sábado, maio 02, 2009

Pista ruim provoca mais um acidente


As más condições das pistas da BR-040 e os problemas de sinalização, que vêm sendo denunciados há anos, sem que a Concer, empresa responsável pela administração da rodovia, tome providências para eliminar os riscos, pode ter sido responsável por mais um acidente, ocorrido ontem. Uma carreta, carregada de calcário em pó, tombou numa valeta existente no canto do acostamento, a cerca de 200 metros de uma curva fechada. O trecho é o mesmo condenado por representantes da Associação Brasileira de Caminhoneiros. As pistas, tanto de subida como de descida, têm ondulações no asfalto e a sinalização é insuficiente, o que torna cada vez mais frequentes os acidentes graves com veículos pesados.
O motorista Adriano Elessandro do Nascimento, de 34 anos, por sorte sofreu apenas ferimentos leves e não precisou ser removido para o hospital. A carreta que dirigia, o Volvo-380 branco, placa GXH-2227, saiu da pista na altura do Km-91.
A carga, usada para a confecção de uma série de utensílios, inclusive copos e telhas, não chegou a espalhar pela pista, que não ficou obstruída. Apenas o acostamento ficou interditado até a remoção do veículo, o que só aconteceu no meio da tarde. Adriano havia saído da cidade de Barroso, em Minas Gerais, às 18h de quarta-feira. Segundo representantes da empresa Mineração Barroso, responsável pela carga, as causas do acidente ainda não foram esclarecidas e a ocorrência do tombamento também causou estranheza. Adriano Elessandro teria passado o dia descansando.
De acordo com o caminhoneiro Jorge Lisboa, representante da Associação Brasileira de Caminhoneiros, a falta de segurança na rodovia e de um local destinado para motoristas passarem a noite também é responsável pelos acidentes. “Isso porque os motoristas se vêem obrigados a descer toda a serra e seguir até o local onde farão a entrega da carga, onde esperam amanhecer. Se houvesse um lugar seguro na pista de descida, os caminhoneiros não seriam vencidos pelo cansaço”, opina, ressaltando, entretanto, que este não foi o caso de Adriano Elessandro.
Além da falta de segurança, sinalização indicando a extensão da serra e ondulações no asfalto, as críticas dos caminhoneiros estão voltadas ainda ao valor do pedágio, considerado o mais caro do país, se calculado por quilômetro rodado. Nos 180 quilômetros da rodovia, que é de responsabilidade da Concer, existem três praças de pedágio, o que dá uma média de cobrança no valor de R$ 7,20 a cada 60Km. “A lei é clara e diz que o pedágio só pode ser cobrado a cada 100 quilômetros, e não é isto que está acontecendo aqui”, reclamou o líder dos caminhoneiros.
Uma simples comparação pode ser feita com o trecho que vai da divisa do estado do Espírito Santo até a subida da ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro. Nos 320 quilômetros da rodovia, de concessão da empresa Autopista Fluminense, existem três praças de pedágio, cuja cobrança para a passagem de carros é de apenas R$ 2,50 – quase um terço do que os usuários da Rio-Petrópolis pagam –, enquanto as motos pagam R$ 1,25.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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