quinta-feira, julho 03, 2014

Firjan apresenta índice de desenvolvimento de Petrópolis

O especialista  em Desenvolvimento Econômico, Jonathas Goulart Costa apresentou nesta terça-feira o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), que foi divulgado no mês passado. O IFDM mostrou Petrópolis entre os 10 municípios do estado que mais evoluíram entre os anos de 2010 e 2011. A cidade passou do 14º lugar (com o índice de  0,7677, em 2010), para o 7º (com 0,7964, em 2011). A nível nacional, o município aparece na 372ª posição.  O índice é construído a partir de dados do Ministério da Saúde, da Educação e do Emprego e Renda. 
O índice varia de zero (mínimo) a 1 ponto (máximo) e classifica o nível de cada cidade em quatro categorias de desenvolvimento: baixo ( de 0 a 0,4), regular (0,4001 a 0,6), moderado (0,6001 a 0,8) e alto (0,8001 a 1). Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento do município.
O evento contou com a participação da presidente da Regional da Firjan Waltraud Keupper, que mencionou o momento difícil que o país está passando. “Estamos vivendo um momento que não sabemos bem para onde ir. O que vemos são empresários angustiados e um dos papéis dos índices é mostrar o contexto onde estamos. O IFDM é um importante indicador da evolução dos municípios em áreas prioritárias. Pretendemos, com o estudo, contribuir com a administração pública, apontando a necessidade de políticas públicas eficientes em determinados setores e deixando claro onde há necessidade de mais investimentos”,  disse. 
Jonathas lembrou que o IFDM foi criado em 2008, para acompanhar as três vertentes dos 5.565 municípios do país. “O desenvolvimento econômico vai além, do que se observa no PIB per capita. O IFDM é uma ferramenta que permite que a própria sociedade possa cobrar o governo. Ele revela se o básico é oferecido pelo município”, comentou. 
Na área de educação, o índice avalia o número de matrículas na educação infantil, abandono, distorção idade-série e docentes com ensino superior, média de horas aula diárias e resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), no ensino fundamental. A análise engloba a geração de emprego formal, absorção de mão de obra local, geração de renda formal, salários médios do emprego formal e desigualdade. Enquanto na área de saúde o IFDM considera o número de consultas pré-natal, registro de óbitos por causas mal definidas, óbitos infantis por causas evitáveis e internação sensível à atenção básica. 
Jonathas explicou que, com estes dados, foi possível verificar que o número de trabalhadores com carteira assinada dobrou no país, assim como diminuiu a taxa de abandono no ensino fundamental. “Agora almejamos novos desafios, expectativas e conquistas de desenvolvimento. Conforme passa o tempo, maiores são as exigências da população”, afirmou. 
Ele também comparou a situação nacional com a de outros países. “O número de docentes com ensino superior no Brasil é de 74%. Já nos Estados Unidos, este número é de 100%”, observou. Da mesma forma, ele mostrou que a taxa de abandono em ensino fundamental no Brasil é de 3,1% e no Chile é de 1,3%. Enquanto a população com carteira assinada no Brasil é de 30,4% e no Chile de 34%. 
Ainda a nível nacional, ele ressaltou que 35 municípios passaram para a posição de alto desenvolvimento em 2011. Na área de educação, 81% dos municípios apresentaram melhora e na saúde, 65%. E, com relação a emprego e renda, foi registrado um recuo 23% inferior aos anos anteriores. “Verificamos que a vertente emprego é o calcanhar de aquiles de muitas prefeituras”, comentou. 
Um dos motivos que leva os municípios a recuar em algumas vertentes pode ser, segundo o especialista, porque as políticas públicas, não são voltadas para aquela área específica. 
A cidade do Rio de Janeiro se destacou na área da saúde, onde 32 municípios tem alto desenvolvimento. Enquanto 21 cidades tiveram alto desenvolvimento com relação a educação. Já emprego e renda, apareceu com índice intermediário.  
O coordenador da Frente Pró Petrópolis, Philippe Guédon, acredita que os baixos índices tem a ver com as políticas nacionais e estaduais. “Sabemos como Petrópolis foi tratada na crise que viveu em 2011, ano em que sofreu uma tragédia natural”, disse, referindo-se a falta de repasses dos governos. 
Na ocasião, o Secretário de Planejamento Eduardo Áscoli, ressaltou a importância do IFDM. “Estamos vivenciando uma fase de construção de indicadores próprios, que nos levam a reflexão”, comentou. 
A apresentação contou ainda com a participação do prefeito Rubens Bomtempo, que afirmou que esta discussão é de interesse do município, uma vez que, com essa ferramenta é possível fazer uma avaliação para melhoras as condições da cidade. “A Firjan  cumpre um papel importante no sentido de exercitar a democracia e gerar uma discussão mais ampla”, declarou. Ele ressaltou ainda que é preciso tratar o empresário como patrimônio da cidade e fortalecer a indústria nacional e o que é produzido no país. 
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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