A cor da dúvida

A gordona caminhava pela calçada da Rio Branco, quando escorregou não se sabe em quê e desabou no chão. Todo mundo viu e um baixinho gritou:
- Azul!
Um careca:
- É rosa!
Um cara de bigodinho:
- Amarela, que eu vi muito bem!
A gordona, ainda no chão:
- Do que é que vocês estão falando? Deviam era me ajudar a levantar!
Um negão:
- Vamos fazer um mutirão e levantar a santa senhora!
Depois que levantaram a gordona, o baixinho pediu a ela:
- Será que a senhora podia cair de novo exatamente como caiu pra gente saber quem ganhou a aposta?
A mulher ficou indignada:
- Mas é claro que não! Vocês endoideceram?
O negão:
- Pô, madame, meu dinheiro ta no fogo! Custa alguma coisa cair de novo?
O careca:
- Inclusive, tá na lei que a senhora é obrigada a cair de novo pra gente tirar uma dúvida!
A gordona ainda zonza:
- Que diabo de dúvida é essa?
O baixinho:
- É que nós fizemos uma aposta, minha senhora! E se a senhora não cair de novo a gente nunca vai saber quem ganhou!
Uma velhinha, para a gordona:
- Ih, dona, não cai de novo não, que tem sacanagem nisso!
A gordona quis saber:
- Como assim? Eu não tô entendendo nada! Afinal, caí sentada e ainda tô com nó na garganta!
O baixinho:
- E nós doidos para saber quem ganhou a aposta, por causa do nó aí embaixo!
A velhinha:
- Eu vou contar tudo pra ela que parece até uma burra!
A galera vaiou a velhinha:
- Puxa-saco! Vai, conta logo!
A velhinha ficou tão injuriada que contou:
- Eles apostaram na cor da sua calcinha, foi isso.
Ah, pra quê? A gordona ficou tão injuriada, que deu em todo mundo e se mandou com a velhinha. No caminho para o hospital, o pessoal ainda discutia:
- Era azul!
Bem longe, a gordona confidenciou à velhinha:
- Todo mundo perdeu! Eu tô sem nada por baixo.