A partir de hoje, o valor do
pedágio para usuários da rodovia BR-040 ficou mais caro. O aumento, autorizado
pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), foi de 24,37%. Para
automóveis de passeio, o valor passou de R$ 9,00 para R$ 11,20. Ou seja, R$
2,20 a mais do que o valor cobrado anteriormente. Segundo a agência, o objetivo
é manter o equilíbrio econômico-financeiro celebrado no contrato de concessão.
As Comissões de Transporte da Assembleia Legislativa do Rio e de Minas vão
atuar em conjunto para tentar medida judicial que reverta o reajuste. Já o
deputado Hugo Leal (PROS-RJ) vai exigir do poder público e dos órgãos
competentes providências para barrar esse aumento, bem acima da inflação do
período, que ficou em 8,89%.
A medida impacta diretamente na
vida de centenas de petropolitanos que descem e sobem a serra todos os dias e
provocou indignação, tanto da população, quanto de entidades como o Sindicato
do Comércio Varejista de Petrópolis (Sicomércio), a Ordem dos Advogados de
Petrópolis (OAB), o Sindicato dos Caminhoneiros e demais usuários da rodovia.
Más condições da rodovia e as consequências que o reajuste pode causar, como
aumento da passagem de ônibus, são alguns dos questionamentos.
A fim de tentar impedir que a
população seja penalizada, o deputado Hugo Leal informou que vai agendar
reuniões com representantes da ANTT e do Ministério Público Federal, além do
Tribunal de Contas da União (TCU). Desde o início da cobrança de pedágio, em
1996, a tarifa subiu 319%. Isso se for levado em conta o período até agosto de
2014, quando entrou em vigor o reajuste anterior. Na época, os motoristas
deixaram de pagar R$ 8,00 e passaram a desembolsar R$ 9,00 a cada passagem na
praça de pedágio.
No ano passado, o parlamentar
protocolou no TCU representações para contestar os reiterados aumentos de
pedágio na BR-040, bem como exigiu a elaboração de processo licitatório para as
obras da nova subida da serra de Petrópolis. Diversas reuniões foram realizadas
com a participação de representantes do Ministério Público Federal e segmentos
representativos da sociedade civil.
Para Marcelo Fiorini, do
Sicomércio, o aumento é inapropriado e o impacto será negativo para a cidade.
“Tanto o comércio quanto o turismo serão severamente prejudicados com esta
medida. É lamentável que eles atuem desta forma, levando em conta, inclusive,
as condições precárias da rodovia, em função das obras”, destacou.
As más condições da estrada
também foram destacadas pelo presidente da 3ª Subseção da Ordem dos Advogados
do Brasil, Antônio Carlos Machado. “Não estamos vendo benefício nenhum na
manutenção. Quem trafega na serra sofre com as más condições da pista. A
conservação é muito malfeita. Os buracos e irregularidades são visíveis em toda
a subida da serra”, afirmou, acrescentando que espera que o Ministério Público
Federal (MPF) e as lideranças políticas, que representam a cidade no Estado e
em Brasília, atuem de maneira firme para evitar um aumento tão lesivo.
Mauro Corrêa, coordenador do
Instituto Civis, teme também que haja um aumento no valor das passagens. Ele
mora em Petrópolis e trabalha no Rio. Diariamente sobe e desce de ônibus e o
receio é que, com o aumento exorbitante do pedágio, a empresa acabe repassando
para o consumidor. Além disso, ele teme que também haja impacto negativo no
setor de turismo.
O reajuste também afeta
diretamente, os caminhoneiros da cidade. Carlos Alberto Pacheco, coordenador
regional do Sindicato dos Caminhoneiros do Rio de Janeiro, explicou que não tem
como repassar esse aumento para o cliente. “Nós é que vamos sair no prejuízo,
porque os empresários também estão enfrentando a crise econômica. Se aumentamos
o valor do frete, eles ficam sem lucro nos negócios”, comentou. Ele disse que
sobe e desce todos os dias e, além do pedágio, também tem os custos com o
combustível.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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