O Bullying é um tema
que está em recorrente discussão, principalmente no âmbito escolar, onde cada
dia mais casos são relatados por parte dos adolescentes e crianças. Porém, tal
atitude não fica apenas na escola, e acaba afetando outras instâncias da vida das
pessoas que sofrem com essa “violência”.
Para Ana Regina
Caminha Braga, psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão
escolar, é importante consolidar seus conceitos e lutar para o combate de sua
progressão no meio escolar. “O papel que a escola precisa desempenhar em
relação ao bullying com as crianças, é o de amenizar qualquer distância que
menospreza ou impossibilita o outro de mostrar o seu potencial”, explica a
especialista. Segundo a Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à
Infância e à Adolescência (APRAPIA), o bullying está relacionado a todas as
formas de atitudes agressivas, realizadas de forma voluntária e repetitiva sem
motivação evidente, cometidas por um ou mais estudantes contra outro, causando
dor e angústia e realizada dentro de uma relação desigual de poder.
No Brasil, 20% dos
estudantes alegam já ter praticado algum tipo de bullying, tals dados foram
levantados pelo IBGE, que entrevistou mais de 100 mil alunos de escolas
públicas e particulares de todo o Brasil. Na mesma pesquisa, 51,2% dos
estudantes não souberam especificar um motivo para ter cometido tal agressão. A
maioria dos casos está relacionada à aparência do corpo, seguida da aparência
do rosto, raça/cor, orientação sexual, religião e região de origem. Geralmente,
tais atos acontecem sem o conhecimento dos pais e professores, com
consequências graves como o medo e insegurança, que atrapalham não só os
estudos, como a vida pessoal daquela criança ou adolescente.
De acordo com Ana
Regina, a escola precisa trabalhar e se desenvolver para que a tomada de
consciência aconteça de modo geral, desde a equipe pedagógica, o administrativo
até os discentes. “Devemos estar atentos para detectar o processo e trabalhar
em prol dos alunos vitimizados pelo Bullying. Essa mobilização talvez seja uma
alternativa para diminuir tal sofrimento. Cabe também ao núcleo escolar
proporcionar aos alunos a participação em feiras culturais, exposições, diálogo
com outros colegas e assim por diante, deixando-os mais à vontade no meio”,
detalha.
Segundo a
especialista, essas crianças e adolescentes chegam aos consultórios com
bastante dificuldade e sofrimento, e, infelizmente, a maior parte delas não
terá atendimento adequado, e, em alguns casos, nem o reconhecimento da
situação. Por isso, para a melhor forma de combater o bullying é investir em
prevenção e estimular a discussão aberta com todos os atores da cena escolar,
incluindo pais e alunos. Orientar os pais para que possam ajudar, pois os
mesmos devem estar sempre alertas para o problema, seja o filho vítima ou
agressor, ambos precisam de ajuda e apoio psicológico.
“Quem é vítima de tal
ato, acaba desestimulada a frequentar as aulas por medo de ser humilhada. O
Bullying é um problema sério que precisa ser extinto, com o apoio do colégio,
pais e próprios alunos. É o tipo mais frequente e visível da violência juvenil.
Administrar o problema nas escolas é fundamental por ser um local de
socialização das crianças e o segundo ambiente de convívio depois do familiar”,
completa a especialista.
Fonte: Diário de Petrópolis
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