segunda-feira, outubro 25, 2010

Duas horas de viagem, sem trânsito

Na última quarta-feira uma equipe de reportagem da Tribuna realizou de carro e de ônibus o trajeto do Centro Histórico à Posse, passando pelos dois terminais rodoviários – Itaipava e Corrêas. A viagem foi longa, uma hora de carro e duas horas de ônibus. Durante todo o trajeto constatamos inúmeros problemas na estrada e o que chamou mais a atenção foi a quantidade de quebra-molas. Em um trecho de apenas 42 quilômetros existem nada menos que 83, ou seja, a cada 500 metros há uma lombada. Para o cobrador do ônibus da Viação Autobus, que faz a linha do quinto distrito, a quantidade de quebra-molas atrasa ainda mais a viagem, além de causar problemas mecânicos nos coletivos. “É um exagero. Existem trechos onde não há necessidade deles”, disse.
Além das lombadas verificamos que a pista é mal conservada, com buracos, desníveis e em alguns pontos não há acostamento e a maior parte dos pontos de ônibus não tem abrigo. Segundo uma moradora, as crianças são as que mais sofrem. Ela conta que em dias de chuva elas ficam esperando o ônibus em locais sem proteção, sem asfalto e tomado pela lama e pelo mato. “Em alguns pontos o local é cheio de lama, então as crianças acabam ficando perto da rua, correndo riscos”, comentou.
Durante a viagem – entre a Posse até o ponto final da Rua Paulo Barbosa, no Centro – ouvimos muitas reclamações, protestos, lamentações e indignação, principalmente envolvendo o transporte público. Os constantes atrasos, os ônibus quebrados e mal conservados, as filas enormes, a falta de paciência dos motoristas e a companhia das baratas foram os pontos mais mencionados pelos passageiros. A doméstica Marcela Aparecida Teixeira trabalha em Itaipava e diz que já perdeu a conta de quantas vezes chegou atrasada. “Quase todos os dias os ônibus atrasam. Tenho sempre que pegar o coletivo de 7h30 para conseguir chegar no horário, mas às vezes ele demora de 15 a 20 minutos, aí não tem jeito, acabo me atrasando. É uma luta”, disse.
O pior, de acordo com a passageira, é a falta de educação de alguns funcionários. “Se reclamamos do atraso eles dizem para a gente pegar um táxi, que assim chega mais rápido”, contou. Eliane Granja, também moradora da Posse, lamenta os constantes atrasos. “Tenho que acordar cedo para não chegar tarde no trabalho. Mas mesmo assim, às vezes não consigo. O ônibus atrasa e o meu sacrifício de acordar cedo de nada adianta”, lamentou.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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