terça-feira, abril 14, 2009

Apagão em Itaipava repercute na cidade

caótica Sexta-feira Santa dos comerciantes de Itaipava e arredores, que foram obrigados a conviver com o apagão no sistema de telefonia (fixo e móvel), continua repercutindo na cidade. Devido à falta do serviço de telefone, as compras com cartão de crédito e de débito não puderam ser realizadas, os sistema dos caixas eletrônicos dos bancos não funcionaram e os celulares e a internet de banda larga ficaram fora do ar durante todo o dia, o que acarretou um grande prejuízo.

Segundo o gerente geral do Hiper ABC Compre Bem de Itaipava, Valmir Freitas, os danos superaram 50%. Sem o funcionamento do sistema de telefonia as transações com cartões de crédito e débito ficaram comprometidas e até mesmo o recebimento de contas não pode ser realizado. "Uma venda perdida não tem volta e nossas perdas superaram os 50% por conta dessa pane no sistema de telefonia fixa, sem contar o constrangimento dos nossos clientes", explicou Valmir.

O advogado Ramon Rabelo que atua em ações relativas ao direito do consumidor avaliou as possibilidades que podem levar as pessoas prejudicadas a buscar na Justiça o ressarcimento por dano moral e/ou material. "Primeiro é preciso avaliar o que levou a pane, afinal a empresa de telefonia pode ter sido vitima de algo que foge ao seu controle; como a queda de uma árvore em sua rede de transmissão, um raio ou situação semelhante que prejudicou o funcionamento dos equipamentos e nesse caso a empresa não pode ser responsabilizada", explicou Rabelo.

Entretanto o advogado explica que se o problema for de ordem interna, ou seja, os equipamentos da empresa de telefonia apresentaram mau funcionamento, a mesma poder ser responsabilizada no quesito dano moral e/ou material.

"O dano moral esta relacionado a possíveis constrangimentos que os usuários possam ter sofrido e o material relativo a perdas financeiras, mas a priore todos têm direito a buscar justiça o ressarcimento", definiu.


ENTIDADES APÓIAM EMPRESARIADO - O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Petrópolis (Acep), Jésus Mendes Costa, falou sobre o assunto e disse que os prejuízos foram elevados. "Os empresários de Itaipava e arredores foram vítimas de grandes perdas. Em um feriado movimentado como o da Semana Santa, não é aceitável que o sistema mais usado para concretizar as vendas, que são os cartões de crédito e débito, ficasse fora do ar. As perdas podem ter sido comprometidas em cerca de 30% ou mais durante a sexta-feira. Se houve imperícia por parte da empresa, acho que os empresários devem se unir e mover uma ação judicial para o ressarcimento das perdas ocorridas. Garanto que eles (a empresa) não deixariam de receber suas contas", completou.

O presidente do Sindicato dos Varejistas de Petrópolis, Mussolini de Oliveira admite entrar com uma ação contra a Oi/Telemar, mesmo o sindicato tendo poucos filiados na área afetada.

"Temos que calcular os prejuízos e entrar com uma ação contra a empresa prestadora do serviço, porque não se admite um dia inteiro sem poder fazer vendas pelo cartão. Vamos colocar o nosso advogado à disposição. O sindicato está aí para defender a categoria, independente da quantidade de filiados", disse Mussolini.

O presidente lembrou que o comércio de Itaipava é muito frequentado por turistas. Tendo um alto poder aquisitivo, o consumidor, por uma questão de segurança, faz suas compras com cartão, já que o cheque vem perdendo espaço nos últimos anos. Na sexta-feira, entretanto, não foi somente o cartão de crédito e débito que ficou sem uso entre as 9h e 21h, mas também os serviços de celular, internet, telefone e caixas eletrônicos.

"Itaipava, ao contrário do Centro da cidade, é uma região que está sempre aberta, com o comércio funcionando nos fins de semana e nos feriados. Hoje em dia o cartão é fundamental, porque não se utiliza mais o cheque. E isso prejudicou com certeza o turismo, porque as pessoas nem sempre vão preparadas com talão de cheque", explicou Mussolini.


VEREADORES CRITICAM PANE - Os parlamentares da região afetada pela pane não se conformaram com o ocorrido. Gil Magno (PSB), morador de Itaipava, e Vadinho (PSB), de Pedro do Rio, contaram que receberam muitas reclamações por parte dos comerciantes e moradores de seus distritos.

"Foi uma pane generalizada. Ninguém conseguiu vender nada nem falar com ninguém. Amanhã (hoje) vou abordar o assunto no plenário da Câmara para ver o que pode ser feito, já que os dois lados saíram prejudicados: o consumidor e o comerciante. E isso não pode ficar assim, com as pessoas no prejuízo sem receberem uma explicação. Se não reclamarmos, a pane pode acontecer de novo, e ainda pior", afirmou Gil Magno.

Segundo o parlamentar, os mais afetados foram os comerciantes dos shoppings Vilarejo, Itaipava e Estação, com os quais Gil mantêm contato. Em relação à ausência de energia elétrica em alguns pontos, Gil Magno acredita que a região não suporta o aumento do consumo nos fins de semana, pois, segundo o vereador, a população de Itaipava dobra com a chegada de turistas entre sexta-feira e domingo.

Para Vadinho, o problema precisa ser apurado, porque a população paga caro pelo serviço, mas, durante quase um dia inteiro, não pôde desfrutá-lo. "Nós ficamos ilhados na sexta. Foram muitas as reclamações no meu gabinete. Me procuraram para saber o que estava acontecendo e eu não sabia o que responder. Temos que averiguar quem são os responsáveis", frisou Vadinho.


OI/TELEMAR SE JUSTIFICA - De acordo com a assessoria de comunicação da Oi/Telemar, a pane dos telefones ocorreu devido à "um acidente envolvendo um caminhão que atingiu acidentalmente um poste, fato que ocasionou um rompimento de um cabo de fibra ótica da companhia no fim da manhã de sexta-feira, dia 10".

Ainda segundo a nota, a empresa afirma que "prontamente enviou suas equipes de atendimento emergencial para efetuar o reparo e esclarece que até o fim da tarde do mesmo dia, os serviços foram totalmente restabelecidos".
Fonte; Diário de Petrópolis

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