domingo, julho 31, 2016

Linha com cerol perigo constantes também para aves


 
O velho e conhecido hábito de “empinar pipas” ou mesmo “soltar pipas” vai muito além da simples diversão. Segundo especialistas esta brincadeira tão antiga, que passa por gerações, não se restringe somente ao prazer lúdico. A pipa, com sua linha preparada com cerol (ou linha chilena) têm ocasionado diversos transtornos, alguns conhecidos (acidentes com motocicletas, ferimentos em pessoas, ruptura de rede elétrica) e outros nem tão divulgados como o ferimento a animais selvagens, principalmente as aves.
A linha da pipa, por ser muito fina, não é detectada durante o voo da ave. Estes animais sofrem constantemente colisões com estas linhas e como fruto desta colisão um corte profundo em sua asa. Estes cortes, em 90% das vezes, atingem um ligamento da asa responsável pelo seu voo. Este ligamento, uma vez rompido, condena a ave a nunca mais voltar a voar na vida e dependendo da espécie o impedimento de voar leva a mesma à morte.
- Gaviões, urubus, fragatas e atobás estão na lista das aves que mais sofrem com este hábito, porém pequenos pássaros também são vítimas destas linhas que acabam mutilando ou mesmo retirando a vida destes animais tão importantes para o equilíbrio ecológico – afirma o médico veterinário Felipe Facklam.
Em época de férias escolares a quantidade de pipas no céu aumenta consideravelmente mostrando o papel fundamental dos pais na conscientização de seus filhos.
Os animais selvagens vêm sofrendo constantemente agressões através do crescimento das cidades. Sua expansão e urbanização leva a perda de seus habitats forçando algumas espécies a se adaptarem ao convívio em meio a prédios e ao homem. Como fruto deste novo habitat, a “selva de pedra”, diversos acidentes passaram a contribuir para o declínio no número de indivíduos em vida livre. Linhas de pipas, atropelamentos e agrotóxicos estão entre os principais fatores que contribuem para o prejuízo da nossa fauna.
Diversas campanhas estão sendo realizadas com o intuito de reverter este quadro e cabe a cada um fazer a sua parte, contribuindo para a conservação de nossos animais selvagens.
Em São Paulo, a Lei Estadual nº 12.192, de 2006, proíbe o uso de cerol ou de qualquer produto semelhante que possa ser aplicado em linhas de pipas. No Rio de Janeiro, a proibição é mantida pela Lei nº 3.673, de 2001.

Aves que mais sofrem
durante seus vôos

 
Gaviões: também pertencentes a família Accipitridae, são semelhantes as águias mas não tem a mesma imponência, possuindo uma incrível variedade de formas e tamanhos. Gaviões que vivem em áreas abertas possuem asas longas e amplas, ideal para planar; enquanto que gaviões que vivem no interior de floresta apresentam asas curtas e largas, pescoço pequeno e cauda comprida, aerodinâmica ideal para voos ágeis e rápidos em meio à obstáculos. Assim como nas águias, as garras são utilizadas para capturar e matar suas presas por perfuração. Os gaviões brasileiros podem ser subdivididos em quatro grupos: gaviões-planadores, gaviões-milanos, 
açores e tartaranhões.

 
Urubu-de-cabeça-preta (nome científico: Coragyps atratus): é uma espécie de ave catartiforme da família Cathartidae, pertencente ao grupo dos abutres do Novo Mundo. Deste grupo, é uma das espécies mais frequentemente observadas, devido ao fato de realizar voos planados em correntes térmicas a grandes alturas e por possuir atividade durante todo o dia. O urubu-de-cabeça-preta, como as outras espécies de urubus, possui a cabeça depenada, sendo um pouco rugosa. Essa espécie possui uma boa visão e um olfato apurado, mas não tanto como seu parente mais próximo, o urubu-de-cabeça-vermelha (Cathartes aura), que localiza a carcaça três vezes mais rápido que essa espécie.
Fragatas: as fragatas são aves Pelecaniformes, pertencentes à família Fregatidae e ao seu único gênero Fragata. O seu nome comum está relacionado com o seu hábito de assaltar outras aves marinhas, tal como as fragatas de guerra. As fragatas são aves de grande porte, com asas compridas e estreitas que representam a menor superfície de asa por unidade de peso do mundo das aves. Têm cerca de 1 metro de comprimento, mais de dois de envergadura e uma cauda longa e bifurcada. A sua plumagem é geralmente preta ou preta e branco e os macho apresentam um com saco gular vermelho.
Atobás: o atobá é uma ave característica dos mares tropicais e subtropicais, inclusive das costas e 
mares brasileiros. A sua plumagem é cor de café com a barriga branca. A garganta e o loro são nus, encarnados. Os filhotes são inteiramente brancos. Alimenta-se de peixes, que captura mergulhando.
Fonte:Diário de Petrópolis 

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