Os motoristas de ônibus, alvo de parte
das queixas, também se defendem e afirmam enfrentar grandes dificuldades
devido à ciclofaixa. Por ser de grande porte, para conseguir manter o
veículo na pista correta o condutor é obrigado a passar em cima do
espaço destinado aos esportistas da cidade. Muitos alegam temer
possíveis acidentes, levando em conta a dificuldade para desviar dos
pedestres e automóveis comuns.
“Todos os dias faço esse trajeto várias
vezes e isso me preocupa muito. Quando não tem nenhum carro do meu lado
consigo facilmente evitar a ciclofaixa. O problema é quando o tráfego
está intenso e para não colidir ou até mesmo fechar o outro automóvel
inevitavelmente utilizo a minha pista inteira, o que será um problema
quando tiver algum ciclista. Por isso ando o mais devagar possível e
fico muito atento para conseguir evitar uma tragédia”, confidenciou um
motorista de ônibus que não quis se identificar.
Já para o esportista Paulo Carius, a
implantação de uma ciclofaixa na cidade foi uma ótima ideia. “O que está
faltando é uma fiscalização efetiva do poder público porque ninguém
respeita o espaço que foi destinado para nós, amantes do esporte. Há
três anos corro e ando de bicicleta no local e agora estou ainda mais
inseguro, pois em duas ocasiões quase fui atropelado. As pessoas
praticam atividades no local sempre tensas”, afirmou.
O estudante João Paulo Neto defende a
não utilização da ciclofaixa. “Eu também pratico exercícios e acho muito
importante, mas do jeito que está sendo feita na Barão é perigoso.
Quando passo de carro pela região vejo os riscos em cada curva. As
pistas são estreitas e sempre há muitos acidentes. Se não tornarem pista
única ou substituírem as calçadas pela ciclofaixa, não vejo um jeito
seguro de se realizar esse projeto”, opinou.
O Sindicato das Empresas de Transportes
Rodoviários de Petrópolis, o Setranspetro, informou que até o momento
não foi constatada nenhuma reclamação por parte dos motoristas dos
coletivos no departamento operacional das empresas que atuam na Barão do
Rio Branco – Cascatinha, Turb e Cidade das Hortênsias. Apesar disso, as
informações denunciadas na reportagem serão apuradas e, se houver a
necessidade, repassadas para a Companhia Petropolitana de Trânsito e
Transportes, CPTrans, responsável pelo projeto. O Setranspetro afirmou
ainda que, assim como as empresas, apoia a iniciativa e solicitará
apenas alguns ajustes na medida, caso seja necessário. Durante a
apuração inicial já foi relatado um risco maior no lado direito da Barão
devido à pista estreita.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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