quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Sepultamento em manilhas provoca polêmica

Vizinhos do cemitério municipal do bairro Valparaíso, no Centro de Petrópolis, apelidaram de colméia o conjunto de manilhas de poço que são usadas como opção às convencionais gavetas para sepultamentos. Uma alternativa que não é vista com bons olhos por Victor Campos, tesoureiro do Movimento de Ação Popular de Petrópolis. Os caixões são colocados dentro das manilhas, de concreto empilhadas umas sobre as outras em forma de pirâmide. Tampas de poços, também de concreto, são utilizadas para lacrar os túmulos improvisados.
— É uma vergonha tratar os mortos dessa forma. As pessoas têm de ser enterradas e não colocadas dentro de manilhas, que sequer têm número e identificação — reage Victor Campos. — Além disso, a colméia está sendo usada como trampolim para pular o muro do cemitério.
Administrador defende a solução adotada
Administrador do cemitério, Ulysses Sampaio alega que a pilha formada por anéis de poço, pré-moldados, foi construída durante o governo anterior, do prefeito Leandro Sampaio. Segundo Ulysses Sampaio, o atual governo, do prefeito Rubens Bomtempo, não criou novas vagas, mas continua sepultando na chamada colméia. O último corpo foi colocado ali há cerca de três meses.
— A única diferença entre a gaveta e a manilha é o modelo. Uma é quadrada, e a outra arredondada. Não vejo nada demais. A construção foi muito bem feita; não há vazamento de cheiro. Não ampliamos o número dessas manilhas porque Petrópolis é uma cidade tradicionalista e poderia não compreender— afirma Ulysses Sampaio.
A colméia foi erguida junto ao muro, na parte antiga do principal cemitério da cidade, perto de um ponto final de ônibus e táxis. Ela tem 15 vagas, todas ocupadas. Os que procuram uma gaveta têm como alternativa uma manilha.
Petrópolis e seus distritos têm sete cemitérios. O maior, o de Valparaíso, tem cerca de 2.500 gavetas e sete mil túmulos.

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