domingo, abril 18, 2010

O drama diário dos passageiros

Malconservados, ônibus em Petrópolis atrasam, e prefeitura e empresas não assumem responsabilidade


Ônibus sucateados, pontos lotados e espera de cerca de 50 minutos. Esses são alguns dos problemas encarados diariamente por petropolitanos que precisam recorrer ao transporte público para circular pela cidade.
A prefeitura acusa as empresas de ônibus de não cumprirem compromissos de renovar a frota, determinados no contrato de concessão.
Já a Setranspetro devolve a responsabilidade para o poder público, que deveria repassar verbas de subsídio à gratuidade e reduzir a tributação do setor.
Resultado: os usuários é que ficam a ver navios.
Depois de se atrasar por diversas vezes para o trabalho, Gabriela Gomes Lima decidiu fotografar os veículos e a aglomeração de pessoas no Terminal de Itaipava e diz ter sido rispidamente repreendida por um funcionário da empresa Autobus.

— Quando ele percebeu que eu estava registrando o problema, exigiu que eu parasse.
Para me intimidar, ele mesmo começou a me fotografar — conta. — Eles divulgam intervalos de sete minutos entre as partidas do terminal, mas não respeitam o horário.
Para Lúcia Maurício, vendedora de uma loja em Itaipava, a questão é agravada pelo congestionamento. Ela pega dois ônibus para ir do bairro do Itamarati, onde mora, ao trabalho: — Chego a perder quase uma hora na fila do terminal, ao voltar para casa.
A Setranspetro reconhece que a frota está envelhecida, o que inclusive elevaria os custos operacionais das empresas.
No entanto, a falta de verbas inviabilizaria a renovação dos veículos.
Por sua vez, a prefeitura — por meio da Procuradoria Geral do Município e da própria Companhia Municipal de Trânsito e Transportes (CPTrans) — enviou relatório sobre os problemas apresentados no serviço de transporte ao Ministério Público. Ressalta ainda que na planilha de cálculos para o reajuste das passagens de ônibus, aplicada anualmente, já estão previstos os gastos com renovação da frota, assim como as gratuidades.
Nesse caso, não há necessidade de subsídio do governo.
A prefeitura deve anunciar medidas até o fim do mês, após análise dos documentos das empresas de ônibus da cidade.
Fonte: O Globo Serra

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