Cresce 20% o número de mortes no trânsito

Mistura de alta velocidade e consumo de álcool faz muitas vítimas na faixa de 17 a 30 anos. A imprudência no trânsito, provocada ou não pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas, deixa preocupantes registros nas noites da cidade. O desrespeito à legislação de trânsito resultou em mais duas mortes na última semana, quando duas jovens morreram ao serem atropeladas por um motorista que dirigia em alta velocidade na Estrada União e Indústria. Casos como esse aumentam as estatísticas de vítimas entre 17 e 30 anos de idade envolvidas em acidente. De acordo com o coordenador do Grupo Petrópolis Resgate, Renato Ghiggino, neste ano, nos meses de janeiro a julho, houve um aumento de 20% nos casos, se comparado com mesmo período de 2006. O Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do Rio de Janeiro aponta vítimas de acidente no trânsito ainda mais jovens – de 15 a 19 anos – em 1.700 casos pelo estado. Renato ressalta não ser de hoje que alerta para o problema observado em 2000, quando iniciou o trabalho com o grupo nos finais de semana de Itaipava. Desde aquela época, a equipe de resgate observa a associação álcool/direção, o que resultou num longo arquivo de tragédias pela cidade. Nos sete primeiros meses desse ano foram registrados 18 acidentes com motos, 6 atropelamentos e 32 colisões. Dos atendimentos, 125 foram motivados por embriaguez em grandes eventos pela região. O consumo de álcool é a causa de 70% dos socorros. “Infelizmente, o caso da última semana será apenas mais um para as estatísticas. Acidentes trágicos servem como alerta, eles acabam caindo no esquecimento”, disse Renato. A falta de punição para as imprudências é um dos fatores que incentivam o comportamento irresponsável no trânsito. “Quando o Código Nacional de Trânsito foi criado, os registros de acidente diminuíram, mas hoje voltaram a crescer. As pessoas vêem que não há punição e assim continuam desrespeitando e provocando acidentes com morte”, disse. O comportamento agressivo no trânsito entre os jovens é considerado típico da noite na cidade e na maioria das vezes é provocado pelo uso do álcool. “Estamos cansados de sermos chamados para retirar pessoas embriagadas das boates aos finais de semana”, conta, destacando que Itaipava precisa de maior atenção: “Itaipava está em ascensão de diversão noturna para jovens”. Os eventos com bebida liberada geram maiores ocorrências. “Esses são os piores, eventos como esse deveriam deixar de existir. Os atendimentos mais comuns são de alcoolismo e agressões”, destaca Renato. Em ocasiões como essa, a estatística aumenta para 90% os casos gerados pela bebida. Um dado que Renato ressalta é o fato de na maioria das vezes o consumo excessivo partir das mulheres.