sábado, outubro 23, 2010

Mistério no retorno do Belvedere


Intrigada com o mistério em volta do retorno para a pista de subida da Rodovia BR-040, no Belvedere, onde ao invés de descerem o que parece ser uma ladeira, os carros sobem o trecho com o motor desligado, a Tribuna visitou o local, ontem de manhã. A equipe ficou impressionada com o que viu. O motorista do carro do jornal chegou a desembarcar para assistir ao veículo andando sozinho e numa velocidade considerável.
O local já se tornou uma atração turística e, segundo funcionários da Concer que passaram pelo lugar, desde que a TV Record exibiu uma reportagem mostrando o “fenômeno”, no último dia 19, com frequência motoristas param simplesmente para fazer o teste. Ontem, enquanto a equipe da Tribuna permanecia na região, um mecânico de Petrópolis aproveitou que faria um socorro nas imediações do Mirante do Cristo, para “brincar” um pouco.
O mecânico, entretanto, foi equipado com um nível de bolha – ferramenta usada principalmente pela construção civil, na verificação das linhas planas e verticais. Bastou colocar no asfalto para que o equipamento mostrasse uma minúscula inclinação, imperceptível a olho nu, provando que o trecho, de aproximadamente 50 metros, se trata de uma subida e não de uma descida. “Fiz o teste no asfalto, na carroceria da pick-up, mas ainda não me convenci. Olhando para a estrada temos a certeza que isso aqui é uma descida e que não existiria a menor possibilidade de um carro subir, voltando como se estivesse na marcha a ré e desligado”, disse, pedindo para não ter o nome divulgado já que deu uma “fugida” do trabalho.
Um dia depois da exibição da reportagem da TV Record, a mesma equipe retornou ao local, desta vez com o professor de física Henrique Oliveira, o qual deixa claro na matéria que tudo não passa de uma ilusão de ótica. “Apesar da impressão da pessoa ser ao contrário, esse trecho é uma subida. A tendência de todos os corpos é cair, ou seja, se tem um declive o carro vai descer. Uma maneira objetiva de determinar se é uma subida ou descida, é exatamente esta, com o teste do carro”.
Não é apenas em Petrópolis que o fenômeno acontece. Em Belo Horizonte – MG, a Rua Professor Otávio Coelho Magalhães, mais conhecida como Rua do Amendoim, já se tornou famosa em todo o país. A situação é a mesma: um carro desligado parece subir a ladeira. Lá, o folclore falava em depósitos subterrâneos de minérios imantados, os quais atraíam os veículos. Mas, como aconteceu na Rodovia Rio X Petrópolis, especialistas desvendaram o mistério. Mesmo com a desmitificação, os turistas que chagam na cidade mineira não perdem a oportunidade de visitar o lugar e viver a sensação.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

Um comentário:

Jonas disse...

Usar prumos e níveis não resolvem o problema. Se a anomalia gravitacional afeta os veículos, afeta os instrumentos de construção civil também! Seria necessário utilizar um instrumento de observação astronômica nessa rua para chegar à alguma conclusão.
Tenho um palpite que essa rua é plana e perfeitamente tangente à Terra. Nesses termos, cada ponto do percurso da rua teria uma distância (ou raio) diferente em relação ao centro da Terra. Dessa forma, os extremos do percurso dessa rua teriam uma aceleração gravitacional superior ao meio do caminho. Diferenças na aceleração gravitacional provocam movimentos.