No final de 2015 a
crise havia chegado ao Disque-Denúncia. A instituição, sem fins lucrativos, que
opera a base de contribuições de empresas e entidades, corria o risco de
suspender as atividades e, através de uma campanha, solicitou ajuda à
população. Com objetivo de continuar driblando a crise, o Disque-Denúncia pede
novamente a ajuda direta da população. A contribuição é livre.
Em parceria com a
Agência 11:21, foi criada uma campanha que começa a circular hoje na internet e
nos próximos dias, em rádio e televisão, jornais e mobiliário urbano com espaço
doado por veículos de comunicação, com o mote “O Rio de Janeiro precisa
do Disque Denúncia e o Disque Denúncia precisa de você”. A expectativa
é de que a campanha seja compartilhada pelos internautas e ajude a aumentar o
número de doações. Os filmes foram produzidos pelas produtoras de filme Pixel e
de som Nova Onda, além da gráfica MPV7.
Durante o início da
crise econômica no Estado, a participação e ajuda da população foi fundamental.
A instituição adotou um processo de contingenciamento, reduziu a carga horária
de trabalho em 25% e houve diminuição no volume de recompensas. Com a
participação da população e dos empresários o Disque Denúncia conseguiu os
recursos necessários para continuar operando até agora.
Para o criador do
Disque Denúncia, Zeca Borges, há 21 anos o apoio da população vem sendo
fundamental no combate à violência. E neste momento mais uma vez ele espera que
as pessoas façam a diferença: “O Disque-Denúncia é o canal de exercício de
cidadania e de integração entre a população e as autoridades. Estamos sem
recursos, mas não podemos desistir da nossa causa. Temos contado com ajuda de
empresas e entidades, mas se a população acha que nosso trabalho é fundamental
para o combate ao crime e à violência no Rio de Janeiro, gostaríamos de pedir
mais uma vez que doassem o que puderem para nos ajudar na manutenção de nossos
serviços, colaboradores e programas. Estamos sobrevivendo, mas ainda precisamos
da sua ajuda”, comentou Zeca Borges.
No último ano, o
Disque Denúncia recebeu mais de 107 mil denúncias de todos os tipos de crimes.
Com essas informações recebidas pelo Disque Denúncia, a polícia conseguiu
localizar um dos bandidos mais procurados do Estado, o “Fat Family”, morto
durante operação policial em São Gonçalo, na Região Metropolitana. Além
dele, o Disque Denúncia, com informações repassadas à polícia, ajudou na
captura de outros perigosos traficantes, como “Elias Maluco” (assassino do
jornalista Tim Lopes), o “Peixe”, então líder do tráfico na Vila Aliança, “Fu”
e “Claudinho da Mineira”, além do “Playboy da Pedreira”, que acabou morto em
confronto com a polícia.
Entrando na era
tecnologia, o Disque Denúncia passou a contar também com um aplicativo para que
a população realize, de forma anônima, denúncias pelo smartphone, incluindo
fotos e vídeos. O APP pode ser baixado nas lojas virtuais da Apple Store e
Google Play.
Em 21 anos, mais de 2
milhões de denúncias levaram a polícia a apreender mais de 5 mil armas, mais de
15 mil quilos de drogas além de recuperarem cerca de 5 mil veículos roubados. O
Disque Denúncia ainda conta com um núcleo que recebe informações sobre crimes
ambientais, o Linha Verde, um núcleo de violência doméstica (que cuida
especificamente de informações relativas à idosos, mulheres e crianças) e o
núcleo de Desaparecidos. Segundo Borges, a chave do sucesso do serviço para
ajudar a polícia a desvendar crimes é a informação diária. “Não se pode ter um
policial em cada esquina, mas em cada esquina tem um cidadão que pode nos
informar de um crime”, disse ele.
Para ajudar o
Disque-Denúncia, a população pode doar online (http://disquedenuncia.org.br/doacoes), pelo
telefone (21) 2518-1920 ou fazer um
depósito bancário na conta corrente da instituição (Banco Bradesco / Instituto
MovRio / Agência 3176-3 / CC 0421460-9/ CNPJ 043463480001/96)
Fonte: Diário de Petrópolis
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