segunda-feira, outubro 31, 2016

Proximidade da estação das chuvas gera preocupação


O verão se aproxima e, com ele, a época de chuvas na Região Serrana. Nos últimos anos as tempestades, que ocorrem principalmente em dezembro e janeiro, tem causado mortes e severos danos materiais em comunidades inteiras, com a principal catástrofe ocorrendo em 2011. Foram 1.037 mortos, 90 desaparecidos e 30 mil desalojados na região serrana, sendo que 74 morreram em Petrópolis, no Vale do Cuiabá. Para evitar que o problema se repita, o Poder Público tenta minimizar vulnerabilidades, mas a população tem que colaborar com a prevenção.


O secretário de Defesa Civil do município, Rafael Simão, disse ao Diário que há duas principais precauções para os moradores: jamais construir sem um responsável técnico e não ignorar sirenes e outras orientações sobre os riscos das chuvas.


- Sempre contratem técnico – disse ele – O pedreiro não calcula, só repete uma obra que ele já fez. Depois a construção acaba não tendo como resistir. Contratar um técnico no fim é mais barato, porque se não a casa pode acabar interditada e colocando a família moradora e os vizinhos em risco.


Existem diversas ações que já ocorrem para orientar as pessoas e deixa-las mais preparadas para o caso de chuvas fortes. Segundo o secretário, a Defesa Civil já fez três mil vistorias a pedido da população ou de órgãos de governo, “principalmente por rachaduras e barrancos”. Nessas vistorias, os fiscais conversam com moradores e orientam como fazer para prevenir desastres.


- Ás vezes basta colocar uma calha para evitar que a água enfraqueça o solo. Quando o morador deixa de jogar lixo no rio ou na encosta, mantém as drenagens limpas, já está tomando uma ação de defesa civil.
Outras ações são integradas com a educação e a saúde públicas. A Defesa Civil faz visitas a escolas, onde crianças são orientadas sobre como identificar o risco e se proteger, e as escolas recebem sugestões de como se organizar para alguma ocorrência. Na Saúde, os profissionais de saúde da família, que visitam as casas de moradores, também foram treinados para dar sugestões de defesa civil em áreas muito afetadas.
- Se você mora em área de risco e começou a chover muito, saia de casa. Vale mais a pena um aborrecimento de ir dormir com parente do que a perda da vida – disse o secretário. As escolas municipais ficam sempre abertas em caso de chuva de alto risco, para receber qualquer morador que não tenha parentes ou amigos que cedam suas casas.


Todas as precauções estão sendo compiladas em protocolos de como o Poder Público deve agir em caso de catástrofes para prevenir mortes. Alguns protocolos petropolitanos já são copiados por outras cidades, o que, segundo Simão, é justamente o objetivo. Esses avanços são parte de uma cooperação do governo brasileiro com o governo japonês, através do Projeto Gides, parte da Agência Japonesa de Cooperação Internacional (Jaica). O Japão, que sofre frequentemente com terremotos, maremotos e erupções vulcânicas, é um país especializado em treinar a população para resistir a catástrofes.


- Há duas formas de combater desastres. Uma é diminuindo a ameaça e a outra é reduzindo a vulnerabilidade. Não temos como impedir que chova, mas podemos fazer com que a população seja resiliente. Hoje, deixamos de ser coitadinhos e passamos a uma cidade que exporta tecnologia – finalizou Simão.

Fonte: Diário de Petrópolis

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