segunda-feira, fevereiro 08, 2016

Aumento do número de acidentes com moto preocupa

Os jovens continuam se mutilando em acidentes de trânsito”. Esta frase foi dita há cerca de cinco anos atrás por Marcelo da Silveira, presidente da Associação Pró-Deficiente, em entrevista ao Diário. Infelizmente ele repetiu tal texto se referindo ao crescente número de acidentes envolvendo principalmente motos. A entidade que ele dirige distribuiu só em 2015, 296 peças entre cadeiras de rodas e muletas. Só em janeiro deste ano, ele já atendeu sete famílias.

“Os números poderão aumentar se nada for feito – Marcelo da Silveira”

Conforme relatório da Pró-Deficiente, em 2014 a entidade forneceu a acidentados 276 equipamentos, 20 a menos que no ano passado. Em média, em 2015, foram distribuídos quase 25 equipamentos por mês, do total 90% cadeiras de rodas.
- Acredito que os números possam ser ainda maiores, pois esta contagem se refere somente à entidade que eu dirijo - frisou.
Os números divulgados na última semana por Marcelo surpreendem. São em média 24 equipamentos doados para vítimas de acidentes, sendo sua maioria homens jovens entre 15 a 30 anos. Apesar de Petrópolis não possuir números oficiais, o presidente da Pró-Deficiente se baseia nos atendimentos feitos por sua entidade.
- As famílias continuam chorando! Quando o acidentado não morre fica com alguma sequela e precisa de uma cadeira de rodas ou de muleta – explicou, acrescentando que a Pró-Deficiente possui um convênio com a Associação Fluminense de Reabilitação, que funciona em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
De acordo com o presidente da Pró-Deficiente, se as autoridades não tomarem providências, o número de mutilados subirá consideravelmente em 2016.
- Na semana passada atendi quatro famílias, sendo que três foram jovens que sofreram acidentes envolvendo motos. E ao contrário do que as pessoas pensam, os caronas também são vítimas e não só os condutores – afirmou.

Para Marcelo as
blitzes ajudam

Segundo Marcelo da Silveira, as operações realizadas pela Polícia Militar em várias ruas da cidade, como Paulo Barbosa e Avenida Barão do Rio Branco, ajudam a evitar acidentes. No entanto ele acredita que as ações poderiam ser mais frequentes.
- O trabalho realizado pela PM é ótimo. Mas acredito que se fosse com mais frequência o número de acidentados poderia cair radicalmente – acredita.
Mas em contrapartida Marcelo da Silveira culpa a facilidade para comprar motos um dos grandes motivos pelo crescente número de acidentes.
- Muitos destes jovens não possuem nenhuma condição de pilotar uma moto. Eles simplesmente compram o veículo parcelando o valor em diversas vezes e saem às ruas como se fossem experientes – critica o presidente.
Ele lembrou um caso ocorrido em 23 de dezembro do ano passado, quando um adolescente de apenas 15 anos teve oportunidade em comprar uma moto e, no caso não precisava ser habilitado (devido a baixa potência da motocicleta) e acabou se acidentando.
- Como não precisam de Carteira de Habilitação eles (os jovens), acabam esquecendo da segurança.
Para Marcelo, as empresas que utilizam os motoboys deveriam dar cursos para eles.
- Os motoboys precisam cumprir ser ágeis para realizarem as entregas. Muitos deles andam iguais a ‘loucos’ pelas ruas da cidade. Se eles tivessem cursos especiais acredito que o número de acidentes com esta categoria também cairia sensivelmente – opina.
O presidente também citou o grande número de buracos nas pistas, o que provoca acidentes com as motos.
- Muitos motociclistas acabam se acidentando ao passarem por buracos que na maioria das vezes aumentam principalmente em épocas de chuva – denunciou.
Marcelo da Silveira pede que as autoridades realizem mais campanhas de conscientização.
- Se nada for feitos os jovens vão continuar se matando – finalizou o presidente da Associação Pró-Deficiente.

Números

296
Cadeiras de rodas e muletas distribuídas só em 2015

15 a 30 anos
Idade média dos envolvidos nos acidentes

90% dos casos
O acidentado solicita cadeira de roda e o restante muletas
Fonte:Diário de 

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