O reajuste no preço do gás acabou superando
todas as expectativas do consumidor. O aumento, que seria de 10%, segundo a
Agência Nacional do Petróleo (ANP), acabou ultrapassando os 28% em alguns
lugares, como é o caso de Petrópolis. O reajuste foi divulgado pela Petrobras
na semana passada. Em nota, a empresa havia informado que o preço poderia subir
até 15%. Quem pagava, em média, R$ 50 por um botijão de 13kg para consumo
residencial até a última semana, está pagando R$ 68 pelo mesmo produto. E, em
alguns lugares, o valor exorbitante supera os R$ 70. O impacto é ainda maior
para quem utiliza o gás na fabricação de outros produtos, como as padarias, por
exemplo. A proprietária de uma panificadora na Praça Marechal Carmona, que
gastava em média de R$ 50 a R$ 100 por dia utilizando de uma a duas botijas,
hoje gasta de R$ 70 a R$ 140, dependendo do consumo. “Eles disseram que o
aumento seria de até 15%, mas não é isso que estou vendo. Eu estou pagando um
absurdo pelo botijão. Antes pagava R$ 55 e agora estou pagando R$ 68. Foi um
reajuste muito alto. O comércio não tem o que fazer, estamos levando a situação
até chegar ao ponto que vamos ter que repassar para o consumidor. Estamos
segurando há muito tempo, mas vai ter um dia que não vai dar mais”, contou a
comerciante Ivanes Pereira, que tem a padaria há 12 anos. Em restaurantes como
o Restaurante do Vizinho, na Praça Duque de Caxias (Praça do Skate), o prejuízo
pode ser ainda maior. O estabelecimento, que gasta em média de R$ 2 mil a 3 mil
por mês, pode ter um custo de mais de R$ 3,5 mil. “A energia já subiu e agora
vem o gás. É muito difícil segurar esse aumento todo sem passar para o cliente,
mas nós vamos engolindo a seco e segurando enquanto podemos. Estou há 14 anos
no ramo e este é o pior aumento ao longo de quase uma década e meia. É a
primeira vez que temos um gasto tão alto com combustível”, revelou Sônia de
Paula Gomes, sócia do restaurante. O preço mais em conta encontrado pela equipe
da Tribuna para um botijão entregue em casa foi de R$ 67,50 no distrito de
Cascatinha. O preço médio cobrado é de R$ 69. A dona de casa Laura Rosimere
Dias, de 59 anos, aposentada, que mora no distrito da Posse, disse que não tem
como economizar no consumo do gás. “Não tenho como driblar isso. Se eu deixar
para esquentar uma comida no micro-ondas, por exemplo, vou gastar ainda mais
com eletricidade. Então ficamos reféns disso. Essa crise está acabando conosco.
Eu tenho mais três pessoas em casa e não posso deixá-las com fome porque o gás
está caro. Acho um absurdo fazerem isso com a gente”, desabafou. Laura, que
mora com três filhas, gasta, em média, uma botijão por mês.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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