Os sete técnicos do Inmetro que compareceram à reunião explicaram que, até agora, já foram instalados, a partir de São Gonçalo, na região Metropolitana, 400 medidores comparadores e nenhum erro de medição foi encontrado, somente sete erros de cadastro, ou seja, quando uma fatura é enviada para uma residência que não é a mesma que foi medida pelo display. "O medidor estava certo, somente a fatura estava indo para o local errado. A Ampla já resolveu esse problema. Vamos esperar a leitura dos medidores para sabermos se está ocorrendo algum erro nos chips", declarou o técnico Henrique Alves. Segundo o relator da CPI, deputado Paulo Ramos (PDT), o medidor eletrônico está começando a se espalhar pelo estado. "Fiquei sabendo essa semana que a Light está instalando alguns medidores parecidos com os da Ampla em Manguinhos (Zona Norte do Rio). É uma praga! Não é possível que a Aneel vá permitir essa prática com todos esses problemas já apresentados até aqui", disse Ramos, que teve a informação confirmada pelo técnico Marcelo Nascimento – o técnico revelou também que a Light já instalou entre 70 e 80 chips de medição eletrônica.
Segundo Soraya Santos, o problema com os medidores eletrônicos começou em 2005 quando o Ipem-RJ passou a receber reclamações da população sobre o sistema de aferição. Mas, ainda conforme a diretora, o órgão não tinha como agir, pois não havia uma norma técnica definida pelo Inmetro que regulamentasse o tema no País. "Nós estranhamos a autorização experimental da Agência Reguladora de Energia Elétrica (Aneel) que, na época, permitiu a retirada dos medidores antigos e a instalação dos chips. Começaram a chegar ao nosso órgão inúmeras queixas sobre o novo sistema e encaminhamos à Ampla que, em alguns casos, realizou o refaturamento das contas, mas, na maioria das reclamações, não houve nenhum tipo de solução", explicou a presidente do Ipem. Para ela, a instalação dos medidores comparadores deveria ser feita dentro das residências dos consumidores e não em cima dos postes no meio da rua, como tem feito o Inmetro. "A colocação do aparelho de medição paralela dentro da casa do consumidor impede qualquer tipo de fraude ou violação do sistema. É mais seguro para saber se realmente o medidor da concessionária de energia está funcionando corretamente. Tenho certeza que, com a medição paralela, qualquer tipo de adulteração vai ficar comprovada", assegurou Santos.
Durante a audiência, Marco Figueiredo anunciou que a CPI enviará ao Inmetro uma lista com 58 locais, escolhidos pelos deputados, para a instalação dos medidores comparadores e uma solicitação, feita pelo deputado Edino Fonseca (PR), para que o órgão realize testes com os medidores eletrônicos em condições adversas, tais como forte calor e curta distância em relação à rede de alta tensão. "Temos que verificar se o aparelho funciona corretamente em todos os tipos de situação, principalmente no caso de condições extremas", sugeriu Fonseca.
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