sexta-feira, novembro 03, 2006

B-040 - Acidentes com caminhões sem freio

Três caminhoneiros passaram por momentos de tensão ao se envolverem em acidentes durante a madrugada e manhã de ontem na Serra de Petrópolis. Dois dos acidentes aconteceram na pista de descida e exigiram habilidade dos motoristas, que perceberam que os veículos estavam sem freio e foram obrigados a jogar o veículo para fora da pista.

Antes do viaduto

Por volta de 8h45 da manhã, na altura do quilômetro 85 o motorista do caminhão frigorífico Mercedes, branco, modelo 1620, placa GXH 2820, percebeu que o veículo estava sem freio e jogou o caminhão contra a barra de proteção do acostamento. "Faltou freio. Percebi que o caminhão estava embalando e decidi jogá-lo contra a barra de proteção, antes de entrar no viaduto. Se não tivesse parado seria obrigado a tombá-lo para o outro lado da pista, pois se entrasse sem freio neste viaduto o acidente seria muito pior", lembra o motorista José Otávio Raimundo, de 26 anos.

O caminhão, que transportava uma carga de 12,5 toneladas de derivados de frango, parou a alguns metros do viaduto Harold Poland. A carga, da empresa Nogueira Riveri, vinha da cidade de Barbacena – MG e seria distribuída com entregas em Nilópolis, Magé e Nova Iguaçu.

Perícia do motorista evita que veículo tombe na pista

Alguns quilômetros adiante, na altura do quilômetro 89, o motorista de um caminhão baú, que transportava uma carga de papelão passou por uma situação semelhante. Ao sair do túnel ele percebeu que o caminhão Volkswagen branco, modelo 13-180, placa DJC 7105 – SP estava sem freio. Conhecendo bastante a estrada, o motorista procurou o local mais adequado para jogar o caminhão para fora da pista. Ele subiu no canteiro, pouco antes de entrar no viaduto sobre a pista B. O veículo estava embalado e com a velocidade passou sobre uma valeta e parou próximo ao barranco. "Precisei esperar o local mais propício para jogá-lo para fora da pista. Por sorte a terra fofa fez com que a velocidade do veículo diminuísse antes de bater com o barranco", disse o motorista Messias Evangelista Teotônio, de 42 anos, que há mais de 15 trabalha como caminhoneiro.

Ainda assustado, ele lembra que na hora só pensou em Deus. "Se tivesse jogado o caminhão contra a mureta ela não iria segurar. Se seguisse adiante bateria no barranco próximo ao Belvedere, onde tantos caminhoneiros já morreram... a melhor alternativa foi subir no canteiro. Passei por um susto muito grande, pensei que a esta hora estaria morto", desabafa.

O caminhão saiu de Belo Horizonte com destino ao Rio de Janeiro, onde a carga seria entregue.

No outro acidente, caminhão sobe na mureta de proteção

Por volta de 2h30 da manhã, na pista de subida da serra, o motorista de um caminhão baú perdeu o controle do veículo em uma curva e subiu na mureta de proteção da pista. O acidente aconteceu na altura do quilômetro 88, sentido JF. O caminhão Mercedes, branco, modelo 1518, placa KTQ 7700, de Além Paraíba – MG subiu na mureta de proteção da pista e ficou pendurado. O veículo só não despencou porque ficou preso pela roda da frente e foi escorado por uma árvore.

O motorista, Eduardo Luiz Gonçalves, de 23 anos, teve ferimentos leves e foi conduzido ao Hospital Santa Teresa, onde até o início da tarde de ontem permanecia em observação.

O caminhão, da empresa Mira, transportava uma carga de peças que seria levada do Rio de Janeiro para Brasília.

O acidente fez com que a pista ficasse parcialmente fechada durante toda a manhã de ontem. Equipes da Concer tiveram bastante trabalho para retirar o veículo e por três vezes a pista precisou ser fechada por alguns minutos para que o caminhão fosse retirado da mureta, recolocado na pista e então rebocado.

Cinco acidentes

Os de ontem elevam para cinco o número de acidentes com caminhões registrados nas pistas da BR-040. Na segunda feira uma carreta de Betim (MG), que transportava peças da montadora Fiat, tombou na altura do quilômetro 93 da pista sentido RJ.

Na quinta-feira (26/10), um caminhão-tanque que transportava uma carga de ácido clorídrico tombou no viaduto próximo à Rodoviária Leonel Brizola. O derramamento de cerca de 20 mil litros de ácido fez com que a pista precisasse ficar fechada por mais de 15h. Na ocasião, o trecho entre os quilômetros 79 e 82 da pista de descida ficou funcionando em mão dupla.

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