terça-feira, julho 01, 2014

Motociclistas se arriscam a 300 km/h na BR-040

A alta velocidade de motociclistas na BR-040 tem assustado os motoristas que trafegam pela rodovia. Denúncias feitas à Polícia Rodoviária Federal (PRF), responsável pela fiscalização das estradas federais, revelam que a realização de “pegas” pode ser um dos fatores que levam os pilotos a acelerar o velocímetro.
Uma denúncia anônima feita ao jornal revelou que, há duas semanas, na altura do posto Brazão, na BR-040, cerca de 15 motociclistas estavam se posicionando para “dar a largada”, como em uma corrida oficial, onde na frente ficam os primeiros colocados de competições anteriores. Eles estavam com roupas próprias para corridas e com motos de alta potência. “Nós sabemos que existem estas corridas e vemos com frequência os motociclistas em alta velocidade na rodovia. As informações são que eles fazem apostas e as competições são feitas para ver quem percorre a Serra em menos tempo ou quem chega a Belo Horizonte mais rápido”, disse a denúncia.
Um vídeo no Youtube, comprova o que diz a denúncia. Nele, só é possível ver o velocímetro de uma moto, que está trafegando pela rodovia e chega a 299 quilômetros por hora.
A alta velocidade pode ser um dos motivos que tem feito com que as estatísticas de acidentes de moto aumentem a cada dia. De janeiro a abril deste ano, um levantamento do Hospital Santa Teresa mostrou que foram 137 acidentes de moto, ou seja, o número representa mais de um acidente por dia. Deste número, 107 são homens e 30 mulheres. Os dados são maiores que os de acidentes de carro, que são de 106 pessoas, no mesmo período, sendo 68 homens e 38 mulheres.
Já dados da Coordenação de Epidemiologia da Secretaria de Saúde, mostram que este número vem crescendo ao longo dos anos. Nos últimos 7 anos, a cidade registrou, pelo menos, 6.912 acidentes de moto, uma vez que, os dados de 2013 foram contabilizados até o mês de setembro. Considerando que foram 2.400 dias, neste período, o número equivale a quase 3 acidentes por dia. O maior registro aconteceu em 2009, com 1.139 acidentes. Em 2013, até setembro, foram 847. Já o número de acidentes de carro foi de 4.205.
De acordo com a PRF, o policiamento com motocicletas em toda a extensão da Rodovia Washington Luís (BR-040) foi reforçado para dar mais mobilidade e eficácia na fiscalização em situações como essas (de pegas). “Reforçamos as rondas em pontos específicos da rodovia, principalmente naqueles onde há maior incidência de acidentes, infrações e crimes de trânsito, para inibir tal prática. O moto-policiamento tem se demonstrado bastante eficiente no combate às mais diversas irregularidades encontradas”, informou a PRF.
Instrutora de uma autoescola na cidade, Odete Gomes Leal lembra que em Petrópolis existem 6,7 motocicletas para cada 100 habitantes. O número é maior que na capital do estado, onde são apenas 3,7. Ela mesma já presenciou cenas de motociclistas em velocidades altas na rodovia e acredita que a conscientização é a única maneira de mudar as estatísticas. “Quando o motociclista está na autoescola, ele faz aulas em uma moto de baixa cilindrada. Depois que é aprovado e consegue a carteira de habilitação, acaba comprando motos mais potentes e tem a mania de achar que acidentes só acontecem com os outros”, disse. Ela mencionou ainda o fato de países como a Alemanha, onde não existe limite de velocidade e o número de acidentes de trânsito é baixo. Além disso, ela citou o fato de que um motociclista que trafega a 300 quilômetros por hora na BR-040, coloca em risco outras vidas.
A PRF ressaltou que o trânsito seguro é um dever do estado, mas responsabilidade de todos e, por este motivo, pede a colaboração da sociedade, inclusive por meio de denúncias, que podem ser feitas pelo telefone 191.

Três pessoas morreram em acidentes de moto nesta semana
O constante número de acidentes, não acontece só na rodovia. Nesta semana, três homens morreram vítimas de colisões envolvendo motocicletas na cidade. O primeiro aconteceu na segunda-feira, na Estrada da Saudade, quando um jovem de, aproximadamente, 30 anos, morreu após colidir de frente com um ônibus.
Na noite do mesmo dia, um homem de 60 anos, também se envolveu em uma colisão na rua Coronel Veiga. Luiz Felipe Barbosa de Castro, não resistiu aos ferimentos e morreu antes de chegar ao hospital.
Já na manhã de terça-feira, José Coelho de Souza bateu em um ônibus, na Avenida Piabanha. Ele chegou a ser levado para o HST, mas morreu após sofrer uma parada cardíaca.
Outras 5 pessoas ficaram feridas também nesta semana, por causa de acidentes com motocicletas.
 Fonte: Tribuna de Petrópolis

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