As recentes notícias sobre primatas encontrados mortos e/ou
doentes na cidade do Rio de Janeiro trouxeram à tona a velha questão - sempre
muito debatida - da interação homem x primatas, que muitas pessoas insistem em
vivenciar.
Os primatas são os animais que mais se assemelham aos humanos.
Muitos de nossos agentes causadores de doenças, atingem estes animais, assim
como o caminho inverso. De acordo com o especialista em animais silvestres,
Francisco Vilardo, que atende na Clínica Amigo Bicho, na Montecaseros, as
herpesviroses são apenas uma das possibilidades de problemas que
podem acometer tanto os humanos, quanto os macacos e saguis.
“Um agravante, em se tratando de herpesvírus, é que um tipo desse
agente patológico pode passar do homem para o animal, se potencializar no bicho
e voltar para o ser humano, causando uma doença letal”, explica.
Por isso, por maior que seja o amor e a compaixão pelos animais,
não se deve - em se tratando de animais silvestres - tentar uma aproximação à
espécies não domésticas. O simples fato de alimentá-los em parques, praças ou
nos quintais, pode acarretar sérios prejuízos à saúde deles ou aos humanos. Sem
contar a possibilidade de uma agressão, em uma tentativa de captura com
intenção de socorrê-los. Somente pessoas treinadas e capacitadas para este fim,
devem fazê-lo.
Mesmo com casos encontrados em alguns bairros do Rio de Janeiro,
como Tijuca, Quintino, Jardim Botânico e Cosme Velho, a doença só chegaria em
Petrópolis trazida por uma pessoa ou primata, que tivesse tido contato com
esses animais.
“Entretanto, é preciso alertar que pessoas doentes daqui da
cidade, também podem transmitir a doença para os animais daqui da região.
Pessoas adquirindo animais de feiras clandestinas também podem introduzir a
doença no município”, adverte Vilardo.
“É preciso deixar que eles vivam suas vidas sem interferir. O
animal não procura contato, a não ser que seja estimulado. Pessoas que cismam
em colocar alimento para animais (quaisquer que sejam eles) atraem os mesmos
para o convívio estreito. Animal silvestre é para ser observado de longe”,
orienta.
Animais têm agentes patógenos em seus organismos em
equilíbrio, sem causar doença. Alguma situação de stress pode levar ao
aparecimento de um surto. Muitas vezes um animal, doente ou machucado, é
encontrado desta forma pois é a maneira que a natureza encontra para fazer o
controle das espécies.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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