terça-feira, novembro 08, 2005

UMA ESTRADA ESTREITA, PERIGOSA E SEM ACOSTAMENTO

JULIANA FERNANDES - REDAÇÃO TRIBUNA
Deputado Átila Nunes acusa Concer de não fazer melhorias previstas em contrato.O deputado estadual Átila Nunes vai entregar nessa semana denúncia ao Ministério Público acusando a Concessionária Rio-Juiz de Fora (Concer) de não ter executado melhorias previstas no contrato de concessão na pista de subida da BR-040 (Rio/Petrópolis). Segundo ele, que mora há quatro anos em Petrópolis e circula pela estrada de segunda a sexta-feira, a via é muito estreita, com curvas perigosas e sem área de acostamento. "O contrato assinado entre o antigo DNER (hoje DNIT) e a Concer obriga a concessionária a implementar obras destinadas a aumentar a segurança e a comodidade dos usuários, assim como obras de expansão da capacidade da rodovia, sua modernização e aperfeiçoamento. Onde na subida da serra isso foi feito?", questiona.O deputado acredita que a denúncia possa ser o primeiro passo para que vítimas de acidentes causados pela falta de segurança na estrada reivindiquem na Justiça indenizações por danos morais e materiais. "Entendo que a Concer tem responsabilidade sobre o problema. Foi ela quem não cumpriu o que estava previsto no contrato", explica ele, que criou recentemente o movimento Acesso Seguro à Petrópolis Já, que reúne usuários da rodovia interessados em cobrar da concessionária mais segurança para a estrada."O acesso a Petrópolis tem quase 80 anos. Se por um lado é uma estrada que pode ser considerada charmosa, por outro lado pode ser considerada uma das mais perigosas do país. Na verdade, apesar da mão única, a subida não possui acostamentos e muito menos largura suficiente para ultrapassagens de carros e caminhões", diz, irritado, acrescentando a presença de ciclistas e pedestres na pista e a má sinalização. "A pintura e os olhos-de-gato são insuficientes, induzindo os motoristas, principalmente os que não conhecem a estrada, a errar o caminho". Os problemas apontados pelo economista já tinham sido reconhecidos há uma semana por usuários da estrada. O economista Marcos Nóbrega, que já havia apontado problemas na iluminação da via, concorda que qualquer prejuízo causado pela falta de segurança na estrada deva ser cobrado da concessionária. "O problema é que os brasileiros estão pouco acostumados a brigas por seus direitos".Para o deputado Átila Nunes, a solução para os problemas na pista de subida da serra pode estar na duplicação da pista de descida, com restrição na passagem de veículos na estrada que hoje funciona para subida da serra. "Uma idéia seria permitir, por ali, somente a passagem de caminhões. Ônibus, só os que serviriam aos moradores. Carros de passeio e os demais veículos poderiam usar a pista duplicada", opina.Concer prevê nova estrada em 2017A assessoria de marketing da Concer informou que a concessionária cumpre rigorosamente o contrato de concessão, que prevê investimentos ao longo de 25 anos. No caso da subida da Serra, a assessoria informou que não há previsão no contrato para alargamento na subida da serra, mas que a concessionária planeja a implantação de uma nova subida, prevista para ser implantada em 2017. Quanto aos telefones de atendimento de emergência, a concessionária informou que os mesmos estão previstos na implantação da rodovia inteligente, cujo projeto ainda não teve aprovação formal da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) mas deve sair do papel em 2006.Entre os serviços já executados na estrada listados pela Concer estão a recuperação das placas de concreto e as várias campanhas de sinalização horizontal e vertical. As curvas foram dotadas de delineadores e da implantação de balizadores de bordo. Também já foram realizadas várias campanhas de implantação de tachas refletivas e, recentemente, a pintura dos bordos foi totalmente restaurada. Ainda segundo a assessoria, já está programada a repintura no eixo, que ainda não foi executada por causa do mau tempo.Em relação à ocupação às margens da rodovia, a Concer esclareceu que o problema começou no período da administração do extinto DNER e aumentou com o crescimento do município de Petrópolis, especialmente de Itaipava. A concessionária, no entanto, garante estar aprimorando o sistema de monitoramento da rodovia e, ao identificar uma construção em fase inicial, notifica o responsável, dando prazo para sua saída. Já as construções antigas, segundo a assessoria, têm, em sua maioria, ações demolitórias ajuizadas na Justiça Federal..

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