A estiagem no Brasil vem se
tornando um grande problema para o país nos últimos anos. O estado de São Paulo
é a região que mais sofre atualmente com problemas no abastecimento de água.
Apesar do quadro preocupante, Petrópolis ainda não foi diretamente afetada pela
seca, e consequentemente, pela crise hídrica nacional. Segundo a concessionária
Águas do Imperador, responsável pelo abastecimento de água na cidade, a empresa
está operando sem problemas há cerca de 20 dias com 85% da capacidade. Já os
pedidos de ligação de água, de acordo com a empresa, aumentaram cerca de 30% se
comparado ao mesmo período do ano passado.
A concessionária informou ainda
que conta com dois sistemas alternativos de abastecimento – a Ponte de Ferro e
o Rio da Cidade, que acrescentam 30% do volume total distribuído diariamente e
que os sistemas quase não foram usados nos últimos 20 dias. Já em janeiro deste
ano, a Concessionária informou, na época, que o abastecimento estava operando
com 90% da capacidade e os sistemas alternativos estavam sendo utilizados.
Porém, mesmo diante das altas temperaturas registradas no início do ano, menos
de 1% da população atendida pela Concessionária teve problemas de
abastecimento.
Na manhã de hoje, a equipe da
Tribuna de Petrópolis foi até o reservatório de água que existe no bairro
Caxambu e flagrou o nível bem abaixo do que pode ser visto em épocas onde as
chuvas são registradas com mais frequência, apenas 60 centímetros marcava o
medidor do reservatório, que chega a até 2m. Em alguns pontos, os canos que
recebem parte da água captada já não estão completamente cobertos, o que pode
indicar a pouca quantidade de água no local.
Apesar disso, de acordo com o
lavrador Marco Antônio, que vive no local há 44 anos, a situação na opinião
dele não está crítica. “Nasci e fui criado aqui. Entendo que as pessoas se
assustem em ver a cachoeira quase vazia, porém nesta época do ano,
outono/inverno, é sempre assim. Na verdade, já presenciei, inclusive, situações
piores e mesmo assim a natureza sempre dá um jeito de se restabelecer. Conheço
a região como a palma da minha mão e posso garantir que apesar do que parece,
essa queda no nível de água é comum, principalmente nos meses de agosto,
setembro e outubro”, afirmou tranquilo.
Início de 2015 foi
marcado por faltas de água esporádicas em alguns pontos da cidade
As reclamações quanto à falta
de água em alguns pontos da cidade ocorreram em janeiro deste ano. Alguma delas
não estavam ligadas apenas ao abastecimento da empresa Águas do Imperador, pois
os poços artesianos instalados há anos em algumas residências também começaram
a secar. Os locais que mais sofreram no período com o problema foram regiões
altas conhecidas como “pontas de rede” situadas nos pontos mais distantes dos
sistemas de abastecimento e nos locais onde o serviço só pode ser
disponibilizado através de bombeamento. Entre elas estão os bairros Roseiral,
Jardim Salvador, Neylor e Atílio Marotti e das ruas Bolívia, em Nogueira, e
Antônio Flor, em Corrêas.
Normalmente o abastecimento
nessas localidades é reforçado por manobras específicas e por caminhões-pipa.
Medidas que fizeram com que nos últimos meses nem mesmo as regiões
classificadas como “pontas de rede” sofressem com a falta de água. Onde existem
ruas e servidões muito estreitas, sem acesso a veículos, foram instalados, no
início do ano, engates próprios na parte mais distante da rede para que a água
possa chegar o mais longe possível. Outra ação que minimizou as consequências
da estiagem este ano foi a obra de interligação dos seis principais sistemas de
abastecimento – Centro, Mosela, Bonfim, Itaipava, Pedro do Rio e Posse.
Concluída no final de 2013, a interligação permite a adução de água de um
sistema para outro, reduzindo significativamente os efeitos da escassez
pontual.
A empresa ressaltou que é
preciso usar a água de modo consciente, principalmente nessa época do ano, que
não chove. Em Petrópolis, há pelo menos 20 dias as temperaturas aumentaram e o
período é de estiagem.
Chuva ainda deve demorar
para voltar a cair em Petrópolis
De acordo com os institutos de
meteorologia ainda não há previsão de chuva para a Região Serrana. De acordo
com o Climatempo, até domingo, dia 23, existe possibilidade de chuva fraca
apenas na quinta-feira, dia 20 de agosto.
Saiba mais
A seca na região Sudeste do Brasil
em 2014-2015 é o evento de chuvas irregulares e pouco expressivas registrado na
região brasileira supracitada, iniciado no estado de São Paulo em outubro de
2013 e que se estendeu aos demais estados do Sudeste ao longo de 2014 e 2015. O
principal fator responsável pela diminuição das precipitações é a constante
atuação da alta subtropical do Atlântico
Sul (ASAS), bloqueio
atmosférico que impede o avanço de frentes frias sobre o Sudeste brasileiro.
Em decorrência da seca
prolongada, associada a fatores ligados à infraestrutura, à ocupação
desordenada dos mananciais e à falta de planejamento, iniciou-se em fevereiro
de 2014 uma crise hídrica em todo o Sudeste, em especial no estado de São
Paulo, e o volume do Sistema Cantareira, que abastece a capital paulista,
registrou os menores valores de sua história.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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