domingo, julho 24, 2016

Obra do Padre Quinha passa por mudança para ampliar atendimento


 
Com objetivo de ampliar e qualificar o atendimento aos acolhidos, a Associação Oficina de Jesus está passando por algumas mudanças, como a unificação das casas de acolhimento, além da reorganização da obra. O trabalho mantém os princípios de seu fundador, Padre José Carlos Medeiros Nunes (Padre Quinha), que tinha como objetivo acolher as pessoas esquecidas pela sociedade, oferecendo a elas o amor e a possibilidade de serem resgatadas, abandonando a dependência química, e serem inseridas novamente na sociedade e em suas famílias.
A principal mudança neste momento é a unificação dos sítios Nossa Senhora do Sorriso e Nossa Senhora das Graças, com estrutura para atender os acolhidos, conforme determina a Política Nacional de Casas Terapêuticas. A decisão de unificar as duas casas foi tomada depois de muita discussão e reflexão, inclusive com a participação do Bispo Diocesano, Dom Gregório Paixão, OSB, que, desde a sua chegada à Diocese tomou por decisão consolidar e ampliar o trabalho das obras iniciadas pelo Padre Quinha.
Com a unificação das duas casas, optou-se por fechar o Sítio Nossa Senhora do Sorriso, transferindo para o Sítio Nossa Senhora das Graças, no Brejal, todos os acolhidos. A decisão de fechar o Sítio Sorriso levou em conta à distância e a falta de acesso por linha de ônibus; a falta de rede de serviços nas imediações, como posto de saúde; o isolamento dos coordenadores e até mesmo o risco de vida dos acolhidos pela impossibilidade de socorro imediato.
Jaqueline Cleffs, diretora da Oficina de Jesus, disse que a decisão foi muito difícil, porém necessária devido às dificuldades para manter o Sítio Sorriso, frisando que as dificuldades de acesso para chegar ao local e para prestar socorro aos acolhidos foram determinantes, assim como as dificuldades econômicas para manter duas casas.
“Outras questões também foram levadas em conta como a financeira, o fato do imóvel não ser da oficina e outras situações que prejudicavam o trabalho dos técnicos. Mas, o mais importante é que as pessoas saibam que não estamos reduzindo o número de acolhidos e nem terminando com a obra. Muito pelo contrário, com a unificação vamos ampliar o número de atendidos e teremos mais condições de atende-los”, comentou Jaqueline.
Obras Sociais Padre Quinha
A reestruturação das obras criadas e sustentadas pelo Padre Quinha, levou também a repensar o nome e para isto, a Associação Oficina de Jesus vai passar a ser denominada como Obras Sociais Padre Quinha: Oficina de Jesus. Para Dom Gregório Paixão, a reestruturação do trabalho, atendendo também as normais técnicas, é fundamental para que continue a prestar o atendimento iniciado pelo seu fundador. "Para isto, é preciso manter presente o espírito e carisma do Padre Quinha. O trabalho está crescendo e a reorganização da obra é para dar continuidade envolvendo toda sociedade dentro do espírito do Padre Quinha, que era acolher a todos como Jesus acolhe”.
Jaqueline Cleffs disse que o sitio do Brejal, ao contrário do Sítio Sorriso, tem um acesso mais fácil, com uma rede de apoio, como posto de saúde, próximo e facilidade para atender aos acolhidos. "Outra vantagem do sítio no Brejal é que torna mais fácil o acesso das famílias, dos profissionais que acompanham os acolhidos e dos agentes que trabalham com eles", comentou.
A diretora da Oficina de Jesus contou que o terreno do Brejal pertence a Congregação das Irmãs Missionárias de Cristo Operário, e que está em processo de doação à Associação, conforme acordado na reunião entre a diretoria da Associação e as proprietárias do imóvel. "Com isto consolidamos um passo importante, pois teremos uma sede própria, com possibilidade de crescimento para atender os acolhidos", frisou Jaqueline Cleffs, reforçando que a unificação das duas casas não reduz o número de atendidos.
No planejamento feito para os próximos dez anos, está previsto a criação de uma casa para atender mulheres com dependência química, conforme sempre foi o desejo do Padre Quinha. Para que isto ocorra, a Oficina de Jesus está elaborando projeto com este objetivo.

Ainda no planejamento está as mudanças que devem ocorrer com o projeto de reciclagem, que hoje funciona no Alto Independência. A principal mudança será a troca de local, transferindo para um local onde é possível dar mais condições de trabalho e permanência das pessoas que trabalham na reciclagem.
Além disto, a Diocese de Petrópolis também trabalha na reestruturação da Chácara Nossa Senhora Aparecida, que fica no Meio da Serra e que está sob a administração do Vicariato da Caridade, com apoio da Pastoral de Rua. A assistente social da Diocese, Andrea Teixeira disse que foi elaborado um plano de trabalho para a Chácara e que as primeiras medidas é a reforma do prédio, com ampliação e melhoria das instalações para atender os acolhidos.
Ela frisou que a Chácara atende população de rua e tem que seguir as orientações técnicas da Polícia Nacional de Atendimento a Moradores de Rua. "Estamos tomando todas estas medidas, pois a Chácara é uma das obras iniciadas pelo Padre Quinha com a Pastoral de Rua para atender os irmãos que ficam na rua", comentou Dom Gregório Paixão.
O bispo diocesano frisou que o compromisso da Diocese é manter as obras do Padre Quinha funcionando, cumprindo o papel para o qual foram criadas, melhorando as instalações, os serviços e com isso atendendo melhor os acolhidos. "Estas mudanças estruturais tem por objetivo fazer aquilo que o Padre Quinha ensinou que, se for fazer algo para um irmão, seja ele quem for, faça como se estivesse fazendo para o próprio Cristo e como gostaria que as pessoas fizessem para você. Como Cristo nos ensinou, devemos amar o próximo como a nós mesmos e isto Padre Quinha viveu até o último momento de sua vida".
Fonte: Diário de Petrópolis 

Nenhum comentário: