O que era para ser um espaço de
lazer e diversão dentro da cidade tem se tornado um local onde só quem fica
realmente à vontade são os criminosos. É o que garante um empresário (que pediu
para não ter o nome divulgado) que tem um quiosque dentro do Parque Municipal,
no distrito de Itaipava. O estabelecimento foi alvo de 19 arrombamentos nos
últimos dois anos e meio. A maior parte dos casos aconteceu neste ano. Mesmo
depois de uma série de medidas para reforçar a segurança, no sábado mais de R$
2 mil em mercadoria (latas de cerveja e refrigerante) foram levados pelos
criminosos. E o problema ele afirma que é a falta de segurança no espaço, “que
vem afastando até mesmo os frequentadores”.
O empresário conta que o
primeiro arrombamento aconteceu em dezembro de 2012. “Eles entraram pelo
telhado, arrancaram as telhas, quebraram o forro e conseguiram levar algumas
mercadorias”, lembra. Ele informa também que a partir do episódio houve uma
sucessão de crimes. “Três meses depois, eles arrombaram novamente e aí foi um
atrás do outro”. Depois do quinto arrombamento, ele decidiu reforçar a
segurança do quiosque.
Uma das medidas foi a de
reforçar o telhado com uma grade de vergalhões. Mas, a solução não resolveu.
“Eles passaram a arrombar as janelas e portas”, destaca o empresário, que diz
ainda que mesmo uma grade de ferro não tem evitado que os invasores entrem no
quiosque. Ontem, quando nossa equipe esteve no espaço e conversou com um dos
funcionários, foi fácil ver que as grades precisaram ser remendadas, reforçadas
com mais aço. “Na porta, que foi quebrada no último arrombamento, colocamos um
reforço”, mostrou o funcionário.
Ainda de acordo com o
empresário, há a promessa por parte da administração do parque de que o local
será fiscalizado 24 horas por dia. No entanto, nem mesmo a Guarda Civil, que
tinha um posto fixo no parque, é vista com regularidade (vale destacar que
ontem, quando nossa equipe esteve no parque pela manhã, havia uma viatura
estacionada próximo ao portão principal). “A guarda não fica mais no parque durante
o dia. Os agentes aparecem esporadicamente. Mesmo assim, o grande problema é a
noite, quando o espaço fica totalmente acessível, mesmo quando deveria estar
fechado. Eles entram e fazem o que querem, a ponto de cortar uma grade,
arrombar uma porta, fazendo barulho, e não serem interrompidos”, desabafa o
empresário.
Os crimes relatados por Sandro,
alguns deles pelo menos foram registrados na delegacia de Itaipava, a 106ª
Delegacia de Polícia, que fica próximo ao Parque Municipal. Os suspeitos de
serem os autores dos crimes, diz o empresário, são alguns rapazes e
adolescentes que estão morando no parque. “Eles moram aqui dentro. É fácil de
entrar, passam pelo rio, por uma trilha antiga que dá acesso a uma fazenda. Até
mesmo pelo portão a câmera já flagrou eles passando à noite. Eles intimidam as
pessoas que estão se afastando do parque”, salienta.
Falta de segurança tem
afastado frequentadores
A camareira Jussara Pitzer
gosta de passar o horário de almoço descansando no Parque Municipal, mas
garante que não se afasta muito da entrada. “Desde o início do ano está mais
estranho. Tem os relatos de furto e eu não vou muito longe, fico onde está mais
movimentado. Ainda assim, quando estou no celular, por exemplo, fico de olho
para ver se tem alguém por perto”, destaca.
O aposentado Venceslau
Nascimento gosta de se exercitar no espaço, mas tem evitado os horários menos
movimentados. “De manhãzinha, ou ainda no fim do dia, por volta das 19h, quando
já está escuro e o parque está próximo de fechar, eu evito porque quase não tem
ninguém e acho perigoso”, destaca o empresário, que vem notando uma queda no
movimento. “No domingo, que é o dia que mais enche, passei por aqui e estava
bem vazio. Mesmo hoje (ontem), dia de semana, deveria estar mais cheio”,
ressalta.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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