sábado, junho 07, 2008

Belas e apetitosas recordações

Globo Serra:

Cerâmica de Itaipava produz com sucesso, há 15 anos, os exclusivos Pratos da Boa Lembrança

Em 1993, quando a pintora Olga de Salles Guerra bateu na porta do chef Danio Braga, proprietário da Locanda Della Mimosa, não imaginava que daquele encontro nasceria o Prato da Boa Lembrança. Ela tinha ido ao restaurante apenas para vender queijo de cabra produzido por um amigo. Hoje, mais do que um emblema da boa mesa, os pratos se transformaram em objetos de desejo de muitos glutões e o trabalho da cerâmica Bric, comandada por Olga e seu marido, Henrique Lage, tornou-se conhecido em todo o Brasil. — Naquela ocasião, o Danio perguntou à Olga se ela conhecia um ceramista e um desenhista. Ela respondeu: meu marido e eu. Seis meses depois, quando a fábrica já estava pronta, o Danio organizou uma reunião com 14 donos de restaurantes, no Rio. Estava criada a Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança — conta Lage.

A dupla atende a quase cem restaurantes em todo o Brasil, fora os festivais. Na Serra, a Locanda, o Alvorada e o Parador Valência são os únicos membros do grupo. Hoje, a cerâmica tem 14 funcionários, sendo dez pintoras, que chegam a pintar até 40 pratos por dia, dependendo do grau de dificuldade dos desenhos. Estes, por sua vez, são criados por Olga, que recebe as receitas dos restaurantes e se inspira nos ingredientes para criar os protótipos que são enviados para os clientes. — Eles podem pedir alguma modificação, mas tenho liberdade total de criação.

Gosto de conferir um toque de humor às receitas, mas o maior desafio é não repetir os desenhos e as cores — afirma Olga, que no momento está criando modelos para o Festival de Gramado. Depois de pintados, os pratos recebem um esmalte e, em seguida, vão para um forno a uma temperatura altíssima, onde ficam por cerca de oito horas. Pratos com qualquer tipo de defeito vão parar no lixo. E não adianta insistir, em hipótese alguma os Pratos da Boa Lembrança são vendidos na cerâmica. — Um fazendeiro me ofereceu R$ 4 mil por quatro pratos que faltavam em sua coleção, não aceitei. Só os restaurantes mantêm estoques — diz Lage.

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