segunda-feira, junho 13, 2011

União e Indústria: rota do desenvolvimento

No próximo dia 23, a Estrada União e Indústria estará completando 150 anos de fundação. Hoje a principal ligação com os distritos, a rodovia foi durante muito tempo a mais importante via de escoamento da produção agro-pastoril e mineral, além de contribuir para a expansão do povoamento das cidades ao entorno, atraindo novos habitantes e empreendimentos. O projeto de ligação Petrópolis-Juiz de Fora, para redefinir a Estrada de Ouro, começou em 1856, no dia 12 de abril, quando iniciou-se a sua abertura, obedecendo à concessão dada ao empreendedor e empresário Mariano Procópio Ferreira Lage, por decreto assinado pelo imperador Dom Pedro II, no ano 1852.
Após cinco anos de obras, a União e Indústria foi inaugurada no ano de 1861. O imperador Dom Pedro II, convidados, Mariano Procópio e seus auxiliares inauguraram a estrada, percorrendo em diligência os 144 quilômetros da rodovia. Com uma velocidade média de 20Km/h, o percurso entre Petrópolis e Juiz de Fora demorou 12 horas.
A União e Indústria é tema de diversos estudos e obras, e na próxima segunda-feira, dia 13, às 18h30, no Museu Imperial, o professor e membro do Instituto Histórico de Petrópolis (IHP), Joaquim Eloy, promoverá palestra em comemoração aos 150 da rodovia. O tema será De Petrópolis a Juiz de Fora: ontem e hoje caminhada pela história. Para o professor, o advento da Estrada de Ferro e falta de investimentos durante a República deixaram a União e Indústria sem melhorias indispensáveis. “O que deveria ter acontecido, desde o século XX, era a conservação e ampliação do complexo das vias rodoviárias, mas não se cuidou da atualização da União e Indústria. Para compensar, vieram as BR cortando os morros e serras, encurtando distâncias, ficando a rodovia quase relegada a uma via de ligação e passagem pelas antigas estações, algumas transformadas em sedes de distritos e até em municípios autônomos”, ressaltou o professor.
Poucas pessoas sabem, mas a União e Indústria tem início na Vestfália, ou Avenida Barão do Rio Branco. Joaquim Eloy explica que com o passar dos anos a rodovia foi ganhando novos nomes em alguns trechos, como Barão do Rio Branco e Hermogênio Silva, por exemplo. “A estrada tem início na Barão e termina em Juiz de Fora”, ressaltou o professor.
Segundo Joaquim Eloy, a criação da União e Indústria trouxe a Petrópolis um expressivo parque industrial, que mudou a fisionomia da cidade, fazendo crescer o número de habitantes fixos, mas, para o professor, foi a cidade mineira de Juiz de Fora a grande beneficiada com a implantação da rodovia, integrando o município com uma ligação direta com a Corte.
Mesmo após 150 anos e mais de duas décadas de abandono, a rodovia ainda conta com construções antigas. Residências, pontes, algumas das 12 estações de mudas de animais e a represa que abastecia a Companhia Petropolitana de Tecidos, em Cascatinha, ainda podem ser vistas ao longo da via. “A represa é um dos marcos da União e Indústria”, frisou o professor.
Eloy considera importante as obras de recuperação da estrada que estão sendo realizadas pelo Departamento Nacional de Infra-estrutura e Trânsito (DNIT); “A União e Indústria é a nossa estrada histórica, fruto da visão de pioneiros, que ainda se apresenta útil. Preservá-la é fundamental e importantíssimo”.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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