Início de ano é sempre um período de muitos gastos, como IPVA, que,
para paulistas, ficará 4,2% mais barato, em média, e IPTU, que terá um
reajuste residencial médio em toda a cidade de 3,5%. No entanto,
despesas como essas podem ser programadas com antecedência – uma vez que
são fixas –, para que não se comprometa o orçamento, já que serão
somadas a outros gastos, como matrícula e material escolar, seguros,
etc., começando 2015 com problemas financeiros.
Esse planejamento é um dos princípios básicos da educação financeira,
ou seja, primeiro se poupa, depois se gasta, e não se gasta para então
ver como fará para honrar com o compromisso. Claro que, para quem não
pensou nisso antes, está um pouco em cima da hora, porém, antes tarde do
que nunca, e esse também pode ser um alerta para que, no ano que vem,
não repita o erro. Esse é outro aspecto da educação financeira: mudança
comportamental, buscar resolver a causa do problema e não a
consequência.
Falando então especificamente do IPTU e IPVA, uma dúvida muito comum é
em relação à condição de pagamento: à vista ou a prazo? Mas, antes de
ter essa resposta, é preciso saber em que situação financeira se
encontra: endividado, equilibrado financeiramente ou investidor. Se for a
primeira ou segunda opção, já se sabe que não conseguirá realizar o
pagamento inteiro de uma vez, sobrando o caminho do parcelamento.
Lembrando que se deve evitar ao máximo recorrer a empréstimos,
limites do cheque especial ou qualquer outra maneira de crédito do
mercado financeiro, pois isso apenas se tornaria uma bola de neve,
devido aos juros altíssimos cobrados.
Agora, caso a situação financeira esteja mais confortável, sendo
investidor, recomendo, sem dúvida nenhuma, que o pagamento seja feito à
vista, já que obterá 3% de desconto no IPVA e 6%, em média, no IPTU. Mas
é importante ficar atento aos compromissos futuros; muitas pessoas se
deixam levar pelo bom desconto e acabam esquecendo que haverá outras
contas a serem pagas naquele mesmo mês ou nos próximos. De que adianta
pagar à vista e conseguir desconto em uma despesa e não ter dinheiro
suficiente para quitar as outras?
Isso nos leva a outro importante aspecto da educação financeira: ter
reserva financeira. Isso evita problemas como esse e nos deixa mais
seguros, em caso de imprevistos. Enfim, com planejamento, é possível
terminar e começar o ano com segurança de uma vida financeira saudável e
muitas realizações.
Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educação
Financeira e autor de diversos livros sobre o tema, dentre eles o
best-seller Terapia Financeira.
Fonte: Diário de Petrópolis
sexta-feira, dezembro 12, 2014
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