O período de estiagem tem
acentuado as ocorrências de incêndios florestais na cidade. Há quatro dias,
militares do Corpo de Bombeiros de Petrópolis e Itaipava estão empenhados no
combate ao fogo em uma região de Mata Atlântica, em Secretário. Segundo o comandante
Eric Soledad, já foram queimados cerca de 1 milhão de metros quadrados, o que
corresponde à cerca de 100 campos de futebol. Na região, o fogo chegou próximo
às residências e exigiu um trabalho intenso dos bombeiros. Na noite de
terça-feira, um incêndio também atingiu a área do Alcobacinha, no Itamarati.
Embora em menores proporções, o fogo chegou próximo às casas e demorou mais de
três horas para ser combatido. A chuva que começou a cair na cidade na noite de
terça ajudou no combate.
Em Secretário, o trabalho
começou na tarde de segunda-feira e já dura mais de 36 horas. Hoje, o
comandante revelou que a equipe retorna ao local para monitorar se houve
reignição. Além da mata, o fogo chegou a atingir postes, afetando os serviços
de energia elétrica e telefonia na região, que englobando a Estrada de
Fagundes, que dá acesso à Fazenda Belmonte.
Ao todo, 20 bombeiros foram
deslocados para o local. A guarnição contou ainda com o apoio de 5
guarda-parques da Reserva Biológica de Araras (Rebio-Araras) e a ajuda da
população. Para Soledad, o incêndio teve início a partir de práticas ilegais,
como limpeza de pasto e fogo colocado no lixo. Ele ressaltou ainda que houve
demora para acionar o Corpo de Bombeiros. “Quando chegamos, a população disse
que o fogo teve início três dias antes. Em casos como esse, quanto mais cedo
formos acionados, menor é o prejuízo para o meio ambiente e para as pessoas que
vivem no local”, destacou.
De acordo com o comandante, uma
residência chegou a ser parcialmente afetada. “Estamos em um momento de
estiagem e pedimos para que as pessoas evitem colocar fogo no lixo, no pasto e,
se forem acampar, que não façam fogueiras”, ressaltou.
Ricardo Ganem, chefe da Rebio
Araras, explicou que os incêndios geram uma perda ambiental, que impacta na
qualidade de vida da população. Segundo ele, são essas ocorrências que
influenciam no aumento da temperatura, na diminuição hídrica – córregos secam
ou tem seu volume de água diminuído, o solo fica exposto e aumenta a
susceptibilidade à erosão. Além disso, a fauna muitas vezes não consegue
escapar”, disse, ressaltando que animais como gambás, tatus, ouriços, aves que
estão no ninho, cobras e lagartos são os que mais morrem em incêndios
florestais. “É uma enorme perda da diversidade biológica em plena crise hídrica
que o país está vivendo. Sabemos que as florestas são importantes para
manutenção dos rios. Em breve, áreas que não tinham problemas com o
abastecimento podem começar a ter”, alertou.
Durante o combate, os
guarda-parques da Reserva auxiliaram no combate com ações preventivas para
evitar que o fogo afetasse as casas. “O clima não ajudou, a região ainda está
muito seca. Além disso, não há captação de água próxima, então tivemos que
levá-la de Araras”, finalizou.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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