terça-feira, maio 19, 2009

Violência em Petrópolis: População se sente insegura

Após a série de atos de violência praticados por marginais que estão agindo pela cidade, como os assaltos aos vereadores Dudu e Renato Thomé, o ataque à sede da Prefeitura e a casa paroquial da Catedral São Pedro de Alcântara, assaltos a postos de gasolina e em lojas e recentemente, a morte do cobrador Romário Ferreira de Oliveira na última semana, que tinha o sonho de se tornar motorista de ônibus igual ao seu pai e foi baleado quando trabalhava em um coletivo da linha Bonfim-Corrêas, tem deixado o petropolitano assustado e sem ter a quem recorrer.

Muitos policiais se esforçam para dar conta da demanda de ocorrências, mas esbarram na falta de condições para trabalhar, já que são obrigados a conviver com a falta de viaturas e com a defasagem do efetivo policial para resguardar toda cidade. De acordo com informações de vários policiais, seriam necessárias 17 viaturas para tentar normalizar o quadro e todas deveriam ser usadas com critério e inteligência. Os policiais também enfatizaram que não se pode apenas vigiar as principais entradas da cidade (Quitandinha e Bingen) e sim a cidade como um todo. Os distritos muitas vezes são esquecidos e entradas alternativas não são monitoradas devidamente. Bairros com índices altos de violência não são vigiados pela falta de infra-estrutura e condições.

Do outro lado, o governo do Estado não mobilizou todas as viaturas que havia prometido e o município continua a sofrer a conseqüência do descaso. Essa é a opinião do vendedor Renato Monteiro Oliveira, que vê na inércia do governo estadual o principal motivo do aumento do número de casos de assaltos e mortes em Petrópolis. "Ficar falando do palanque que tudo está bom é fácil. Quero ver é viver o que muitas famílias estão passando, perdendo filhos, como a mãe do cobrador que morreu. Cadê a polícia na rua? Eu não vejo a polícia rodando na cidade. Agora que resolveram colocar dois PM’s em frente ao Obelisco, mas até agora não entendi o porquê", afirmou.

A cabeleireira Suely Gomes, mãe de três filhos, está preocupada com os assaltos e está com medo até de andar de ônibus. "Imagina se estou dentro do ônibus com meus filhos na hora de um assalto e o bandido resolve reagir e sai atirando. Não gosto nem de pensar nisso, mas do jeito que as coisas estão tudo pode acontecer", ressaltou.

Para a secretária Fernanda Bastos Pereira, a morte do cobrador dá a sensação de que ninguém olha pela população. "Parece que estamos abandonados, sem ter para quem pedir socorro. Petrópolis parece que foi invadida por bandidos e descobriram que é fácil roubar aqui. Tenho medo de ser assaltada, algo que não sentia antes. Espero que a polícia possa dar um jeito na situação", completou.
Fonte: Diário de Petrópolis

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