quarta-feira, novembro 09, 2005

FLANELINHAS: UMA PRAGA PIOR DO QUE A DE CARRAPATOS

Exigem pagamento antecipado para liberar vagas em vias públicas, intimidando motoristas.Incidentes que envolvem motoristas e "guardadores de carros", mais conhecidos como "flanelinhas", são comuns nas grandes metrópoles. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, às vezes eles chegam a agir com violência, exigindo o pagamento antecipado de valores bastante altos, sob o argumento de que estarão de vigia para proteger o carro dos freqüentadores de espetáculos artísticos e de restaurantes.A recusa do pagamento, ou mesmo a promessa de pagamento posterior à suposta guarda, pode implicar em danos consideráveis como vidros quebrados, pintura arranhada e mesmo o furto do veículo, pois há casos de grupos que operam de forma organizada.O triste fenômeno não se restringe às principais cidades do Brasil. Em capitais européias como Londres, Lisboa e Madri, por exemplo, também ocorre este tipo de assédio, mas o grau de violência é bem menor e o achaque mais modesto.Nas grandes cidades brasileiras, o preço da suposta vigilância é pré-estabelecido: os guardadores estipulam valores que variam de acordo com o preço do espetáculo que será assistido pelo proprietário do veículo. Assim, estacionar o carro durante o período de um show no Canecão vai custar mais caro do que a parada para uma sessão de cinema no Largo do Machado. Na Europa, a função de "guardador" é exercida geralmente por viciados em droga, basicamente heroína. Eles solicitam algum dinheiro ao motorista, mas não estabelecem um valor mínimo. Qualquer quantia que lhes facilite a compra de mais uma dose da droga é suficiente e, embora o carro não seja efetivamente vigiado, o proprietário pode ficar tranqüilo porque o seu veículo não será deliberadamente danificado.A ameaça que fazem lá é bem diferente da ameaça que fazem aqui. Às vezes, los drogaditos ameaçam transeuntes e motoristas com ampolas e agulhas, supostamente infectadas, mas se contentam com qualquer moeda que lhes sejam oferecidas. Nas grandes cidades do Brasil, são comuns os relatos de pessoas que se recusaram a pagar pelo "serviço" e tiveram prejuízo bem maior do que se poderia esperar pela simples situação de ter um carro estacionado em via pública.O vandalismo que rege esse grupo de pessoas já atingiu Petrópolis. No último domingo, dia 6, houve uma desavença entre um flanelinha, um motorista e um artesão que expõe na Praça dos Expedicionários e tomou as dores do motorista. Aos domingos, o estacionamento naqueles arredores é liberado pela CPTrans, portanto gratuito, mas os todos flanelinhas "loteiam" as vagas disponíveis e colocam cones e cadeiras para impedir o estacionamento dos motoristas que não pagarem a eles o valor cobrado.O artesão Celso Galucci Pinheiro flagrou a seqüência acima no domingo, quando o flanelinha exigiu R$ 2 por dez minutos de estacionamento de um motorista que conseguiu manobrar por conta própria. Outro artesão (de cabelos longos) tomou as dores do motorista e o clima esquentou.A queixa dos freqüentadores do local é a de que os flanelinhas literalmente se apropriam de todas as vagas de estacionamento, inclusive daquelas destinadas a motocicletas, automóveis e a veículos conduzidos por deficientes físicos..

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