quinta-feira, abril 15, 2010

Estragos da chuva ainda estão intocados

Passados oito dias do início das chuvas que causaram tragédias no município, algumas comunidades ainda sofrem com os reflexos dos estragos. São os mais diversos problemas, desde ruas esburacadas a cortes de árvores mal feitos, com galhos pendurados na rede elétrica. Entre os bairros prejudicados estão João Xavier, Quitandinha e Independência. Neste último, a situação é crítica e os ônibus que atendem a parte alta da comunidade tiveram que ter os trajetos alterados devido ao mau estado da rua. Três ruas – Iedo Fiuza, Avenida dos Eucaliptos e Ângelo João Brand –, além de toda a extensão da Estrada do Independência, estão completamente esburacadas e, agora, o que resta para os motoristas é fugir de um buraco grande e deixar o carro cair num menor, porque as crateras já tomam conta dos dois lados da rua. De acordo com a moradora Cláudia Garcia, integrante da Associação de Moradores do Quarteirão Italiano, o que já estava difícil antes das chuvas piorou ainda mais.
Na Rua Iedo Fiuza, que fica em frente ao Ciep Santos Dumont, é impossível contar o número de buracos e para passar de carro pelo local é necessário trafegar a, no máximo, 10Km/h. “E, na minha opinião, este não é o pior trecho. Na Avenida dos Pinheiros, a situação está ainda mais crítica”, revelou. Segundo ela, na manhã de segunda-feira, um motoqueiro caiu com o veículo dentro de uma das crateras enquanto tentava escapar de outra. “Ao invés de se preocupar com o seu veículo ou com possíveis ferimentos, foi para o mato arrancar galhos para colocar na abertura como forma de alertar outros motoristas”, contou, indignada.
Todas as ruas afetas são de mão dupla e, em inúmeros trechos, para passar é necessário que o motorista invada a contramão de direção, aumentando os riscos de acidente. “Na realidade, como são obrigados a passar por baixíssimas velocidades, colisões não ocorrem, mas os danos nos veículos são constantes, como nas suspensões e amortecedores”, disse Cláudia. A moradora lembra que, na realidade, a manutenção do local é uma reivindicação antiga da comunidade. O estado da Rua Iedo Fiuza, por exemplo, seria o reflexo de um serviço mal feito. “É uma área de aterramento, e para piorar a situação a rua está afundando”, contaou. “Acredito que o material que está sendo usado para o recapeamento é muito frágil. Fecham os buracos num dia e na semana seguinte eles já estão todos abertos e ainda maiores, como aconteceu depois destas últimas chuvas”, completa Cláudia.
A representante da associação de moradores lembra ainda que, há alguns anos, uma das ruas ainda era de terra batida e os problemas eram bem menores. Segundo ela, na época havia alterações no solo, mas até mesmo em dias de chuva os veículos conseguiam passar com mais tranquilidade e segurança. “Entendemos que estas últimas chuvas causaram problemas em toda a cidade, mas, neste caso, esse transtorno poderia ter sido evitado se a manutenção fosse feita corretamente”, reclamou. Cláudia ainda fez referência a outros problemas, como a falta de capina e iluminação pública, na Rua Infante Dom Henrique, ao lado do Parque Cremerie, além da retirada de lixeiras da Estrada do Independência.
No último boletim enviado pela Defesa Civil, na tarde do dia 9 de abril, o órgão revelou que havia registrado 390 ocorrências em todo o município, desde a noite do dia 5 de abril. Destes, 263 eram referentes a deslizamentos de terra, com índice pluviométrico acumulado de aproximadamente 290mm, em cinco dias.
Outro problema causado pelas chuvas é a interrupção no trajeto de linhas de ônibus. De acordo com o Setranspetro, em Quitandinha, uma comunidade continua sendo prejudicada. Esta fica na Rua Alagoas, onde os coletivos que fazem a linha 437 ainda não estão conseguindo chegar no ponto final. O sindicato se referiu ainda às alterações no trajeto dos coletivos que atendem o Independência, por conta dos buracos.
A Secretaria de Obras, através da assessoria de comunicação da PMP, informou que a Estrada do Independência, ruas Iedo Fiuza, Avenida dos Pinheiros e Ângelo João Brand receberão a operação tapa-buracos, assim que as chuvas diminuírem. Em maio, no entanto, haverá o recapeamento asfáltico dessas ruas. A secretaria informou também que dentro de 20 dias os problemas mais urgentes já estarão solucionados. Já para a Rua Paraná, será enviada equipe de engenheiros para avaliar a situação.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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