quinta-feira, setembro 03, 2015

Incêndio florestal em Secretário dura mais de 6 dias


O período de estiagem tem acentuado as ocorrências de incêndios florestais na cidade. Há quatro dias, militares do Corpo de Bombeiros de Petrópolis e Itaipava estão empenhados no combate ao fogo em uma região de Mata Atlântica, em Secretário. Segundo o comandante Eric Soledad, já foram queimados cerca de 1 milhão de metros quadrados, o que corresponde à cerca de 100 campos de futebol. Na região, o fogo chegou próximo às residências e exigiu um trabalho intenso dos bombeiros. Na noite de terça-feira, um incêndio também atingiu a área do Alcobacinha, no Itamarati. Embora em menores proporções, o fogo chegou próximo às casas e demorou mais de três horas para ser combatido. A chuva que começou a cair na cidade na noite de terça ajudou no combate. 

Em Secretário, o trabalho começou na tarde de segunda-feira e já dura mais de 36 horas. Hoje, o comandante revelou que a equipe retorna ao local para monitorar se houve reignição. Além da mata, o fogo chegou a atingir postes, afetando os serviços de energia elétrica e telefonia na região, que englobando a Estrada de Fagundes, que dá acesso à Fazenda Belmonte. 

Ao todo, 20 bombeiros foram deslocados para o local. A guarnição contou ainda com o apoio de 5 guarda-parques da Reserva Biológica de Araras (Rebio-Araras) e a ajuda da população. Para Soledad, o incêndio teve início a partir de práticas ilegais, como limpeza de pasto e fogo colocado no lixo. Ele ressaltou ainda que houve demora para acionar o Corpo de Bombeiros. “Quando chegamos, a população disse que o fogo teve início três dias antes. Em casos como esse, quanto mais cedo formos acionados, menor é o prejuízo para o meio ambiente e para as pessoas que vivem no local”, destacou. 

De acordo com o comandante, uma residência chegou a ser parcialmente afetada. “Estamos em um momento de estiagem e pedimos para que as pessoas evitem colocar fogo no lixo, no pasto e, se forem acampar, que não façam fogueiras”, ressaltou. 

Ricardo Ganem, chefe da Rebio Araras, explicou que os incêndios geram uma perda ambiental, que impacta na qualidade de vida da população. Segundo ele, são essas ocorrências que influenciam no aumento da temperatura, na diminuição hídrica – córregos secam ou tem seu volume de água diminuído, o solo fica exposto e aumenta a susceptibilidade à erosão. Além disso, a fauna muitas vezes não consegue escapar”, disse, ressaltando que animais como gambás, tatus, ouriços, aves que estão no ninho, cobras e lagartos são os que mais morrem em incêndios florestais. “É uma enorme perda da diversidade biológica em plena crise hídrica que o país está vivendo. Sabemos que as florestas são importantes para manutenção dos rios. Em breve, áreas que não tinham problemas com o abastecimento podem começar a ter”, alertou. 

Durante o combate, os guarda-parques da Reserva auxiliaram no combate com ações preventivas para evitar que o fogo afetasse as casas. “O clima não ajudou, a região ainda está muito seca. Além disso, não há captação de água próxima, então tivemos que levá-la de Araras”, finalizou. 

Fonte: Tribuna de Petrópolis

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