O governo do estado tem
apostado no sistema de segurança por meio de câmeras como uma ferramenta para
prevenir crimes ou, pelo menos, para identificar mais facilmente os autores.
Ontem, o governador do estado, Luiz Fernando Pezão, inaugurou em Volta Redonda
uma cabine da PM integrada a 20 câmeras espalhadas pela cidade do Sul
Fluminense e que passam a compor um sistema de monitoramento inteligente (ao
todo a cidade conta com 140 câmeras). O governador revelou ainda o objetivo de
levar o sistema para as Unidades de Polícia Pacificadora – UPPs e ainda para
alguns bairros do Rio de Janeiro.
Em Petrópolis, o sistema de
monitoramento, que é de iniciativa da prefeitura, conta hoje com 28 câmeras,
oito delas monitoradas pela Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes –
CPTrans. Outras 20 foram instaladas em 2013 e 15 delas são monitoradas pela
Secretaria de Segurança Pública do município. Segundo o governo municipal, o
equipamento funciona 24h por dia e as imagens registradas têm um banco de dados
de armazenamento de um ano. Esse equipamento hoje funciona integrado ao
programa “Olho Vivo”, que em parceria com a Guarda Civil tem ajudado a combater
autores de atos de vandalismo no Centro Histórico.
Em novembro do ano passado, o
equipamento ajudou ainda no combate ao tráfico de drogas, na Rua do Imperador,
no Centro Histórico. Na ocasião, através do equipamento, um homem de 28 anos
foi flagrado comercializando drogas próximo a alguns bares, na esquina com a
Rua General Osório. A equipe da Guarda Civil foi acionada e o suspeito preso. O
equipamento também vem sendo utilizado para identificar os responsáveis por
pichações em monumentos como o Obelisco e também na estátua da Praça Dom Pedro
II.
No entanto, o funcionamento das
câmeras já foi alvo de críticas de autoridades de segurança pública em
Petrópolis. Em fevereiro, após a tentativa de homicídio contra o empresário
Guaraci de Oliveira Silva, de 47 anos – que sofreu um atentado na porta de
casa, na Rua Cândido Portinari, na Mosela – o delegado titular da 105ª Delegacia
de Polícia, Alexandre Ziehe, chegou a reclamar do funcionamento das câmeras
instaladas nos pórticos da cidade. “As câmeras dos pórticos não funcionam, não
temos como monitorar a entrada e saída de pessoas sem esse recurso, o que é uma
situação terrível. Dificulta nosso trabalho e coloca a população em risco. Com
as câmeras conseguimos identificar placas. Agora não sabemos se as pessoas que
cometeram esse crime já saíram da cidade. Com a placa teríamos mais chances de
solucionar o caso”, afirmou Ziehe na época do crime.
Outra reclamação tem relação
com o posicionamento das câmeras. Das 28, vinte e duas estão instaladas no
centro da cidade. Outras duas nos pórticos de entrada do Bingen e Quitandinha e
quatro na Estrada União e Indústria, no distrito de Itaipava. Ao falar do caso
da Rua Cândido Portinari, o delegado da 105ªDP cobrou a instalação do
equipamento em mais pontos de entrada de Petrópolis. “Esse recurso deveria ser
implantando em outros pontos como Moinho Preto. Isso facilitaria o trabalho e
proporcionaria mais segurança para a população”, afirmou.
Sobre a ampliação da cobertura
do sistema, um dado curioso. O município de Três Rios possui 77 mil habitantes
contra os mais de 290 mil de Petrópolis. Mas, enquanto Petrópolis conta com
apenas 28 equipamentos, o município vizinho possui 53 câmeras instaladas. Volta
Redonda, citada no início da reportagem com 140 câmeras, tem também menos
habitantes que Petrópolis, 262 mil. A ampliação do sistema de segurança foi
questionada por nossa equipe de reportagem à assessoria de comunicação do
governo municipal.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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