quinta-feira, julho 11, 2013

Seis horas para ir e voltar do trabalho

Os atrasos resultam em ônibus mais lotados e desconforto ainda maior./Foto: Marco Oddone. Na próxima terça-feira, dia 9, duas reuniões acontecem para discutir o transporte público em Petrópolis. Em ambas, o foco principal é a planilha de custos, pois o objetivo é buscar uma forma para reduzir o valor da passagem para R$ 2,50 e ou um valor ainda menor. Mas, o relato de moradores dos distritos e de bairros do primeiro distrito mostram que o problema não é apenas o valor da passagem, mas o tempo que se gasta dentro dos ônibus para ir do centro aos bairros. Uma pessoa que mora na Posse leva em média três horas para chegar ao Centro Histórico e mais três para voltar para casa, o que deixa clara a necessidade urgente de uma política de mobilidade urbana. As duas reuniões são: audiência pública na Câmara Municipal e a reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transportes (Comutran), que acontecem no mesmo horário, 18h30. A primeira foi convocada pela Comissão de Transporte da Câmara e a segunda, resultado do encontro do prefeito Rubens Bomtempo com representantes das manifestações na cidade. Juliana Glizempe, 21 anos, moradora da Posse passa diariamente cerca de seis horas dentro do ônibus, pois leva três horas para vir para o trabalho no centro e mais três para voltar para casa. Na noite de sexta-feira, a reportagem da Tribuna encontrou Juliana no ponto da linha 700 e 740, na Rua Paulo Barbosa, juntamente com outros usuários que buscam um lugar no ônibus em direção aos distritos. Depois de ficar por cerca de 10 minutos no ponto, ela conseguiu embarcar, por volta das 18h20 num carro lotado e seguiu viagem até o terminal de Itaipava, onde chegou somente por volta das 20h. “Todos os dias enfrento esta maratona. Os ônibus pararam de quebrar, mais ainda continua gastando muito tempo no trânsito”, reclamou. Ela contou ainda que, no meio do caminho, o motorista parou o ônibus e ameaçou ficar com o veículo parado até que os passageiros chegassem mais para parte traseira do carro, permitindo assim pegar outros passageiros ao longo do percurso: da Rua Paulo Barbosa até o Terminal de Itaipava. “Além da demora, as vezes acontece problemas como este”, comentou, afirmando que para chegar ao trabalho, onde pega às 12h, precisa sair de casa por volta das 9h30, levando mais tempo para chegar na Rua do Imperador do que quem vai para o Rio de Janeiro todos dias. Mas, não é somente quem mora na Posse que enfrenta este problema. Adriana Souza, 43 anos, moradora em Nogueira, leva diariamente entre uma hora a uma hora e vinte para chegar em casa depois do trabalho. Outro problema apontado por ela são os ônibus executivos que andam sempre lotados, mesmo não tendo condições de carregar pessoas em pé. A passagem do executivo para Posse e Rio Bonito é R$ 5,50 e para Águas Lindas e Araras, R$ 4. Apesar de ser moradora de Nogueira, Adriana Souza prefere pegar o Executivo (quando consegue) e os carros da linha 700 e 740, por causa do tempo que fica as vezes parada no Terminal de Correas para pegar o ônibus da linha Águas Lindas que passa na rua onde mora. Para Luciano da Cunha, 39 anos, morador da Vila Rica e trabalha em Itaipava, o problema maior é dentro do Terminal de Itaipava, onde os ônibus saem sempre lotados para os bairros. Ainda, reclama do tempo que gasta para vir para o centro, pois acha muito tempo dentro dos ônibus. “Não deu para sentir as mudanças comos carros novos, pois enfrentamos veículos lotados e o tempo de viagem”, comentou, reclamando da retirada de um horário do da linha Vila Rica. Demora no trânsito, o maior problema A reportagem da Tribuna, na noite de sexta-feira, fez o percurso usado pelos moradores dos distritos, embarcando num carro da linha 700 e seguindo viagem até o Terminal de Itapaiva. Por volta das 18h10, a equipe estava na Rua Paulo Barbosa e como muitos, deixou dois carros passarem para pegar o terceiro, por volta das 18h30, quando o veículo deixou este ponto e seguiu para Itaipava, onde chegou às 20h. Durante todo o trecho–Rua Paulo Barbosa e Terminal de Itaipava – identificou alguns pontos de retenção, como no Retiro, onde o carro levou dez minutos para atravessar o trecho da Avenida Barão do Rio Branco, em frente a 105ª DP até a Rua São Thomaz de Aquino. O trânsito continuou congestionado até passar a Entrada do Carangola, quando o ônibus seguiu enfrentando alguns pontos de lentidão, como em Correas, Bonsucesso e alguns trechos da Estrada União Indústria, na região central de Itaipava. Os problemas enfrentados por que mora nos distritos são os mesmos para quem mora em outras regiões da cidade e para alguns locais, a situação se torna grave por conta da proximidade com o Centro Histórico, como Bingen, Mosela, Alto da Serra e até o Quitandinha. Os ônibus perdem tempo no trânsito em função de vários problemas, como não poder rotas alternativas, o número grande de quebra molas em alguns trechos, faixas de pedestres mal localizadas e isto prejudica a velocidade comercial dos ônibus, fazendo com que as pessoas levem muito tempo no trânsito. A assessoria de comunicação da Setranspetro informou que medidas foram tomadas pela empresa que faz a linha 700 e 740, como a compra de carros maiores e uma frota que permite ter ônibus de cinco em cinco minutos saindo do centro e de Itaipava. Estas medidas no entanto esbarram no tempo que os veículos levam no trânsito e por isso, em vários horários, acabam andando em comboio. Fonte:Tribuna de Petrópolis

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