domingo, outubro 14, 2007

PEDÁGIO MAIS CARO DO PAÍS É NA BR-040

Após o leilão de rodovias realizado na terça-feira pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o petropolitano que se utiliza da BR-040 para chegar ao Rio de Janeiro ficou, literalmente, com "a pulga atrás da orelha".

Considerando-se os R$ 6,70 pagos atualmente pela utilização de aproximadamente 50 quilômetros da rodovia, chega-se à conclusão de que algo está errado, pois em todos os sete trechos de rodovias federais licitados pela ANTT, o custo é consideravelmente inferior ao cobrado no percurso Rio-Petrópolis. Neste trecho o custo por quilômetro é de aproximadamente 13 centavos

Apenas para termos de comparação, as estradas licitadas terça-feira passarão a oferecer um custo por quilômetro consideravelmente menor. Na Rodovia Fernão Dias, entre SP e BH, a extensão de 562 quilômetros terá um custo total de R$ 7,98 para o motorista, significando pouco mais de 1,4 centavo / quilômetro. Na BR-153, entre as divisas de Minas Gerais e Paraná, passando por São Paulo, são 321 quilômetros, pelos quais o usuário pagará a quantia de R$ 2,45; ou seja, apenas sete milésimos de Real por quilômetro percorrido. Entre Curitiba e Florianópolis, passando por três rodovias diferentes, são percorridos 382 quilômetros, que passarão a custar R$ 5,14 no total; 1,3 centavo por quilômetro ou um décimo do preço cobrado entre o Rio e Petrópolis, proporcionalmente.

A Régis Bittencourt, uma das rodovias mais movimentadas do país, liga São Paulo a Curitiba e conta com 401 quilômetros de extensão. Em seis postos de pedágio serão cobrados R$ 8,18; total de 2 centavos para cada mil metros percorridos. A partir da ponte Rio-Niterói até a divisa com o Espírito Santo, pela BR-101, percorrem-se 320 quilômetros ao custo total de R$ 11,29; 0,035 centavos / Km. Na BR-393, entre Volta Redonda e Além Paraíba, são 200 quilômetros, cuja utilização custa R$ 2,94 ou 1,4 centavo / quilômetro, o mesmo preço cobrado na Fernão Dias. No trecho Sul da BR-116, com extensão de 412 Km, entre Curitiba e a divisa com o Rio Grande do Sul, serão cobrados apenas R$ 2,54; ou seja, apenas seis milésimos de Real para cada mil metros de estrada, 21 vezes menos do que o preço cobrado pela Concer na BR-040.

Pela concessão das diversas praças de pedágio, as vencedoras dos trechos licitados devem investir R$ 19,8 bilhões para a recuperação da malha e em equipamentos de socorro e assistência ao usuário.

A reportagem do Diário tentou contato com a direção da empresa concessionária, mas não obteve sucesso até o fechamento desta edição.

Concer: vereador Vadinho quer revisão do contrato

O ereador Osvaldo do Vale, que também é proprietário de uma empresa de transporte rodoviário, criticou o valor do pedágio cobrado pela Concer, concessionária que explora o trecho Rio de Janeiro – Juiz de Fora da rodovia BR-040, e afirmou que a Câmara de Vereadores deve pressionar o Governo Federal a rever e aperfeiçoar o contrato de concessão.

Uma análise comparativa entre o preço do pedágio por quilômetro e as tarifas previstas na licitação para as rodovias federais, na última semana, mostrou que o custo entre o Rio de Janeiro e Petrópolis é muito mais alto.

No trecho Sul da BR-116, com extensão de 412 Km, entre Curitiba e a divisa com o Rio Grande do Sul, por exemplo, a taxa será de R$ 2,54, o equivalente a seis milésimos de Real para cada mil metros de estrada. O valor é 21 vezes menor do que o preço cobrado pela Concer na BR-040.

Os 382 quilômetros entre Curitiba e Florianópolis, que passa por três rodovias diferentes, terão taxa de R$ 5,14 no total, o que equivale a 1,3 centavo por quilômetro ou um décimo do preço cobrado entre o Rio e Petrópolis.

Vadinho acha que as condições da BR-040 melhoraram depois da privatização. "Mas o preço de R$ 6,70 por eixo é abusivo, pois o serviço prestado pela concessionária é deficiente", reclama, afirmando que a rodovia deveria ser melhor sinalizada. "Especialmente avisando aos motoristas que a Serra é longa, pois aqueles que não a conhecem podem se iludir em alguns trechos, pensando já terem chegado ao seu final, quando na verdade, são 21 quilômetros de subida".

Ele critica também o fato de muitas cabines não operarem mesmo nos horários de maior movimento, causando demora e até pequenos congestionamentos. "Precisa haver mais gente nas cabines de cobrança", afirma.

Vadinho também reclama da falta de passarela em alguns pontos de bastante movimentação de pedestres, como na altura de Vila Rica e Mangalarga. Ele ressalta que estas obras não estão previstas no contrato entre a Concer e o DNIT – Departamento Nacional de Infraestutura Terrestre – mas são plenamente justificáveis em razão do imenso volume de dinheiro arrecadado pela concessionária e pelo aspecto da segurança, tanto dos motoristas quanto dos moradores destas regiões, que têm que se arriscar para atravessar a pista.

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