domingo, julho 12, 2015

Café com Cultura


Maria Eduarda foi a primeira aluna a ter seu texto publicado. Foto Marco Oddone
Café com Cultura é o nome do novo projeto da Escola Municipal Dr. Theodoro Machado, no Vale do Cuiabá. A iniciativa tem o objetivo de estimular a produção textual junto às turmas do 2º segmento.

Como a ideia é ultrapassar os muros da escola e atingir também a comunidade, os organizadores da iniciativa elegeram como veículo aquele que primeiro chega a todos os lares, nas primeiras horas do dia: a embalagem do pão.
Atendendo esta proposta, os alunos estarão numa dinâmica de produção textual contínua, e, conforme critérios preestabelecidos, será selecionado o texto mais expressivo a cada semana. Esse vai para a embalagem do pão. 
“Manteremos sigilo até que seja publicado, o que causará grande curiosidade por parte dos alunos e leitores. A cada domingo, será lançado novo texto, continuando sua divulgação durante a semana. A comunidade acompanhará essa publicação semanalmente, comprando o pão e guardando o papel”, esclarece a professora de língua portuguesa, Romelita Reis. 
A iniciativa partiu da ideia da orientadora Rosemary Caçador, que verificou a necessidade de trabalhar a escrita e sua função social. 
“O que escrever? Como escrever? Para quem escrever? Nesta última está a questão social embutida”, explica. 
Contos, memórias, poemas, tudo está valendo. O importante é participar. 
“As produções textuais são desenvolvidas de acordo com cada ano de escolaridade, do 6º ao 9º ano”, acrescenta Romelita. 
Envolvendo aproximadamente 100 alunos, o projeto já é um sucesso, principalmente pela questão do envolvimento dos estudantes. Mesmo quem não gosta de escrever está sendo tocado pelo Café com Cultura. 
“Escrever não é meu forte, mas gostei dessa proposta porque encontrei uma oportunidade de me expressar”, comenta Arthur Silva, de 14 anos, aluno do 9º ano. 
“Também não gosto muito, mas essa proposta me animou mais”, revela a aluna do 8ª ano, Gabriele Mello, de 14 anos. 
E para quem gosta de escrever a proposta é mesmo um “prato cheio”. 
“Quando começo a escrever não consigo parar, cada hora surgem novas ideias. Uma melhor que a outra. Quero muito ser jogador de futebol, mas se eu não conseguir, com certeza, quero ser escritor”, diz Yago Silva, de 11 anos, aluno do 6º ano. 
Quem está feliz da vida com o resultado da primeira edição do projeto é Maria Eduarda Vertelo, de 13 anos, que atualmente cursa o 8º ano. 
“Eu não esperava que meu texto seria escolhido. Eu gostei muito”, conta ela, entre sorrisos tímidos.  
“Em novembro, nossos autores estarão autografando suas publicações em alto estilo, em uma tarde literária. Neste dia, todos que levarem suas embalagens de pão terão a oportunidade de encaderná-las, compondo um belo livro”, conclui Rimelita. 
“Essa iniciativa está dando o que falar. Estamos tendo um bom retorno do pessoal das pousadas e veranistas. Eles fazem perguntas, querem saber quem escreveu...Bem bacana”, relata Lairton Teixeira, proprietário da padaria da região, que abraçou a ideia. 
Fonte: Tribuna de Petrópolis 

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