sexta-feira, agosto 14, 2015

Apesar da falta de chuva, concessionária diz que seca não afeta Petrópolis



A estiagem no Brasil vem se tornando um grande problema para o país nos últimos anos. O estado de São Paulo é a região que mais sofre atualmente com problemas no abastecimento de água. Apesar do quadro preocupante, Petrópolis ainda não foi diretamente afetada pela seca, e consequentemente, pela crise hídrica nacional. Segundo a concessionária Águas do Imperador, responsável pelo abastecimento de água na cidade, a empresa está operando sem problemas há cerca de 20 dias com 85% da capacidade. Já os pedidos de ligação de água, de acordo com a empresa, aumentaram cerca de 30% se comparado ao mesmo período do ano passado. 
A concessionária informou ainda que conta com dois sistemas alternativos de abastecimento – a Ponte de Ferro e o Rio da Cidade, que acrescentam 30% do volume total distribuído diariamente e que os sistemas quase não foram usados nos últimos 20 dias. Já em janeiro deste ano, a Concessionária informou, na época, que o abastecimento estava operando com 90% da capacidade e os sistemas alternativos estavam sendo utilizados. Porém, mesmo diante das altas temperaturas registradas no início do ano, menos de 1% da população atendida pela Concessionária teve problemas de abastecimento.
Na manhã de hoje, a equipe da Tribuna de Petrópolis foi até o reservatório de água que existe no bairro Caxambu e flagrou o nível bem abaixo do que pode ser visto em épocas onde as chuvas são registradas com mais frequência, apenas 60 centímetros marcava o medidor do reservatório, que chega a até 2m. Em alguns pontos, os canos que recebem parte da água captada já não estão completamente cobertos, o que pode indicar a pouca quantidade de água no local. 
Apesar disso, de acordo com o lavrador Marco Antônio, que vive no local há 44 anos, a situação na opinião dele não está crítica. “Nasci e fui criado aqui. Entendo que as pessoas se assustem em ver a cachoeira quase vazia, porém nesta época do ano, outono/inverno, é sempre assim. Na verdade, já presenciei, inclusive, situações piores e mesmo assim a natureza sempre dá um jeito de se restabelecer. Conheço a região como a palma da minha mão e posso garantir que apesar do que parece, essa queda no nível de água é comum, principalmente nos meses de agosto, setembro e outubro”, afirmou tranquilo.

Início de 2015 foi marcado por faltas de água esporádicas em alguns pontos da cidade
As reclamações quanto à falta de água em alguns pontos da cidade ocorreram em janeiro deste ano. Alguma delas não estavam ligadas apenas ao abastecimento da empresa Águas do Imperador, pois os poços artesianos instalados há anos em algumas residências também começaram a secar. Os locais que mais sofreram no período com o problema foram regiões altas conhecidas como “pontas de rede” situadas nos pontos mais distantes dos sistemas de abastecimento e nos locais onde o serviço só pode ser disponibilizado através de bombeamento. Entre elas estão os bairros Roseiral, Jardim Salvador, Neylor e Atílio Marotti e das ruas Bolívia, em Nogueira, e Antônio Flor, em Corrêas. 
Normalmente o abastecimento nessas localidades é reforçado por manobras específicas e por caminhões-pipa. Medidas que fizeram com que nos últimos meses nem mesmo as regiões classificadas como “pontas de rede” sofressem com a falta de água. Onde existem ruas e servidões muito estreitas, sem acesso a veículos, foram instalados, no início do ano, engates próprios na parte mais distante da rede para que a água possa chegar o mais longe possível. Outra ação que minimizou as consequências da estiagem este ano foi a obra de interligação dos seis principais sistemas de abastecimento – Centro, Mosela, Bonfim, Itaipava, Pedro do Rio e Posse. Concluída no final de 2013, a interligação permite a adução de água de um sistema para outro, reduzindo significativamente os efeitos da escassez pontual.
A empresa ressaltou que é preciso usar a água de modo consciente, principalmente nessa época do ano, que não chove. Em Petrópolis, há pelo menos 20 dias as temperaturas aumentaram e o período é de estiagem.

Chuva ainda deve demorar para voltar a cair em Petrópolis
De acordo com os institutos de meteorologia ainda não há previsão de chuva para a Região Serrana. De acordo com o Climatempo, até domingo, dia 23, existe possibilidade de chuva fraca apenas na quinta-feira, dia 20 de agosto. 

Saiba mais 
A seca na região Sudeste do Brasil em 2014-2015 é o evento de chuvas irregulares e pouco expressivas registrado na região brasileira supracitada, iniciado no estado de São Paulo em outubro de 2013 e que se estendeu aos demais estados do Sudeste ao longo de 2014 e 2015. O principal fator responsável pela diminuição das precipitações é a constante atuação da alta subtropical do Atlântico
Sul (ASAS), bloqueio atmosférico que impede o avanço de frentes frias sobre o Sudeste brasileiro.
Em decorrência da seca prolongada, associada a fatores ligados à infraestrutura, à ocupação desordenada dos mananciais e à falta de planejamento, iniciou-se em fevereiro de 2014 uma crise hídrica em todo o Sudeste, em especial no estado de São Paulo, e o volume do Sistema Cantareira, que abastece a capital paulista, registrou os menores valores de sua história.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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