terça-feira, julho 29, 2014

Entidade que doa livros para cegos precisa de ajuda

Um trabalho que há 28 anos beneficia os deficientes visuais está ameaçado. O programa Sal e Luz, que tem sede no Rio de Janeiro, e disponibiliza centenas de livros em áudio para todo o Brasil, pode parar de funcionar, já que a entidade, que vive de trabalho voluntariado e doações, não vem recebendo recursos para se manter. Atualmente, nem o empréstimo dos CDs e das fitas cassetes estão sendo realizados. 
Com um acervo de quase 3 mil títulos, a instituição trabalha com a conversão de textos para áudio, que é feita no próprio local, por voluntários, em cabines especiais. O local conta, principalmente, com fitas cassetes. Ao todo, são 2.300 áudios nessa modalidade e cerca de 250 em CD. 
O administrador do local, Sérvio Túlio Cardoso, explica que o público para quem é enviado os áudios é muito pobre e ainda utiliza esta plataforma de áudio. “Enviamos os arquivos pelos Correios, em uma modalidade chamada Cecograma, que é gratuita. A pessoa que recebe o arquivo, fica com ela durante 30 dias e depois manda de volta, da mesma forma”, declarou.
Para fazer a solicitação, o usuário precisa entrar em contato com a entidade, seja por meio do site www.audioteca.org.br/www.audioteca.org.br/, e-mail ou carta. São pelo menos 500 empréstimos por mês, mas, esse número já foi maior. “Antes, era, em média,  2 mil empréstimo ao mês, mas a situação tem ficado difícil. Atualmente, só duas pessoas trabalham lá, para dar conta do material que está sendo devolvido”, declarou. 
Uma solução para que o espaço volte a funcionar plenamente parece estar perto de acontecer. A entidade está em negociação e pode vir a pertencer a outro grupo, que, segundo Túlio, dará continuidade ao trabalho. “Os donos do prédio, onde o espaço funciona, está interessado em administrar o espaço. Mas ainda não está definido. Esperamos que essa seja a resolução para que este trabalho seja retomado”,  contou. 
Sobre os voluntários leitores, ou seja, aqueles que fazem a gravação dos textos, Túlio conta que tem uma grande demanda, mas como só há quatro salas de conversão, não dá para aceitar a todos. “Quando as pessoas se voluntariam, fazemos um cadastro, porque precisamos passar o treinamento para elas. Nesse caso, damos aula de dicção, entonação, voz e sistema”, explica. 
O trabalho é filantrópico e tem como objetivo levar a leitura para aqueles que não conseguem enxergar. O novo desafio da instituição, é fazer a conversão de material orientado para concursos públicos, mas que pode não acontecer, caso a entidade deixe de funcionar. 
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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