambiental, para viabilizar a obra de construção da nova subida da serra.
O secretário destacou ainda a importância de preservar a Mata Atlântica. Segundo ele, ela é responsável por fixar a água no solo, alimentando o lençol freático; pela captura de carbono na atmosfera para que sejam mantidos os níveis de gás carbônico, evitando o efeito estufa, e também pela diversidade da vida selvagem, envolvendo tanto a fauna como a flora. “Nesses locais temos a presença de animais como o jacu, ouriço, porco-do-mato e tucanos”, afirmou. Ele também ressaltou que é importante preservar as áreas com nascente. 
Sobre as queimadas que atingiram a cidade em outubro e chegaram a invadir áreas da Rebio Araras e do Parnaso, Almir afirmou que ainda está aguardando as estatísticas dos órgãos responsáveis para saber a dimensão real do que aconteceu nas áreas de preservação. Apesar disso, ele declarou que após as queimadas, há uma recuperação natural da área degradada. Na ocasião, o Corpo de Bombeiros informou que mais de 3 mil hectares haviam sido devastados. 
Fonte:Tribuna de Petrópolis 

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