sexta-feira, julho 31, 2015

Mesmo com mais vagas disponíveis, motoristas enfrentam dificuldade para agendar vistoria


Apenas nos três primeiros dias da Operação “Pavio Curto”, deflagrada pelas secretarias de Fazenda do estado e do município (com apoio do Detran e da PM), 123 carros foram retirados de seus proprietários – pela falta de licenciamento anual – e encaminhados para o pátio de apreensões do bairro Morin, administrado pela empresa Rodando Legal. As apreensões resultaram em um aumento na procura pelas vagas de vistoria disponibilizadas pelo posto do Detran em Petrópolis. Sem vagas disponíveis, mesmo com o aumento em 80% do número de vistorias (graças a abertura de um ponto volante de licenciamento na Br-040, aos sábados), os proprietários reclamam. No Morin, as reclamações crescem pela falta de estrutura.

Hoje foi mais um dia da operação “Pavio Curto”, que desta vez fiscalizou veículos que passavam pelo Retiro e por Itaipava. Mas, foi também mais um dia de reclamações daqueles que ainda buscam fazer a vistoria ou recuperar o carro que foi apreendido nos dias anteriores da operação. Por telefone ou pela internet não há vagas, pelo menos não para Petrópolis. A aposentada Lígia Machado, moradora do Manoel Torres, no Bingen, diz que vem tentando insistentemente agendar a vistoria em Petrópolis. “Fiquei ontem (quarta-feira) das 20h às 22h tentando pelo site do Detran, mas não abre vaga para cá. Hoje comecei a tentar desde as 8h. Só consegui agendar para Paraíba do Sul”, reclama.

Quando a operação começou na segunda-feira, também foi anunciada a ampliação do atendimento, com o oferecimento de vagas para vistoria aos sábados, a partir deste sábado, dia 1. Com a instalação de um posto volante no km 70,5 da pista sentido Rio de Janeiro, com capacidade de atender até 240 carros por dia. Mas, mesmo com essas vagas extras, que se somam à capacidade de atender 380 carros dias, de segunda a sábado do posto do Detran do Alto da Serra. “Não tem mais vaga para sábado”, reclama Lígia, que depende do carro para levar as netas no colégio e a mãe no médico.

No posto de vistoria do Alto da Serra, as vagas ofertadas foram preenchidas nas semanas anteriores. Na manhã de ontem, quando nossa equipe esteve no espaço, o atendimento seguia sem sobrecarga, graças ao funcionamento de todas as linhas de atendimento e a limitação de vagas pela capacidade atendimento do posto. Mas, no pátio de apreensões do Morin, havia fila, longa espera e motoristas irritados. A maior parte deles, passando pelo transtorno por não ter conseguido vistoriar o carro antes do fim do prazo de licenciamento 2014 vencer.

Mário César teve o carro levado na operação em Itaipava. O IPVA (Imposto Sobre Propriedade de Veículos Automotor) estava pago, mas a vistoria, por falta de tempo ainda não havia sido feita. Resultado: mais prejuízo. “Eu paguei a taxa de reboque (R$ 155) e mais uma diária (R$ 73). O problema é que eu saio daqui sem a garantia de que se for parado em outra blitz não vou ter o carro apreendido de novo, já que não se consegue marcar vistoria”, afirma.

A revolta do contador Roberto de Oliveira é em relação à maneira como o carro deixou o pátio. “Está fazendo um barulho na direção que não estava. Quando peguei o carro falei que queria tirar o lacre, o funcionário me disse para fazer isso do lado de fora. Quando comecei a andar com o carro estava fazendo barulho. Quando voltei para reclamar disseram que deveria ter tirado o lacre no lado de dentro. Como assim?”, questiona o contador, que vai procurar um mecânico e depois decidir se vai buscar o ressarcimento. “Eles estão transportando dois carros com um reboque. Duas taxas pagas em uma viagem. Sendo que o carro que fica fora da prancha fica preso pelo eixo dianteiro. Isso pode ter danificado o carro”, avalia.

O técnico em manutenção em de elevadores, João dos Santos, questiona ainda o desencontro de informações. A van em que trabalha, apreendida na semana passada – fora da operação “Pavio Curto”, permanece no pátio, acumulando um prejuízo de R$ 1.200. “O carro estava licenciado. Ele foi apreendido porque não tinha um motorista habilitado com a carteira “D”. Mas, nem deveriam ter levado a van. Tinham que ter aguardado um motorista habilitado buscar”, relata João que diz que desde então vem tentando retirar sem sucesso o veículo. “Estou vindo aqui todo dia desde de segunda, várias vezes ao dia. Cada hora uma exigência. A van está no nome do meu irmão, falaram que precisava de uma procuração. Trouxe autenticada no cartório. Disseram que não podia ser um irmão, tinha que ser pai ou mãe. Despois, que precisava de uma autorização do Ciretran porque a van tem placa de São Paulo. E assim já vai uma semana e a gente sem a van para trabalhar”, afirma.

Na quarta-feira, a Tribuna de Petrópolis trouxe em reportagem as reclamações de outros usuários, entre elas a de que não havia banheiro na unidade e poucas pessoas para atender a demanda que cresceu esta semana em função das blitzen. Outra reclamação se referia a infraestrutura do espaço, além da emissão de nota fiscal. Sobre o atendimento no pátio do Morin, a Rodando Legal, por meio de nota diz que “a estrutura da unidade Petrópolis atende ao fluxo de atendimento local” e que em casos de operações especiais como a desta semana “cresce o volume de atendimento, mas nada que saia do controle da equipe”. Diz ainda que o tempo de liberação média dos veículos é de 20 minutos. Sobre os banheiros, informa que “a unidade conta com sanitários masculinos e femininos”. Sobre as notas fiscais, afirma que elas são emitidas e ainda “arquivadas em cada processo de retirada, havendo ainda a possibilidade de envio por e-mail”.

Fonte: Tribuna de Petrópolis

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