O número de veículos furtados
em Petrópolis vem crescendo a cada ano. Em 2015, o acumulado do primeiro
semestre é de 154 registros. No ano passado, no mesmo período foram 130 casos,
um aumento de 18,46%. Há cinco anos, o acumulado do ano inteiro era menor do
que a soma dos registros dos seis primeiros meses deste ano. Foram 141 casos em
2010. E as motos são os principais alvos dos criminosos.
Segundo o delegado titular da
105ª Delegacia de Polícia, Alexandre Ziehe, apenas as motos representam 80% dos
veículos furtados na cidade. “São veículos mais fáceis de levar sem chamar
muita atenção. Os carros exigem fazer o arrombamento, muitos tem sistemas de
segurança como travas e alarmes, o que dificulta o furto”, explica.
Os registros de casos da última
semana ilustram a afirmação do delegado. Dos cinco veículos furtados, quatro
foram motocicletas. Dois deles no Centro histórico, sendo um na Praça Dom Pedro
II, em um estacionamento de motos. Uma área movimentada do centro da cidade. Em
todos os casos, motos de baixa cilindrada, os modelos mais baratos. “Não são
furtos com foco na tentativa de venda da moto. Em alguns casos elas tem as
peças retiradas e vendidas, mas na maioria das vezes elas ficam nas mãos do
próprio ladrão”, informa o investigador Renato Rabelo, também da 105ª DP.
E os furtos tem relação direta
com o tráfico de drogas. O investigador da delegacia do Retiro salienta que as
investigações feitas pela unidade policial acabam concluindo que esses veículos
vão parar, quase sempre, nas mãos de jovens ligados ao comércio de
entorpecentes. “O destino dessas motos são as comunidades onde o tráfico de
drogas é mais intenso. Este ano por exemplo, em uma operação deflagrada no
bairro da Glória foram recuperas três motos”, afirma.
Falando em veículos
recuperados, esta estatística vem crescendo. No ano passado, foram 77 os que
voltaram para as mãos dos donos no primeiro semestre. Este ano, a soma é de 93
recuperações – um aumento de 20,78%. Uma das motos recuperadas em 2015 foi a do
garçom Michel do Valle, de 28 anos. Ela foi levada da porta da casa dele, no
bairro Duarte da Silveira, e encontrada na casa do suspeito, no bairro da
Glória, menos de duas horas depois do furto. “Foi determinante comunicar rápido
o furto e a ação também rápida da Polícia Militar”, destaca Michel, que mudou o
local onde a moto ficava guardada e que pensa em adotar novas medidas de
segurança para não ser vítima do crime novamente.
Mas, se a recuperação do
veículo foi rápida, lenta é a burocracia para que a moto volte a ser
regularizada. O crime contra Michel aconteceu no mês passado, no dia 9. Mais de
um mês depois, ele não pode rodar com a motocicleta porque ela ainda consta
como furtada. “Eu tenho me virado andando de ônibus, as vezes de carro. Mas a
moto é meu meio de transporte principal”, lamenta.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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