segunda-feira, maio 11, 2009

Duplicação em 2017 desagrada passageiros


A duplicação da rodovia Rio-Petrópolis, prevista no contrato da Concer com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em 1995, ainda está longe de acontecer. Na ocasião, o documento que privatizou a via estabelecia que os aumentos da tarifa de pedágio seriam acompanhados por investimentos na pista, entre eles a sua duplicação. Entretanto, a ANTT vem autorizando a prorrogação dos cronogramas definidos, mesmo com os sucessivos reajustes nos preços do pedágio. A informação de que a Concer somente executará a obra em 2017 incomodou quem passa diariamente pela via.

Fundador da PAX, ONG que representa os usuários da Única, Paulo Cardoso criticou o adiamento da obra. Segundo ele, a ausência de acostamento faz com que qualquer veículo que tenha algum problema mecânico cause um enorme congestionamento na rodovia. Paulo, que disse desconhecer o projeto da Concer, defendeu uma duplicação reservando uma pista para os veículos de cargas e as outras para os veículos leves para, assim, evitar as retenções. Ele ainda afirmou que o piso da rodovia administrada pela Concer "é muito ruim", pois há muita irregularidade.

"Essa vai ser mais uma das histórias sobre Petrópolis. Há 20 anos nós discutimos essa questão. A ligação Bingen-Quitandinha, por exemplo, todo governo que entra promete que vai fazer, mas ninguém faz", reclamou Paulo Cardoso.

O Instituto Nacional de Defesa do Cidadão e Consumidor (Indeccon) entrou com uma ação civil pública, em 2004, contra a Concer e a ANTT, requisitando "a suspensão de qualquer reajuste até que as obras de arte final sejam concluídas, em especial a nova subida da serra, pois já foram pagas com os reajustes sucessivos do valor do pedágio".

Conforme argumentou o presidente do Indeccon, Márcio Tesch, a obra fora orçada em R$ 80 milhões, a preços de 1995, que deveria ter ficado pronta em 2003, de acordo com o cronograma definido em contrato. Porém, a obra ainda não foi sequer iniciada, representando um desequilíbrio financeiro de mais de R$ 5 milhões em favor da concessionária e "em prejuízo do usuário que está pagando os reajustes do pedágio".

Ainda de acordo com a ação civil pública, o Indeccon verificou que, em valores atualizados, cerca de R$ 120 milhões estão em poder da concessionária, fruto dos reajustes da cobrança de pedágio. "Isto é mais do que suficiente para compelir a imediata revisão do Programa de Exploração da Rodovia (PER), mesmo que de forma unilateral como manda o contrato de concessão".
Fonte: Diário de Petrópolis

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