quinta-feira, junho 16, 2005

Pânico na TV

Fiquei na frente da TV assistindo à defesa do Esperto Jefferson na Comissão de Ética e algumas coisas me chamaram a atenção. Por exemplo: por que sempre que um deputado gritava ''uma questão de ordem, presidente'' ficava uma desordem só? Por que quando alguém dizia ''sr. deputado, vou ser objetivo'' estourava o tempo para fazer a pergunta? Por que numa Comissão de Ética só se falou em comissão e quase não se falou em ética? Por que as perguntas demoravam sempre umas cinco vezes mais que as respostas? Parlamentar, meu caro Watson. Estava sendo transmitido pela TV e cinco minutos de propaganda eleitoral gratuita todo deputado adora. Mas eu, sinceramente, fiquei frustrado. Esperava muito mais. Tinha tudo para ser um dos melhores programas da TV brasileira dos últimos tempos, um campeão de audiência (até porque deve ter audiência com mais uns cinco ministros). Os atores eram fantásticos. Aliás, a atuação do Esperto Jefferson foi magnífica. O que faltou mesmo foi uma boa direção. Faltou o Boninho dirigindo esse reality show. Arrebentava! Para começar, mudava logo o nome do programa para Pânico na TV ou Big Bosta Brasil. Imagina aquela abertura do Big Brother com as caras do Zé Dirceu, do Genoino, do Dilúvio Soares, do Marcos Velório, do Palocci, do Miro. Cada um que fosse caindo, ia apagando a foto. Aí entrava o Bial apresentando: ''Quem será que vai receber o prêmio de R$ 30 mil? Se você acha que são os deputados do PP, ligue para 1711711710. Se você acha que são os deputados do PL, ligue para 1711711711. A ligação terá um custo de R$ 0,32 (o povo sempre acaba pagando a conta mesmo). Vamos dar mais uma olhadinha''. A cada semana, um dos acusados seria mandado para o banco dos réus para ser sabatinado pelos outros participantes do programa. Uma maravilha! O maior problema do diretor seria arrumar umas parlamentares gostosas no Congresso para colocar no programa. Afinal, o que o povo quer mesmo é ver o ''Mensalão'' das moças de fora. É isso aí. Amanhã a gente volta com as cenas dos próximos capítulos.
Silvio Lach

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